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segunda-feira, 11 de março de 2013

Beach House | Wishes

Os norte-americanos Beach House continuam a promover o excelente «Bloom», disco que editaram em 2012. «Wishes», o novo vídeo da banda, é uma das suas preciosidades.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Beach House | New Year

Os norte-americanos Beach House avisam que o recente vídeo de «New Year» é mais um produto home video do que um vídeo promocional de «Bloom». Perspetivas à parte, este é mais um vídeo da banda, montado a partir de imagens das sessões de gravação nos Sonic Ranch Studios, em Tornillo, Texas. Caso para dizer: ano novo, vídeo novo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Beach House | Wild


Os norte-americanos Beach House têm novo vídeo. «Wild» é retirado de «Bloom», o mais recente trabalho da banda. O vídeo é realizado por Johan Reneck.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Bloom


Ultrapassado que está o período anual de férias lá por fora, regresso à minha Lisboa e aos costumes de sempre, retomando também as apostas que vão sendo feitas por cá.

Tenho dito que são bons e a cada novo disco me convencem mais disso. Refiro-me aos norte-americanos Beach House. Dupla que, em 2010, nos ofereceu esse momento de magia pop em forma de algodão doce que é «Teen Dream». A banda está de regresso, com «Bloom», e o algodão doce vem ainda mais açucarado. Na verdade, as novas canções são tão doces que parecem caramelizadas e forradas a mel. Aviso: «Bloom», o quarto álbum de originais dos Beach House, pode tornar-se num caso sério de vício e dependência sonoras. É um disco que segue os caminhos do seu antecessor, mas sem que se sinta o esgotamento da fórmula pop shoegaze de Alex Scally plus voz melancólica de Victoria Legrand. A sua capa pode remeter-nos para o escuro da noite, mas as propostas de «Bloom» são luminosas. Atrevo-me mesmo a dizer que com este álbum os Beach House atingem a plena beleza nas suas canções. Música resplandecente que vem florescendo desde 2006. Enfim, «Bloom»!

sábado, 3 de abril de 2010

Viagens à tasca

De regresso à minha Lisboa e à música agridoce que desde sempre me tem acompanhado. O retiro no Rio de Janeiro colheu os seus frutos, eu sei, mas não há melhor lugar que o nosso recanto. Desta forma, foi com grande vigor que voltei a correr as tascas lisboetas. Correrias que, nas últimas semanas, se revelaram extremamente proveitosas e me apresentaram as mais recentes apostas de Charlotte Gainsbourg, Beach House, Josh Rouse, Delphic, Midlake, The Drums, Yeasayer, Gorillaz e Pantha du Prince. Excelente colheita que acabou por colorir o meu regresso ao quotidiano.
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Padrão dos Decobrimentos, Lisboa

