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A sueca Sarah Assbring,
a.k.a. El Perro Del Mar, está diferente. Se nos primeiros trabalhos a ouvíamos melancólica e a lamber algumas feridas (“
I lost the blues for you”, em «
Coming Down The Hill», ou “
This loneliness / Ain’t pretty no more / Loneliness / Only taking a place of a friend”, em «
This Loneliness»), agora as suas composições mostram-se mais
upbeat e combativas (“
Does it take a foreign place / Don’t want to feel lonely / Don’t want to feel lonely / Take it step by step / For a little moment / Don’t want to feel lonely / Don’t want to feel”, em «
To The Beat Of A Dying World»). A música de El Perro Del Mar mantém a cara
indie, maquilhagem agridoce e expressão
pop de câmara (via
Kate Bush). Porém, «
Pale Fire», disco inspirado pela
house music e pelo
trip hop de 90 (as preferências de Sarah Assbring nessa época), é mais que isso. As novas canções mostram-nos uma nova faceta de El Perro Del Mar: assimilam-se cadências
Sade, misturam-se texturas
Massive Attack («
Walk On By»), exploram-se produções DFA, com a orientação
Hercules & Love Affair («
I Carry The Fire»), sondam-se ritmos
reggae («
Love In Vain»), harmonias mais quentes («
Hold Off The Dawn») e segue-se o
modus operandi Arthur Russell («
Home Is To Feel Like That»). Abrem-se novos e interessantes caminhos. Ambientes espaciais e outonais. Canções mais sofisticadas que nalguns momentos podem acusar alguma falta de direcção («
Love Confusion»). Contudo, este novo «
Pale Fire» é bem simpático, chegando mesmo a ser mágico em algumas ocasiões.
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