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Gorada a audição de «
Battle Born», o último e inenarrável disco de 2012 dos norte-americanos
The Killers, viro-me para «
The 2nd Law», o mais recente trabalho dos britânicos
Muse. O disco já deu muito que falar, devido à anunciada entrada em cena do
dubstep na música da banda (dizem que por influências
Skillex) e à fraquinha canção oficial dos Jogos Olímpicos de 2012 («
Survival»). Percorridos os cerca de cinquenta e três minutos de «
The 2nd Law», notamos a tentativa dos Muse em aproximar-se de novos mercados e novas ideias
pop. Isto sem nunca perder de vista o
prog-pop-rock e os Queen. «
Supremacy», o tema de abertura, dispara em todas as direcções e conceitos já explorados pelos Muse, mas a sensação é a de estarmos perante uma versão cinematográfica e mais calórica de «
Apocalypse Please», a extraordinária canção que abre «
Absolution» (2003). Em «
Madness», «
The 2nd Law: Unsustainable» e «
The 2nd Law: Isolated System» conferimos a referida aproximação ao mundo do
dubstep, em três dos momentos mais interessantes do álbum. «
Panic Station», não lhes fica atrás, recuperando um
je ne sais quoi de 80, criado em torno do
funk Red Hot Chili Peppers e da
pop INXS. «
Animals», por sua vez, cola-se à estrutura notável de «
Endlessly», outra canção marcante de «
Absolution», adicionando-lhe o momento alto que nunca chegou a existir em 2003. Ainda assim, «
Animals» é um dos exercícios chave de «
The 2nd Law». Os Muse mostram-se mais acessíveis, continuando a sua caminhada em direcção a batalhas intergalácticas,
western futuristas e disputas entre o bem e o mal, em realizações, sempre triunfantes, de Matthew Bellamy.
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