quinta-feira, 3 de abril de 2008

Editors no Campo Pequeno

Depois de na passada semana ter presenciado uma autêntica noite mágica com os Portishead, a pujança, os proveitosos riffs de guitarra e o apurado sentido pop dos Editors revelaram-se extremamente eficazes para a descompressão pós Portishead. Já tive a oportunidade de aqui transmitir a minha total admiração por «The Back Room» e alguma desilusão por «An End Has A Start». Se o primeiro recupera as lúgubres atmosferas dos Joy Division, o segundo parece corrompido pela produção limpinha e grandiosos momentos à Coldplay. Transpostos para concerto, ambos os álbuns dos Editors mostram-se urgentes e capazes de não deixar ninguém indiferente. A banda é muito boa ao vivo. Os riffs da guitarra de Chris Urbanowicz continuam a desempenhar o papel principal e a voz cavernosa de Tom Smith é a imagem de marca. Todavia, os maneirismos adoptados por Tom Smith a Chris Martin são perfeitamente desnecessários.

Após um início relativamente calmo, ao som de «Camera», a sequência «An End Has A Start», «Blood» e «Bullets» logo agitaram as hostes. O recinto não esgotou, é certo, mas tanto a plateia como as bancadas não se cansaram de saltar, cantarolar e incentivar a banda britânica. Pelo palco do Campo Pequeno passaram os grandes singles (destaques para «Munich», «Bullets», «All Sparks», «Blood» e «The Racing Rats»); temas que não são singles por mero acaso («Fingers In The Factories», «Lights», «Camera», «Bones» e «Escape The Nest»); e alguns lados b, dos quais destaco a valente interpretação de «Lullaby», clássico dos conterrâneos The Cure. «Smokers Outside The Hospital Doors» fechou mais uma proveitosa noite de música na capital portuguesa que, no meu caso, teve o agradável patrocínio da Antena 3 (um muito obrigado aos Editors e à Antena 3).
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A fechar deixo uma gravação ao vivo de «Lullaby», mais uma cover a passar por aqui.

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