Esta nova viagem inicia-se ao som dos etéreos Beach House. Duo que em pouco mais de seis meses visitou o nosso país por duas ocasiões (tive a felicidade de os ver na belíssima sala do Teatro Tivoli, aquando da segunda edição do Super Bock em Stock), oferecendo-nos um pouco da sua dream pop transvestida de melancolia. É exactamente essa dream pop que os Beach House voltam a convocar para, uma vez mais, comemorar a primeira metade dos anos 90 e a curta e saudosa carreira dos também norte-americanos Mazzy Star. Contudo, apesar da clara aproximação entre os dois universos, o timbre mais rico/colorido de Victoria Legrand e os arranjos hipnótico-shoegaze de Alex Scally colocam os Beach House num patamar mais cintilante em relação ao modelo Mazzy Star. Surgem, assim, outras influências tais como os Roxy Music («Lover Of Mine»), Yo La TengoSilver Soul»), Galaxie 500Zebra»), Mercury RevUsed To Be»), ou, mesmo, os Yeah Yeah Yeahs10 Miles Stereo»). Padrões que vêm acompanhando a dupla de Baltimore desde o debut álbum (2006) e que se aperfeiçoaram em «Devotion» (2008) e, agora, em «Teen Dream» (2010). Álbuns que fazem dos Beach House um dos segredos mais bem guardados da pop do século XXI e uma das suas forças melódicas mais polidas. Não acreditam? Então ouçam «Norway», «Silver Soul», «Used To Be», «Lover Of Mine», «Zebra»… Quanto a mim, confesso ser impossível resistir ao brio sonoro traçado por Victoria Legrand e Alex Scally.
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A segunda paragem deste autêntico retiro sonoro conta com a mais recente exploração pop dos nova-iorquinos Yeasayer. Banda que com o debut «All Hour Cymbals» (2007) parecia querer seguir os passos psicadélicos dos vizinhos MGMT, sem nunca perder de vista a universalidade pop de uns Animal Collective. Condimentos perfeitos para, na altura, criar algum frisson em torno da banda, enfatizando, também, o denominado movimento indie de Brooklyn. Dados que prometem continuar com o novo «Odd Blood», álbum que mantém um apurado sentido melodico-esquizoide, convocando mesmo assim novas audiências. Pois é, também estes se renderam aos eighties e ao modus operandi de criar ao revisitar. «Odd Blood» é composto por canções luminosas que trazem consigo o calor do verão e o vício da pista de dança. Porém, depois do seu extraordinário início com «The Children», «Ambling Alp», «Madder Red», «I Remember» e «O.N.E.», as melhores canções deste estranho e energético novo sangue dos Yeasayer, o disco prossegue para uma fase mais electro-experimental e menos atraente. Temas ambiciosos, sem dúvida, mas que pecam por se mostrarem megalómanos («Rome is gonna be mine it’s just a matter of time», em «Rome», e «Everybody's talking about me and my baby makin' love 'til the morning light», em «Mondegreen»). Não superando o debut «All Hour Cymbals», «Odd Blood» é um saboroso e inteligente segundo tomo de uma banda que promete manter-se na linha da frente no que toca a novidades made in Brooklyn.
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De Brooklyn seguimos para Austin, Texas, para conferir a mais recente aposta dos Midlake. Quinteto que ganhou visibilidade em 2006, com o excelente álbum «The Trial Of Van Occupanther», e que só neste ano de 2010 lhe deu um sucessor com «The Courage Of Others». Ora bem, aviso já que a resposta à pergunta que todos colocam é não. A longa espera pelo terceiro álbum dos Midlake não valeu a pena, isto porque «The Courage Of Others» é uma versão limpinha de «The Trial Of Van Occupanther». Está lá tudo o que nos encantou em 2006: Fleetwood Mac, Fairport Convention, America, Neil Young, Grandaddy. A diferença é que agora está tudo muito mais arrumadinho. Soft-rock mascarada de folk vivida nos anos 70 em transmissão HD. Canções muito bem construídas, de que são exemplo «Acts Of Man», «Winter Dies», «Small Mountain» e «Rulers, Ruling All Things», mas que não causam qualquer surpresa, nem abalo. É pena, pois «The Courage Of Others» até é um disco simpático, composto por canções honestas. Contudo, não me seduz e, assim sendo, julgo que vou continuar à espera do verdadeiro sucessor de «The Trial Of Van Occupanther».
