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A peça, encenada por António Durães, é assombrosa! Os textos retratam o mal, os vícios, a repugnância, a loucura, o nojo («Estou sujo. Roído de piolhos. Os porcos, quando olham para mim, vomitam»). Os trajes são negros e inacabados e a música cristaliza toda esta anarquia que vive em «Maldoror». Há espaço para o humor negro («Fiz um pacto co
m a prostituição para semear a desordem nas famílias»), para a crueldade («A Maldade»), para momentos épicos e de pura carnificina («A Cópula») e outros actos mais filosóficos («A Poesia»). Presenciei, desta forma, a uma excelente noite de música sombria na noite de Lisboa, e em que mais uma vez os Mão Morta estão de Parabéns. «Está dito».
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