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«
One Second Of Love», o segundo trabalho da norte-americana
Nite Jewel,
a.k.a. Ramona Gonzalez, é um dos discos
outsider de 2012.
Pop com heranças de 80 e ambientes escuros que conferem um certo mistério à música de Nite Jewel. Uma mistura tremendamente
pop que tanto pisca o olho aos Yello, como segue de perto a
synth pop de uns Visage e o som mais polido de uns Eurythmics. Canções suaves e sedutoras que me levaram à Galeria Zé dos Bois, há já uns meses, para ver e ouvir Nite Jewel em palco. A sala resultou e o público até se mostrou danado para a dança, mas «
One Second Of Love» foi apresentado de forma indolente e excessivamente descontraída. O que em disco nos seduz, em palco simplesmente não funcionou. Mas atenção, o álbum é mesmo muito bom. «
This Story», «
One Second Of Love», «
Mind & Eyes», «
In The Dark», «
Memory, Man» e «
Autograph» são algumas das canções mais doces de 2012.
Julia Holter dá uma ajudinha nas vozes (em «
One Second Of Love», a canção, e «
Mind & Eyes») e
DâM-FunK também surge na ficha técnica (sintetizadores e piano eléctrico em «
Autograph»). Lá pelo meio do
glamour e da sumptuosidade
pop, existe ainda tempo para momentos mais calmos e etéreos. Se «
Unearthly Delights» e «
No I Don’t» podiam ter sido melhor acabados, «
Clive», o tema que encerra o disco, é pura sedução (via Kate Bush). Nite Jewel tem talento, mas aquela noite na Galeria Zé dos Bois deixou-me de pé atrás. Ainda assim, a esperança é que me volte a surpreender num futuro próximo (se possível tanto em disco, como em palco).
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