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Mudamos de música, mas o background continua a ser a folk. Josh Rouse, norte-americano que reside em Espanha há já alguns anos, está de regresso aos discos com «El Turista», o seu oitavo trabalho de originais. Já por várias vezes aqui expressei a minha tremenda admiração pela música de Josh Rouse. «Under Cold Blue Stars» (2002) e «1972» (2003) são álbuns com lugar especial na discografia lá de casa. Porém, o certo é que desde então Josh Rouse não mais me conseguiu arrebatar. Os álbuns que se seguiram não eram maus, mas eram trabalhos menores que não chegavam a fazer mossa. Obras que foram acompanhando o percurso e a descoberta rítmica e melódica de Josh Rouse em terras latinas. Ora, se «Nashville» (2005) ainda se encontrava preso à folk e à cidade que lhe deu nome, «Subtítulo» (2006) já se aventurava Mediterrâneo adentro para nos oferecer uma colecção de canções solarengas, mas inconsequentes. Quanto a «Country Mouse City House» (2007), continua a parecer-se com uma agradável viagem entre o Nebraska e o sul de Espanha em piloto automático. Por tudo isso, foi com alguma relutância que decidi apostar neste «El Turista». Ainda para mais, grande parte do disco é cantado em espanhol. No entanto, a minha resistência foi vencida pela sensualidade melódica e voz lânguida de Josh Rouse. «El Turista», disco que marca o regresso de Brad Jones ao lugar de produtor, revela-nos um singer-songwriter rejuvenescido e com a lição do tropicalismo latino muito bem estudada. Bossa nova meets smooth jazz em cadência pop. Uma autêntica delicia que anuncia o regresso de Josh Rouse aos bons velhos tempos… Um disco perfeito para abrir, de forma oficial, a época do calor.
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Rumamos a norte da Europa ao som de «IRM», o álbum que regista o feliz encontro de Charlotte Gainsbourg com o multifacetado músico norte-americano Beck Hansen e me seduziu logo nas primeiras audições. Disco com alma indie e marca de qualidade Beck, a qual se vê aqui amplificada pela postura naïve de Charlotte Gainsbourg. Um verdadeiro ‘marriage made in heaven’ (mais um) na história da cultura pop. Canções com personalidade, assinadas por Beck e interpretadas por Charlotte, que compõem o trabalho mais consistente do músico norte-americano nos últimos sete anos. «IRM» é, também, o primeiro disco de Charlotte Gainsbourg após a operação, a que foi submetida em 2007, na sequência de uma hemorragia cerebral. Pode, por isso, ser visto como um disco mais sentimental e/ou uma verdadeira terapia para os receios e incertezas da cantora. Ouçam-se, por exemplo, «Master’s Hand» e «IRM», o tema título, os quais se assemelham a autênticas sessões terapêuticas. Porém, e de forma inteligente, «IRM» nunca perde o seu sentido melódico, evocando influências várias que passam pela chanson française (belíssima a versão de «Le Chat Du Café Des Artistes», de Jean-Pierre Ferland, e «In The End»), pela folk deambulante de Bob Dylan («Dandelion») e por exercícios mais orquestrais («Vanities» e «Voyage» são canções excepcionais) e outros mais radio-friendly (ora, ouçam-se «Heaven Can Wait» e «Times Of The Assassins»). Dados que fazem de «IRM» o melhor disco de 2009 a ser descoberto em 2010.
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E agora os Gorillaz. Um dos colectivos mais originais da pop que, álbum após álbum, me consegue apaixonar. Uma autêntica bimbi musical chef’iada por um Damon Albarn apreciador de hip hop e dub. Cozinhados que nos têm oferecido algumas das canções mais calóricas dos últimos dez anos (quem não se lembra dos deliciosos bombons «Tomorrow Comes Today», «Clint Eastwood», «19-2000», «Feel Good Inc.», «Dirty Harry» e «D.A.R.E.»?). Pois é, depois de anunciado o fim desta 'gastronómica' macacada, Damon Albarn e companhia lá decidiram reactivar a «cartoon band» para mais um álbum, o terceiro de originais. A notícia foi muito bem recebida e o álbum foi completamente devorado. Isto apesar de nas primeiras audições ter ficado com a nítida sensação de este ser o conjunto de canções mais magro do projecto. Ainda assim, os Gorillaz voltam a oferecer-nos excelentes sobremesas, desta feita com ingredientes dos The Go! TeamRhinestone Eyes»), TrickyStylo»), Pet Shop Boys meets The Postal ServiceOn Melancholy Hill»), ChromaticsEmpire Ants») e GoldfrappGlitter Freeze»). Mais, temos a presença de Snoop Dogg, Mos Def, De La Soul, Mark E. Smith, Lou Reed, Mick Jones e Paul Simonon. Convidados de luxo que justificam em pleno a convocatória de Damon Albarn. Algo me diz que está encontrado o disco que me acompanhará durante o verão de 2010.
