Se há artista que ainda me consegue arrepiar até ao tutano é David Eugene Edwards (DEE). Desde os tempos dos saudosos
16 Horsepower que a sonoridade e as ambiências
folk-alternative-country-rock construídas por DEE me seduzem. Confesso que alguns dos registos dos
Wovenhand caem numa certa monotonia
post-folk-rock, mas a música envolvente da banda e as intensas “pregações” de DEE despertam sempre a minha atenção. É inevitável! O cenário ficou completo na edição de 2009 do festival
Fade In, em que vi, pela primeira vez, DEE ao vivo. Ocasião que me levou, numa verdadeira peregrinação, até ao Teatro Miguel Franco, em Leiria, para presenciar a uma verdadeira
actuação xamânica, a qual não deixou ninguém indiferente. Já este ano os Wovenhand editaram «
The Threshingfloor», o sexto álbum de originais, e novo concerto foi marcado para o nosso país. Urra! Nova peregrinação, desta feita ao mui apreciado
Santiago Alquimista, para assistir novamente à visão apocalíptica do
country-rock norte-americano de DEE. No entanto, e a par de «
The Threshingfloor», o espectáculo do passado dia 7 de Dezembro passou um pouco despercebido. A sala esteve a meio gás, mas os Wovenhand souberam incendiar as hostilidades, oferecendo mais uma bela noite aos seus fiéis. Voltei a conferir a extraordinária e portentosa versão da banda para o original dos Joy Division «
Heart And Soul», testemunhei a excelência em formato
live de algumas das novas canções de «
The Threshingfloor» («
His Rest», «
Sinking Hands» e «
Orchard Gate» no topo da lista) e recuperei alguns dos momentos mais marcantes dos últimos dez anos («
Your Russia» é uma canção memorável). Ou seja, mais uma vez os Wovenhand apresentaram-se em excelente forma e DEE, num registo
Nick Cave meets Will Oldham, voltou a surpreender e a apaixonar os presentes.