Numa altura em que as listas de final de ano começam a mostrar-se, «Ekstasis», a proposta de 2012 da norte-americana Julia Holter, devia ao menos ficar reconhecido como o disco mais desafiante do ano. Música de câmara e alma etérea que tanto procura o repto pop Arthur Russell, em universos “Lynchianos”, como a experimentação Laurie Anderson e a elegância Julianna Barwick. Elementos que fogem do formato pop mais standard, mas que nos abrem novos caminhos para a música contemporânea. «Ekstasis» é uma continuação natural do debut álbum «Tragedy», de 2011. Aliás, julgo ser impossível falar de «Ekstasis» sem olhar para a extraordinária “tragédia grega” que Julia Holter nos ofereceu no ano passado (outra descoberta deste ano de 2012). O facto é que os discos acabam por complementar-se. Além da evidente familiaridade artística, «Tragedy» é inspirado na peça «Hipólito», de Eurípides, e o título «Ekstasis» é um termo grego para identificar um estado de espírito conflituoso (“fora de si mesmo”).
Ambos os discos são feitos de texturas celestes, misturando electónicas com elementos clássicos e outros mais pop. «Tragedy» é uma obra densa e negra e «Ekstasis» um disco mais acessível. Música atmosférica e de definições híper-sónicas que deixa marcas e mostra-nos uma saída avant-garde para a pop dos dias de hoje.
Ambos os discos são feitos de texturas celestes, misturando electónicas com elementos clássicos e outros mais pop. «Tragedy» é uma obra densa e negra e «Ekstasis» um disco mais acessível. Música atmosférica e de definições híper-sónicas que deixa marcas e mostra-nos uma saída avant-garde para a pop dos dias de hoje.
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