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«
Dreams In Colour», terceiro álbum a solo de
David Fonseca, é desde há algumas semanas o disco mais vendido em Portugal e «
Superstars», o excelente primeiro
single, não para de rodar no éter da rádio mais próxima do seu ouvido. Desta forma os denominados
showcases, promovidos pelas várias estações de rádio e estabelecimentos comerciais, multiplicam-se. Recentemente tive a oportunidade de estar presente num desses encontros promocionais. O local era a Mega FM. Confesso que não digiro bem a Mega FM, mas tinha curiosidade em ver e ouvir David Fonseca num espaço mais reduzido e assim fez-se o jeito. Com capacidade para receber cerca de trinta a quarenta pessoas, o espaço estava a abarrotar e o anunciado mega concerto (de acordo com o dicionário «Mega radiofónico») foi bem agradável. David, uma pessoa com um sentido de humor apuradíssimo, não desiludiu, apresentando três temas de «
Dreams In Colour» («
4th Chance», «
Kiss Me, Oh Kiss Me» e o já inevitável «
Superstars») e «
Someone That Cannot Love» do
debut «
Sing Me Something New». No fim houve tempo para uma curta troca de impressões, autógrafos, beijos e abraços…
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Mudando completamente de assunto (ou talvez não), «
Dreams In Colour» encontrava-se na lista de espera para se revelar neste espaço. Aproveitando a boleia do «mega concerto» (de quatro temas) e da preferência da maioria dos portugueses, deixamos de lado as derradeiras «viagens à tasca em período de férias» e damos especial atenção a «
Dreams In Colour».
David Fonseca, homem com créditos firmados em território nacional, deixou há muito de ser reconhecido como o
frontman dos históricos
Silence 4. Depois de dois álbuns em nome próprio bem sucedidos (tanto comercial como musicalmente) «
Dreams In Colour» está aí para comprovar o estatuto de David Fonseca e consolidar ainda mais a sua importância no panorama
pop/rock português. Mais uma vez as referências parecem ser as certas e mais uma vez parece conseguir transmiti-las a públicos tão distintos como a geração «Morangos Com Açúcar». No entanto, algo mudou. A melancolia e lugubridade, elementos predominantes em «
Sing Me Something New» e «
Our Hearts Will Beat As One», parecem colocadas num segundo plano. A
pop solarenga associada ao festim de início de estação e aos «pa pa pa pa ra ra pa pa» evidenciam-se. «
4th Chance» segue o espírito do super-grupo Humanos. «
Kiss Me, Oh Kiss Me» está banhado com o perfume dos noruegueses Kings Of Convenience. «
Silent Void» respira o
rock radiofónico de uns The Killers (a última grande paixão de David Fonseca), «
This Wind, Temptation» junta o melhor dos Pixies com o
suspense característico dos Radiohead. «
I See The World Trough You» encaixa-se perfeitamente na esfera de interesses de um Damien Rice e «
Superstars» (apesar das claras diferenças é impossível não o associarmos ao proveitoso assobio de «
Young Folks» de Peter, Björn & John) é mais uma das canções de David Fonseca que faz a festa toda, ou seja, lança os foguetes e depois ainda apanha as canas. Lá pelo meio encontramos a fantástica versão de «
Rocket Man», de Sir Elton John. É mais um excelente regresso de David Fonseca que volta a cantar e a encantar Portugal.
. Como despedida deixo o vídeo promocional de «
Superstars», realizado pelo próprio David Fonseca.
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