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Continuamos em Inglaterra e com uma das bandas que mais furor criou em 2009. A causa para o entusiasmo foi a edição dos excelentes singles «Counterpoint» e «This Momentary». Os autores da proeza e dos singles são os Delphic, um trio de Manchester que vem sendo identificado como um cruzamento perfeito entre os New Order e os Muse. Compreendo a referência aos New Order, mas não considero correcta a inclusão dos Muse nesta salada electro-rock, que muito tem aliciado e baralhado as contas a Kele Okereke, dos Bloc Party. Entram, assim, no mesmo campeonato de uns Friendly Fires e Klaxons (e esqueçamos os Hot Chip, pois, verdade seja dita, ainda não os consegui compreender). Como já devem ter percebido, «Alcolyte», o debut álbum que finalmente nos chega às mãos, não nos traz nada de novo. Porém, é aí que reside o segredo do sucesso do álbum. Pop rock programado para a pista de dança, sem nunca cair no azeiteiro. «Alcolyte» é, assim, um excelente trabalho composto por requintadas canções pop. Não tencionam revolucionar o panorama pop, mas qual é o interesse disso quando a música é boa e satisfaz plenamente?
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Os The Drums chegam de Brooklyn e também conseguiram agitar as águas melómanas em 2009 com os singles «Let’s Go Surfing» e «I Felt Stupid». Canções estivais e tremendamente irresistíveis que registam o encontro perfeito entre a surf pop de uns The Beach Boys («Make You Mine»), a new wave de uns The Cure e New Order («Don't Be A Jerk, Johnny»), e o brit indie rock de uns The Smiths («Saddest Summer»). Como não bastasse, com «Down By The Water», a banda ainda tem tempo para ensinar os escoceses Glasvegas a compor uma atraente canção pop alicerçada na voz. Contudo, a essência da música deste quarteto nova-iorquino e do debut EP «Summertime!» passam pela praia, pelo surfin’ U.S.A. e por uma aparente atitude mais descontraída na hora de gravar. Em «Summertime!» tudo parece tocado e registado no sótão da casa de praia, local com vista privilegiada para o mar. Canções solarengas e extraordinariamente nostálgicas que nos têm feito muita falta. Condições que nomeiam os The Drums como uma das maiores promessas para o presente ano de 2010. Por enquanto, e até o debut LP nos chegar às mãos, deliciem-se com o EP «Summertime!» (provavelmente o melhor EP a ser editado em 2009) e com canções como «Let’s Go Surfing», «Make You Mine» (a minha preferida), «Down By The Water» e «I Felt Stupid».
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Agora uma novidade para mim. Pantha du Prince a.k.a. Hendrik Weber é um produtor alemão doutrinário de uma house music ambiente que está longe de cair no saco da 'música de elevador'. Em 2007 deu muito que falar com o álbum «This Bliss», disco que me passou completamente ao lado, confesso. Contudo, apoiando-me em muitos pareceres positivos, decidi apostar no novo «Black Noise». Sabia, de antemão, que era um disco distante do meu target cultural, mas que podia muito bem surpreender-me. Tanto podia que me surpreendeu mesmo. Música techno emotiva com o condão de nos relaxar e transportar para paisagens gélidas e, igualmente, idílicas. Paisagens idênticas à que surge na capa do disco, o qual foi composto algures nos Alpes Suíços. Portanto, apesar de ser um trabalho longo (cerca de setenta minutos), tudo bate certo neste «Black Noise». «Lady In A Shimmer», o tema de abertura, é um extraordinário cartão de visita para esta enregelada e emotiva música de Pantha du Prince. Ambiente retratado nas onze peças cristalinas de «Black Noise». No entanto, lá pelo meio encontramos «Stick To My Side», a canção mais pop do disco, a tal que conta com a preciosa colaboração de Panda Bear (a.k.a. Noah Lennox), dos Animal Collective; «A Nomads Retreat» e «Behind The Stars», os momentos mais house deste trabalho; o funk de «Satellite Snyper»; e o puro encanto de «Es Schneit». Um mimo de disco que irá, de certeza, desempenhar um papel fundamental nos meus poucos momentos de escape.
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E agora alguns vídeos...
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domingo, 10 de janeiro de 2010

