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“
Yet again we’re the only ones, No surprise this is often how it’s done”. Os
Grizzly Bear, em «
Yet Again»,
single do mais recente disco «
Shields», parecem referir-se a relações interpessoais, mas é quase impossível não transportarmos os seus versos iniciais para outro contexto. Isto porque a banda de Brooklyn continua a ser um caso único na
pop dos anos 2000. «
Veckatimest», disco de 2009 e o ponto de viragem na história dos Grizzly Bear, mostrou ao mundo
pop um grupo de músicos com um apurado sentido de melodia e o gosto pela definição sonora (o mesmo que encontramos, por exemplo, na música dos
The xx). Estruturas clássicas e produções que nos permitem identificar o delicioso dedilhar da guitarra em «
Sleeping Ute», os depurados arranjos de Daniel Rossen e Chris Taylor em «
Speak In Rounds», «
Yet Again», «
A Simple Answer» e «
Gun-Shy», a simplicidade de processos em «
The Hunt», ou o magnífico jogo de vozes de «
Yet Again» e «
Sun In Your Eyes». Elementos e canções que facilmente se conectam com o brilho de «
Veckatimest». Porém, «
Shields» tem a sua própria força. «
Sleeping Ute», o primeiro tema a ser revelado do álbum, acusa a procura de texturas clássicas, mas, também, o apreço pelos The Beatles (fase «
Abbey Road»), pela atitude
rock de Neil Young e psicadelismo Pink Floyd. «
Speak in Rounds» aposta em trilhos
Calexico e «
Gun-Shy» (muito provavelmente o tema mais acessível do disco) tresanda a produções Danger Mouse, via
Broken Bells. Tudo isto compactado em canções de matriz Grizzly
indie Bear. Portanto, «
Shields» é mais um excelente trabalho destes nova-iorquinos.
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