sábado, 30 de junho de 2007

Radiohead - OK Computer

No seguimento da homenagem feita a Jeff Buckley, assinalando os 10 anos sobre o seu prematuro desaparecimento, julgo ser de bom agrado marcar, igualmente, o lançamento de uma das maiores obras discográficas dos anos 90. Apresentado em Lisboa, «OK Computer» foi lançado para os escaparates a 16 de Junho de 1997.

Considerado a obra maior dos britânicos Radiohead (não menosprezando os restantes registos, com especial enfoque para «The Bends» e «Kid A»), «OK Computer» representou uma pedrada no charco. Em meados dos anos 90, com a morte lenta e há muito anunciada do grunge em terras do Tio Sam e um cenário amorfo em terras de sua majestade, onde o relevante eram as quezílias entre bandas na imprensa «cor-de-rosa», o rock parecia escrever a sua nota de suicídio.

Nomeado para os Grammys de 1998 na categoria de Melhor Álbum de Música Alternativa, os Radiohead acabaram por vencer o Grammy para a Melhor Actuação de Música Alternativa. Porém, o reconhecimento foi massivo e tanto público como críticos especializados abraçaram «OK Computer» como obra-prima dos conturbados anos 90.
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Das 11 faixas de «OK Computer», só 3 tiveram honras de edição em single. «Paranoid Android», o primeiro, é a esquizofrénica combinação de 3 composições num único tema. «Karma Police» e «No Surprises», segundo e terceiros singles respectivamente, mostraram-se obras mais acessíveis e menos complexas. No entanto, «OK Computer» não viveu nem vive dos seus singles ou da sua complexidade ou falta dela (dependendo das opiniões). Temas como «Exit Music (For A Film)», «Let Down», «Climbing Up The Walls», «Lucky» e «The Tourist» fazem as delícias de qualquer melómano. Com um ambiente soturno, para não dizer pavoroso, «OK Computer» é nos dias que correm justificação para o surgir de enumeras bandas e respectivas obras discográficas (para o bem e para o mal).
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Deixo em airplay «Paranoid Android», tema obrigatório em qualquer playlist que se preze.

sábado, 23 de junho de 2007

Jeff Buckley

Já quase tudo foi escrito sobre Jeff Buckley...

Jeffrey Scott Buckley, filho de Tim Buckley, nasceu no dia 17 de Novembro de 1966 em Orange County, na Califórnia, e deixou-nos a 29 de Maio de 1997, afogado no Wolf River (Memphis, Tennessee). Dez anos após esse fatídico mergulho, Jeff Buckley continua a cativar os «suspeitos do costume», a angariar novos membros para o clã Buckley e a editar discos... Sim, a editar discos!

Apesar de ter lançado um único álbum de originais enquanto vivo (o soberbo «Grace»), a discografia de Jeff tem aumentado à medida dos desejos de Mary Guibert (sua Mãe). Não querendo entrar em discussões morais sobre possíveis oportunismos e obras póstumas, relembro que o essencial é homenagear o artista. Singular em todos os sentidos, desde a sua voz etérea às suas interpretações ao vivo carregadas de emoção e sentimento, Jeff passou ao lado do sucesso. Ignorado pelo público em geral e aclamado pela crítica e músicos em particular, Jeff Buckley será sempre o «next best thing»…

Artistas como Thom Yorke (Radiohead), Rufus Wainwright, Chris Cornell (Soundgarden), Mark Linkus (Sparklehorse), Antony (Antony & The Johnsons) e David Fonseca não hesitam em nomear Jeff como uma inspiração para as suas obras…

Já quase tudo foi escrito sobre Jeff Buckley. Deixemos a música expressar o resto...
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sexta-feira, 22 de junho de 2007

The National – Boxer

Oriundos de Cincinnati (Estado do Ohio), os The National cedo perceberam que o caminho para o sucesso estaria em Nova Iorque. Após a mudança, editam 2 álbuns e um EP antes de serem reconhecidos através de «Alligator» (2005). «Boxer», o sucessor, vem provar que «Alligator» não se tratou de um mero acidente de percurso e que os The National estudaram bem a lição em Nova Iorque. «Boxer» soa a Interpol em fase de reabilitação e sob o efeito de Prozac para atenuar o negrume que caracteriza a sua música («Squalor Victoria» e «Guest Room» comprovam-no). Porém, durante as gravações os The National dão de caras com os She Wants Revenge e revelam em «Mistaken For Strangers» como reunir Joy Division, The Cure e Depeche Mode num único tema. Apanham boleia de Leonard Cohen e apresentam «Green Gloves». Tentam abanar a anca com os New Order e o resultado é «Apartment Story». Pedem ajuda a Joanna Newsom e Devendra Banhart para cantarolar «sometimes you go la di da di da di da da» em «Racing Like A Pro». E oferecem «Brainy» para sonharmos no que os The National ainda nos poderão oferecer…
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Composto por 12 prováveis singles a figurar em qualquer blogue melómano, «Boxer» junta-se a «Wincing The Night Away» dos The Shins e «Dressed Up For The Letdown» de Richard Swift na melhor colheita pop de 2007. Como aperitivo, fica aqui, «Mistaken For Strangers», o primeiro avanço de «Boxer».
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