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Se há banda que me surpreende pela sua longevidade e integridade, essa banda terá que ser os
Deftones. Os norte-americanos, carimbados à nascença com o selo do
nu-metal, cresceram com os sons de 90, mas cedo souberam adaptar-se às correntes e moldar o seu som às várias dinâmicas
metal.
Rock experimental para uns,
post-grunge para outros e
alternative metal para muitos, a música dos Deftones continua a desafiar-nos com estruturas dinâmicas e estridências
pop. Como o próprio Chino Moreno (vocalista) afirma: “É pesada, mas bonita”. «
Koi No Yokan», que é como quem diz “premonição de amor”, é já o sétimo trabalho da banda de Sacramento e o segundo a não contar com o contributo do baixista Chi Cheng (que continua a recuperar de um grave acidente de viação ocorrido em 2008). Este é, também, o disco que nos mostra os melhores Deftones desde «
White Pony» (2000). O som é visceral, mas sonhador (ouçam-se «
Entombed», «
Rosemary» e «
What Happened To You?»). A toada é agressiva, mas extremamente melodiosa («
Swerve City», «
Leathers» e «
Tempest»). Canções com a cara de 90, mas pensadas para o novo milénio. Notam-se mais elementos
pop (os sintetizadores em «
Entombed» são de destaque) e a identidade provocadora e áspera da banda mantém-se. Os Deftones estão de regresso, estão vivos e recomendam-se.
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