Beach House | Used To Be

O duo norte-americano Beach House prepara-se para editar o seu terceiro álbum de originais. A banda que em Dezembro passado se apresentou ao público português, na segunda edição do festival Super Bock Em Stock, promete prolongar o encantamento proporcionado em «Beach House» (2006) e intensificado com «Devotion» (2008). «Teen Dream» é o título do novo trabalho, com edição marcada para o dia 26 de Janeiro, e «Used To Be» foi o primeiro single a ser revelado. Dream pop com aparência naïve que recupera a melancolia de uns Mazzy Star e o fôlego interpretativo de Nico. Brilhante canção de mais uma excelente banda de Baltimore.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Super Bock em Stock II

O roteiro para a segunda edição do Super Bock em Stock passava por assistir aos concertos de Wild Beasts, The Legendary Tigerman, Beach House, Little Joy, Patrick Watson e tentar espreitar as actuações de Voxtrot, Os Golpes, Ebony Bones, The Invisible e Wave Machine.
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Na primeira noite os britânicos Wild Beasts apresentaram o magnífico «Two Dancers» (segundo álbum da banda, editado este ano) e saíram claros vencedores deste primeiro tomo Super Bock em Stock de 2009. Incrível como a singularidade do falsete de Hayden Thorpe se mantém em formato live e a envolvência da sonoridade de «Two Dancers» sobrevive às fracas condições que a sala 1 do cinema São Jorge oferece. O público reagiu muito bem e deu a entender que canções como «The Fun Powder Plot», «We Still Got The Taste Dancin’ On Our Tongues», «All The King’s Men», «The Devil’s Crayon» e «Hooting & Howling» constam da actual playlist da maioria dos presentes. Actuação que, a meu ver, merecia uma nova visita ao nosso país, mas agora em nome próprio e numa sala como o Lux. Terminada a actuação dos Wild Beasts atravessámos a Avenida da Liberdade para assistir à salganhada funk pop rock tribal urbana da britânica Ebony Bones que muito tem dado que falar. Ebony Bones é uma mistura de Santigold, Karen O (Yeah Yeah Yeahs) e Skin (Skunk Anansie). Muita energia em palco, mas canções menores (muito menores) que qualquer composição das senhoras supracitadas. O espectáculo é empolgante, mas revela-se, igualmente, inconsequente e inconsistente (aproximação falhada aos Buraka Som Sistema). Seguiu-se The Legendary Tigerman que trouxe consigo algumas vozes femininas para apresentar «Femina», mas cedo se viu que esta não era a noite do Homem Tigre. O próprio, a determinada altura, e apercebendo-se da monotonia que estava a assolar a sua prestação, atirou com a guitarra ao chão e deu inicio à fase rock n’ roll blues que tanto o identifica. De louvar a metamorfose, mas para mim já era tarde e acabei por ir descansar de mais uma longa semana de trabalho…
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Na segunda noite a primeira cerveja teve o selo do Cabaret Maxime. Porém, rapidamente percebi que a música de Mocky resultaria muito melhor na sexta-feira, após uma intensa semana de trabalho e já em fase de descompressão, que no sábado. Segui para o Teatro Tivoli e aguardei pela estreia em palcos nacionais do duo norte-americano Beach House. Dream pop com travo melancólico que encontra nas entrelinhas da sonoridade dos conterrâneos Mazzy Star (de Hope Sandoval) o segredo do seu «aparente» sucesso. Temas simples e certeiros que cativaram uma sala muito perto de esgotar e justificou o agendar de novo concerto para Março de 2010 (dia 17 no Lux e dia 18 no Centro Cultural Vila Flor). Registe-se que Victoria Legrand e Alex Scally editam já no final de Janeiro «Teen Dream», o terceiro álbum de originais. Com mais uma caminhada até ao outro lado da Avenida da Liberdade espreitámos a competente actuação dos The Invisible. Já ouvi uma ou outra coisinha do novo álbum deste trio que soa a TV On The Radio, mas que aposta mais num experimentalismo indie pop ambiental enraizado na sonoridade dos Sonic Youth e que conta com o precioso auxílio de Matthew Herbert. Voltamos ao Tivoli para assistir ao concerto mais festejado do festival. Os Little Joy, banda que nasceu em Lisboa e que reúne Rodrigo Amarante (Los Hermanos), Frabrizio Moretti (The Strokes) e Binki Shapiro, mostraram ter uma forte legião de seguidores em solo português. A sala estava a abarrotar e o público celebrou cada tema como se tratasse do último single de sucesso que tanto nos seduziu nas últimas semanas. Confesso que o álbum é simpático e o concerto também o foi. Tanto o público como a banda estavam bastante contentes por ali estar a comemorar a música do homónimo álbum de estreia do trio que em palco é octeto. Tudo corria bem, mas eu saí de mansinho para conferir o concerto de Patrick Watson. O músico/banda, que ainda em Março de 2008 nos ofereceu um magistral concerto na Aula Magna, estava de regresso ao nosso país para apresentar «Wooden Arms», terceiro álbum de originais que se revela menos apelativo (entenda-se pop) e mais destinado a musicar qualquer película cinematográfica rodada no deserto norte-americano. Pois é, novo concerto, novo momento para ficar registado na memória. Patrick Watson é um músico de excepção e é autor de algumas das melhores canções editadas nos últimos anos. Canções acima da média e de um nível superior a qualquer uma das bandas presentes no festival da passada semana. Facto que ficou comprovado no momento em que músico e banda subiram ao palco da sala 1 do cinema São Jorge. É pena que o recinto não tenha estado à altura dos acontecimentos. O som foi abaixo umas três ou quatro vezes, o jogo de luz foi uma vergonha (incrível como Patrick Watson esteve completamente às escuras durante «The Great Escape») e quando os músicos se aventuraram a fazer o habitual número de «Man Under The Sea», ou seja, subir à plateia para tocar e cantar com o público, não houve ninguém que se lembrasse de ligar as luzes da sala… Peripécias que não impediram Patrick Watson de oferecer mais um magnífico espectáculo, mas que acabaram por manchar o festival e nos fazem pensar se será mesmo bom promover esta tipo de iniciativas quando os recursos são escassos.