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Perfeito! É esta a melhor forma e o melhor sentimento para descrever o mais recente concerto dos britânicos Portishead em Lisboa, no passado dia 27 de Março no Coliseu. Depois de uma primeira parte um pouco monótona, a cargo dos Hawk and a Hacksaw, banda que revela alguns contactos com a musicalidade de Zach «Beirut» Condon mas que se situa a anos-luz do mesmo, foi um Coliseu esgotadíssimo que recebeu de braços abertos o projecto de Beth Gibbons, Geoff Barrow e Adrian Utley. As expectativas eram muitas e a banda não desiludiu. Com um alinhamento irrepreensível (bem, talvez com «All Mine» metido lá no meio o resultado fosse ainda melhor; porém não me queixo) e muitos temas novos (os quais grande parte da plateia já conhecia) os Portishead mostraram-se em excelente forma e a voz de Beth Gibbons esteve melhor que nunca (sublime o momento lírico na revisitação a «Wandering Star»). Das novas composições, num registo mais minimalista, intenso e soturno, destacaram-se o intimidante single «Machine Gun», o bucólico «The Rip» e o sombrio «Threads». Das memórias de outros tempos, nos quais a melancolia foi imagem de marca, a sensação de originalid
ade musical mantém-se intacta. «Mysterons», «Glory Box», «Numb» e a memorável sequência «Over», «Sour Times» e «Only You» fizeram mossa. Contudo, foi necessário chegarmos ao encore para ver e ouvir «Roads»: um dos momentos mais belos e encantadores que assisti em espectáculos ao vivo. Momento único que dificilmente se repetirá.
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1 comentário:
tenho essa msma sensação.
foi lindo, dos melhores q já vi, sem sombra de duvida!
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