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Existe um antes e um depois de «
Just Kids» na minha relação com a música de
Patti Smith. A obra, que a consagrou com o
National Book Award, documenta, de uma forma impressionante, o desalinhado início de carreira de Patti Smith e do seu amigo e companheiro
Robert Mapplethorpe (1946-1989). Nas suas entrelinhas Patti Smith testemunha a sua enorme admiração por artistas como Bod Dylan, Arthur Rimbaud, Jimi Hendrix, Allen Ginsberg e Janis Joplin. Afeição que tem estado sempre presente na sua carreira. A norte-americana –
singer-songwriter, poetisa, activista e
punk rocker – nunca deixou de ser fã de outros artistas e também nunca o escondeu. Se no passado a ouvimos dedicar «
About A Boy» a Kurt Cobain e aplaudimos as
covers de «
Twelve» (2007) e, recentemente, de «
Until The End Of The World», dos U2, em «
Banga» Patti Smith recorda Amy Winehouse («
This Is The Girl») e Maria Schneider («
Maria»), aposta numa intima versão de «
After The Gold Rush», de Neil Young, e dedica «
Nine» ao amigo Johnny Depp. Patti Smith já fez notar que além dos “retratos”, «
Banga» também aponta baterias à “exploração” (ouçam-se «
Amerigo» e «
Constantine’s Dream») e às suas preocupações com o mundo (o contexto de «
Fuji-San», por exemplo, é o tsunami que abalou o Japão em 2011). A voz de Patti Smith está melhor que nunca, com um registo mais reflexivo e ascético, num disco que, na sua edição especial, traz ainda «
Just Kids», um tema extra sobre um importante período da vida de um dos ícones maiores da música norte-americana. Sem ela o
rock 'n' roll não seria o mesmo.
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