terça-feira, 31 de maio de 2011

Battles | Ice Cream

«Gloss Drop» é o mais recente trabalho dos norte-americanos Battles e o álbum que mais tem tocado por estas bandas. «Ice Cream», tema que conta com a participação do chileno Matias Aguayo, é o seu primeiro single.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dois em um

Se a minha presença no concerto dos The National foi decisão de última hora, a comparência na Aula Magna para assistir à estreia de PJ Harvey em Lisboa há muito que estava assegurada. Para além da minha profunda admiração pelo percurso de Polly Jean Harvey, «Let England Shake», o seu mais recente trabalho, merecia-o. A noite tinha, então, tudo para ser histórica, não fossem marcar, para esse mesmo serão, a estreia em palcos lisboetas do projecto Twin Shadow… Ainda assim, o coração levou-me até à Aula Magna, onde PJ Harvey ofereceu um espectáculo irrepreensível. São poucos os concertos em que a sensação de perfeição prevalece. No entanto, foi isso que aconteceu naquela hora e meia. PJ Harvey e respectiva banda suporte, composta por John Parish, Mick Harvey e Jean-Marc Butty (um verdadeiro luxo, senhores), provaram que a sala da Aula Magna tem boas condições para acolher concertos, sejam de rock n’ rollBig Exit», «The Sky Lit Up» e «Bitter Branches»), de registos mais indieC’mon Billy», «Pocket Knife» e «The River»), comprimentos de onda mais etéreos («All And Everyone», «The Devil», «On Battleship Hill», «Silence» e «Angelene»), ou de qualquer outro registo musical. Foi incrível a forma como o som se mostrou tão nítido e se conseguiu compreender todas as palavras que PJ Harvey cantou (já que o contacto com o público foi mínimo). Surpreendentes, a força e o magnetismo de PJ Harvey e, acima de tudo, o seu excepcional reportório. Houve, de certo, quem ficasse desiludido, porque sucessos foram muito poucos e, pasmem-se, PJ Harvey apresentou «Let England Shake» de uma ponta à outra, tendo ainda tempo para mostrar «The Big Guns Called Me Back Again» (lado-b de «The Words That Maketh Murder»). No entanto, a sensação é a de que Polly Jean Harvey continua em excelente forma e, principalmente, continua a merecer o epíteto de «Rainha do Rock». Long live the Queen!
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Terminada a magia na Aula Magna, rapidamente percebo que ainda estava a tempo de fechar a noite da melhor forma… Corro, então, para o Lux, pois, como era de prever, o início do concerto de Twin Shadow estava demorado... O recinto estava composto, é verdade, mas as condições encontradas ficaram aquém do desejado. Se, duas horas antes, o concerto de PJ Harvey se demarcou pela primazia e profissionalismo, a actuação de George Lewis Jr. e companheiros de palco/festa revelou-se despretensiosa e assente no lado mais cool do rock com temperos dos anos 80. Compreendemos que «Forget», debut álbum de Twin Shadow, é um disco tremendamente bem produzido e repleto de excelentes canções. Sonhos pop que resultam muito bem ao vivo, mas que perdem alguma da sua força pela falta de “estrada” do projecto. George Lewis Jr. pode não conseguir controlar a voz que ainda não tem, mas canções como «At My Heels» (momento da noite em que o som se apresentou nas melhores condições), «Slow», «For Now», «Forget», «I Can’t Wait», «Shooting Holes», «Castles In The Snow» e «Tyrant Destroyed» são recompensadoras. Um bom concerto que fechou uma noite em grande.

sábado, 28 de maio de 2011

Malvado amor...

Desde a edição de «Boxer» (2007) que a música aveludada dos The National me seduz até ao tutano. Atracção que me fez ir à Aula Magna, a 11 de Maio de 2008, mas que agora me estava a afastar do concerto marcado para o dia 24 de Maio de 2011, no Campo Pequeno. Porquê? Além das recentes más experiências na sala do Campo Pequeno, simplesmente não queria manchar as memórias que ainda guardo daquela noite de 2008. Depois, e apesar de gostar bastante de «High Violet», o certo é que «Boxer» continua a demarcar-se de todos os restantes trabalhos dos The National e esse concerto já ocorreu em 2008. No entanto, um convite de última hora e a imensa admiração que tenho pela música destes senhores levou-me a mais um concerto. A noite estava muito quente e o público, que preencheu todos os sectores da sala de espectáculos do Campo Pequeno, tornou o ar quase irrespirável. No entanto, a prestação dos The National conseguiu aquecer ainda mais o ambiente. O público mostrou-se verdadeiramente apaixonado pela música da banda de Cincinnati (Ohio), mas sediada em Brooklyn, e as sempre empolgantes palmas rítmicas foram uma constante, mesmo quando o ritmo não o solicitava (recordo-me, por exemplo, de «Start A War» e «Slow Show»). Quanto aos The National, mostraram-se mais uma vez agradados por estar em Lisboa e até nos ofereceram um pequeno presente, tocando «Friend Of Mine», tema de «Alligator» que, segundo a banda, já não subia ao palco há mais de sete anos. De resto, houve boa música e excelentes canções (apesar de ter sentido a falta de «Brainy», «Daughters Of The Soho Riots», «Mistaken For Strangers» e «Lit Up»). Matt Berninger voltou a invadir a área reservada para o público e no fim houve ainda espaço para um momento unplugged e em formato a cappella, com o lindíssimo «Vanderlyle Crybaby Geeks».

sábado, 21 de maio de 2011

Buraka Som Sistema | Hangover (BaBaBa)


E agora, novidades dos Buraka Som Sistema. «Hangover (BaBaBa)» é o mais recente single da banda e o primeiro tema a antecipar a edição de «Komba», aquele que será o segundo álbum dos Buraka Som Sistema.

Bill Callahan | Riding For The Feeling

O norte-americano Bill Callahan regressou, recentemente, aos discos com «Apocalypse». Álbum que, surpreendentemente, tem passado um pouco ao lado de tudo e todos, mas que reúne uma excepcional colecção de canções com tempero americana. «Riding For The Feeling» foi a canção escolhida para promover o disco.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

James Blake | Lindisfarne

O britânico James Blake, uma das grandes revelações de 2011, no que a música diz respeito, acaba de divulgar mais um vídeo para o aplaudido e homónimo debut álbum. «Lindisfarne», um dos momentos mais calmos de «James Blake» e mais próximo do fascinante bucolismo de Bon Iver, é o tema escolhido para promover um dos melhores discos deste ano.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

JR in the sun

O passado fim-de-semana foi um dos mais quentes, se não o mais quente, deste ano de 2011. A desenfreada correria para a praia mais próxima e por um lugar na areia começou e as filas de trânsito ao sábado e domingo também. Nada melhor que pegar em «1972» (obra maior de um dos singer-songwriters mais aplaudidos da última década) para enfrentar o calor e anunciar a abertura da época balnear 2011. Música estival que recupera o soul e as boas vibrações da década de 70 e revitaliza a alma e o corpo. Elementos que desde 2003 me acompanham e deliciam, mas que menorizam os mais recentes registos de Josh Rouse. Por muito que me agrade o estilo descontraído de «El Turista», e a sua faceta bossa nova meets smooth jazz em cadência pop, o facto é que «1972» continua a fazer toda a diferença. Circunstância que se fez, uma vez mais, sentir no concerto do passado dia 15 de Maio, no Santiago Alquimista. Josh Rouse, em muito melhor forma que da última passagem por Lisboa, apresentou as suas várias facetas e a sensualidade melódica das suas canções. Voz lânguida e temperos que, ora recuperados da década de 70, ora importados da nossa vizinha Espanha, nos ofereceram uma agradável noite. No entanto, a fragrância que mais se sentiu foi a folk em registo «good vibrations» e o tempero soul. Em momentos como «Sunshine (Come On Lady)», «Life», «Love Vibration», «Lemon Tree», «Flight Attendant», «Summertime», «Comeback (Light Therapy)» e, claro, «1972».


sexta-feira, 13 de maio de 2011

PJ Harvey & Seamus Murphy | Let England Shake

Chegou ao fim a maratona videográfica de «Let England Shake». Das doze canções que compõem o mais recente trabalho de PJ Harvey saíram doze vídeos realizados por Seamus Murphy. Pequenas reportagens fotográficas de oito mil quilómetros de deambulações por terras de Sua Majestade.























segunda-feira, 9 de maio de 2011

Hey Brother!

No passado dia 4 de Maio o soul e o R&B subiram ao palco da Aula Magna pelas mãos de Aloe Blacc e dos The Grand Scheme (a sua banda suporte) para um concerto enérgico e cheio de alma e sensualidade. Foi ao som do pulsante «Hey Brother» (o tema de abertura) que Aloe Blacc apresentou a árvore genealógica da sua música e revelou alguns dos bálsamos que percorreram toda a Aula Magna, criando uma noite quase perfeita: James Brown, Stevie Wonder, Marvin Gaye e Al Green. Nomes que facilmente se identificam na música de Aloe Blacc, mas que o próprio se orgulha de seguir e nomear nos seus concertos. Mestres do soul que estão na base de «Good Things», o segundo álbum do norte-americano e o mote para o espectáculo em Lisboa. Como se não bastasse, o músico com ascendência panamense tem um reportório repleto de excelentes canções. De «I Need A Dollar» a «Life So Hard», passando por «Miss Fortune», «Loving You Is Killing Me» e «Take Me Back». Canções que passaram pelo palco da Aula Magna e aqueceram e bem o ambiente. Ainda assim, o momento alto da noite chegou quando, após uma curta pausa e o anúncio do regresso de Aloe Blacc a Portugal para o Cool Jazz Fest (28 de Julho), se evocou um outro mestre. «Billie Jean», original de Michael Jackson, entrou em cena e algo de mágico aconteceu. Magnifica interpretação de Aloe Blacc que, por mais incrível que possa parecer, me fez esquecer o original e não deixou ninguém indiferente. Escusado foi mesmo «Rico», o momento Caribe da noite que juntou Aloe Blacc a Maya Jupiter (australiana que assegurou a primeira parte do concerto), mas que não se encaixou no espírito soul que se viveu na Aula Magna. Ainda assim, os motivos para revisitar Aloe Blacc e a sua família musical ao vivo são mais que muitos…