sábado, 17 de novembro de 2012

Fragrância nova-iorquina

Há algo de empolgante e contagiante na música dos norte-americanos Yeasayer. Às primeiras audições podemos estranhar a sofisticação sonora, mas as suas composições atmosféricas e multicolor acabam sempre por se entranhar. Foi assim com o debut «All Hour Cymbals» (2007), com o seu sucessor «Odd Blood» (2010) e agora com «Fragrant World», o disco de 2012. Cada álbum tem a sua própria identidade e todos eles cresceram à medida que os formos ouvindo. O resultado não é imediato, mas é eficaz. Nem todos os temas convencem («No Bones», por exemplo, parece piscar o olho à idiossincrasia M.I.A. e às produções THEESatisfaction, mas resulta num valente tiro ao lado). No entanto, voltamos a obter daqui algumas das melhores canções pop do ano («Reagan's Skeleton», uma mistura da visão rock musculado e tribal do tempo de «All Hour Cymbals» e as electrónicas adubadas da era «Odd Blood», é excelente). A banda estica a corda mais uma vez e dá um novo e importante passo na sua discografia. Ouvem-se aproximações ao R&B (exemplos de «Henrietta» e «Devil And The Deed»), experimentações rock psicadélico («Folk Hero Shtick») e pop nova-iorquina de primeira linha («Fingers Never Bleed», «Longevity» e «Blue Paper», os três temas que abrem «Fragrant World», são extraordinários).

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