
A edição de «
Tramp», o terceiro álbum de
Sharon Van Etten, não foi fácil. Depois de se estrear com «
Because I Was In Love» (2009) e ter lançado «
Epic» (2010), um LP que mais parecia um EP, a
singer-songwriter de New Jersey, a residir em Brooklyn, assinou pela
Jagjaguwar, mas foi com a ajuda de Aaron Dessner, dos
The National, que conseguiu concluir o seu mais recente trabalho. Dressner disponibilizou a garagem transformada em estúdio para as gravações e produziu «
Tramp», disco que conta, também, com a preciosa colaboração de alguns amigos de Van Etten, como Zach «
Beirut» Condon, Julianna Barwick, Bryce Dressner (irmão de Aaron e seu companheiro nos The National), Thomas Bartlett (a.k.a.
Doveman), Jenn Wasner (
Wye Oak) e Matt Barrick (baterista dos
The Walkmen). Nomes que enriquecem o álbum e alavancam as “angústias” que Sharon Van Etten carrega na voz cristalina e nas texturas
folk das suas canções. Sonoridades aveludadas, assentes na melancolia
Mazzy Star e na atitude
rock de
PJ Harvey, que não esquecem a vertente mais tradicional da
folk (
Kurt Vile e os
The War On Drugs também andam por aqui), nem a
pop confessional e outonal dos
The Antlers. O resultado é excelente. «
Tramp» oferece algumas das canções mais introspectivas que 2012 viu nascer («
Serpents», «
Give Out», «
All I Can», «
We Are Fine», «
Magic Chords», «
Ask» e «
I’m Wrong» são as preferidas). Situação que fica ainda mais à vista no CD extra, intitulado «
Tramp Demos», que acompanha a edição especial e
deluxe do disco.
Sem comentários:
Enviar um comentário