Parece que foi ontem o concerto de Anna Calvi no Lux, dada a intensidade e empenho vividos naquela sala. Na altura assegurei não perder de vista esta inglesa talentosa e rija e depois de novo fôlego registado em disco. Com «One Breath», Anna Calvi passou agora pela Aula Magna para mostrar as suas novas canções. A postura é a mesma e a intensidade da prestação também. Anna Calvi não é muito expansiva, poucas foram as vezes que comunicou com os presentes, mas a forma com que se entrega a cada canção impressiona. Quanto às canções, além de alguns momentos retirados do excelente debut álbum, as novidades mantêm vivo o entusiasmo em torno de Anna Calvi. A singer-songwriter não mudou muito desde aquela que foi uma verdadeira noite de luxo, no Lux. De salto alto, e muito bem produzida, Anna Calvi entregou-se de corpo e alma a cada música, revelando paixão e músculo interpretativos. Houve momentos mais quentes que outros, «Carry Me Over» e «Fire» (uma cover de Bruce Springsteen) foram muito provavelmente os grandes momentos da noite, mas todos os presentes vibraram e celebraram a música da londrina, que se viu obrigada a subir ao palco por duas vezes. Não foi tão especial como a estreia, no Lux, pois a Aula Magna é mais fria que a pequena cave da discoteca, mas Anna Calvi aqueceu, e de que maneira, a noite fria do passado dia 17 de dezembro.
domingo, 22 de dezembro de 2013
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
The Reflektors
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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Dupla face
Este ano o Vodafone Mexefest mostrou-se irregular nas suas apostas e, por isso, não fosse uma oportunidade de última hora para entrar nos espetáculos marcados para o Coliseu dos Recreios, não teria “remexido” naquele que podemos já chamar o festival da Avenida da Liberdade. Pena não ter tido a oportunidade de conhecer John Grant ao vivo, mas a verdade é que a atração maior desta edição passava mesmo pelo palco do Coliseu e pela prestação de uma das maiores revelações de 2013, as Savages. Se em disco o post-punk de Jehnny Beth (voz), Gemma Thompson (guitarra), Ayse Hassan (baixo) e Fay Milton (bateria) impressiona e empolga, em palco a música e a postura desafiadora de Jehnny Beth constrói um desassossego miudinho impossível de contornar. Há, na verdade, algo de unapologetic na prestação destas quatro britânicas (ouçam-se, por exemplo, «Shut Up» e «Husbands»). Força que ganha ainda mais poder com a personagem musculada e quase perturbadora, numa mistura andrógina de Ian Curtis, com Brian Molko e Anna Calvi, de Jehnny Beth. O resultado é robusto e atraente, mas Jehnny Beth não deixa os créditos por mãos alheias e atira-se a cada canção como se fosse o momento da noite (recordo as prestações em «I Am Here», «Waiting For A Sign», «She Will» e «Fuckers»). Excelente concerto a promover um soberbo disco. «Silence Yourself» é uma das estrelas de 2013 e a passagem das Savages por Lisboa mostrou-o. Agora falta esperar por mais concertos desta nova coqueluche da música britânica.
A fechar a noite, Woodkid. Não conheço bem a história do francês Yoann Lemoine, a.k.a. Woodkid. No entanto, e com o concerto da passada semana, pude situá-lo entre a faceta mais bucólica de Patrick Wolf, as suaves texturas de Patrick Watson e a melancolia agridoce de Lana Del Rey (artista com quem Woodkid já trabalhou). Vislumbramos, também, um apurado interesse na singularidade de Antony Hegarty e no escapismo Tolkien. Portanto, os elementos parecem ser os certos, mas a música não me convence. A voz é limitada e cada novo momento é parecido com o anterior. Ainda assim, Yoann Lemoine deu um espetáculo digno de encerrar qualquer festival. Uma prestação entusiasmante que foi conseguindo captar a atenção dos muitos que se deixaram estar pelo Coliseu. Se no início era difícil ouvir o que vinha do palco (tanto era a conversa), no fim todos pulavam e seguiam o pequeno Woodkid, como se este fosse a next best thing que sucede às febres AWOLNATION e Imagine Dragons. Houve diversão q.b. e excelentes projeções de vídeo. Yoann Lemoine prometeu regressar a Lisboa e muitos foram os que nomearam o concerto como o melhor do Mexefest. Foi um bom momento, mas fica a sensação que Woodkid promete mais do que realmente nos dá.
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