Outra das minhas recentes apostas discográficas, com o selo de
2012, passou pelo mais recente trabalho dos The Magnetic Fields. Banda norte-americana
que conheci aquando do conceptual e triplo álbum «69 Love Songs» (1999) e da passagem
pelo palco do CCB (2001), mas que nunca mais larguei. Ora, apresentadas as suas sessenta e nove variações trovadorescas, Stephin Merrit e os The Magnetic Fields embarcaram em nova
etapa, a «no-synth trilogy», da qual resultaram os competentes «I» (2004),
«Distortion» (2008) e «Realism» (2010). Chegamos, então, a 2012 e a «Love At The Bottom Of The Sea». Álbum que reabilita
os sintetizadores na composição dos The Magnetic Fields, mas que mantem o seu
gosto pelo acaso e, principalmente, pelos amores e desamores de Stephin Merritt («A pity she does not exist / A shame he's not a fag / The only
girl I ever loved was Andrew in drag»). Canções de dois minutos que confirmam uma das facetas mais naïve na
pop da actualidade, que nunca deixa de piscar o olho ao melhor que aí tem surgido
nos últimos tempos: se «Born To Love» parece produzida pelo Sufjan Stevens de
«The Age Of Adz», «Infatuation (With Your Gyration)» e «The Machine In Your
Hand» podem ter-se inspirado em «We Must Become the Pitiless Censors of
Ourselves», de John Maus. Ainda assim, a música de «Love At The Bottom Of The
Sea» vive da alma de Stephin Merritt: canções curtas, rimas caprichosas, instrumentação
com tempero minimalista, entoação de desencanto, bizarrias e eficácia na hora
de construir melodias pop. Dados que fazem de «Love At The Bottom Of The Sea»
uma simpática colecção de canções pop que recupera algum do tempo perdido na
«no-synth trilogy», enriquecendo ainda mais o legado cancioneiro de Stephin
Merritt.
sábado, 5 de maio de 2012
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário