quarta-feira, 30 de maio de 2012

M83 | Reunion

«Reunion», o segundo single a ser extraído de «Hurry Up, We're Dreaming», o álbum de 2011 do projecto M83, já tem vídeo. Uma sequela do anterior «Midnight City» e mais um trabalho realizado por Fleur & Manu. Nota especial para a homenagem feita a Adam Yauch (0:00:47).

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Rufus In & Out


A situação não é clara. O canadiano Rufus Wainwright, músico perspicaz e certeiro no que diz, declara-se “out of the game”, mas convoca Mark Ronson para assumir o papel de produtor no seu novo trabalho, o qual conta com a colaboração de nomes como Nick Zinner (Yeah Yeah Yeahs), Andrew Wyatt (Miike Snow), Sean Lennon e Nels Cline (Wilco), e chama a britânica Helena Bonham Carter para as gravações do primeiro vídeo promocional do álbum. Rufus Wainwright sempre fez por fugir às evidências e os seus discos espelham isso mesmo, construindo um importantíssimo legado pop e uma forte identidade criativa. Uma voz excepcional que vagueia entre a pop, a ópera, a música clássica e contemporânea e a cenografia. Singer-songwriter de excepção que este ano nos entrega, então, «Out Of The Game», uma luminosa colecção de canções pop e a resposta perfeita ao anterior «All Days Are Nights: Songs For Lulu» (2010). Rufus Wainwright ultrapassa, assim, a fase mais negra da sua música e fá-lo através de composições menos pomposas, é certo, mas extremamente pop e com tempero seventies. Canções que piscam o olho ao apuro Elton John, melodias The Beatles, glamour Roxy Music e/ou Queen e art-pop 10cc meets Burt Bacharach, mas que mantêm o incontornável cunho Rufus Wainwright. Temas como «Jericho», «Rashida», «Montauk», «Bitter Tears», «Perfect Man» e, claro, «Song Of You» que vêm enriquecer ainda mais a já magnífica mansão de Rufus Wainwright.

sábado, 26 de maio de 2012

Blood Orange | I'm Sorry We Lied


Devonté Hynes continua a apostar no trabalho que editou em 2011, enquanto Blood Orange. «I'm Sorry We Lied» é o mais recente vídeo do projecto e outra grande canção de «Coastal Grooves». O vídeo é realizado por Abteen Bagheri.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Ainda perto do paraíso


2007 estava a viver os seus derradeiros meses quando ouvi «The Great Escape», excepcional canção que me apresentou Patrick Watson, o músico e compositor nascido na Califórnia, mas crescido em Hudson, no Québec, Canadá, e Patrick Watson, a banda canadiana que apresentava o seu segundo álbum «Close To Paradise». A canção, que conquistou a minha atenção e admiração na primeira audição, juntava o delicado mundo de Antony Hegarty com o vozeado de Jeff Buckley. O álbum acabou por vencer o prémio Polaris em 2007 e a banda Patrick Watson percorreu o mundo para o apresentar, com relativo sucesso em Portugal. É certo que depois da descoberta não mais fui arrebatado pelos Patrick Watson. «Wooden Arms», álbum de 2009, parecia um disco de Patrick Watson para Patrick Watson. Um trabalho bem construído e musicalmente irrepreensível, mas fechado em si mesmo e pouco apelativo ao público que tanto frenesim criou em torno de «Close To Paradise». O mais recente «Adventures In Your Own Backyard» (2012) tenta recuperar a estreita relação estabelecida em 2007 com composições como «The Great Escape», «Daydreamer», «Luscious Life» e «Difters». Por isso, voltamos a encontrar excelentes temas pop, de tempero indie e confecção clássica, como são exemplo «Lighthouse», «Morning Sheets», «The Quiet Crowd», «Blackwind», «Strange Crooked Road» ou mesmo «Adventures In Your Own Backyard». Canções que mantêm as marcas de uma forte identidade musical, marcos de uma voz original. Texturas luminosas e algo melancólicas. O gosto pela pop barroca de um Rufus Wainwright e o molde interpretativo de Jeff Buckley. Em «Blackwind» descobrimos, ainda, pontos de contacto com a pop elegante de Andrew Bird e tanto «Lighthouse» como «Adventures In Your Own Backyard» parecem contar com a colaboração dos sempre bem-vindos Calexico. Disco um pouco irregular, mas cheio de boas canções a la Patrick Watson. Um álbum dedicado a Lhasa de Sela.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Donna Summer (1948-2012)


Donna Summer, a rainha da disco music, faleceu esta madrugada, com  sessenta e três anos de idade. A cantora norte-americana é a voz de temas icónicos como são exemplo «Love To Love You Baby», «Bad Girls», «Hot Stuff», «Last Dance» e, claro, «I Feel Love» (canção que já foi "samplada" por artistas como Madonna, Whitney Houston, Bette Midler, Diana Ross, Moloko, Britney Spears, Robbie Williams, Mylo, Stuart Price e Moby).

quarta-feira, 9 de maio de 2012

The Magnetic Fields | Quick!


«Quick!» é o segundo e o mais recente vídeo dos norte-americanos The Magnetic Fields para promover o último álbum de originais «Love At The Bottom Of The Sea».

domingo, 6 de maio de 2012

Wagner sings the soul


«Don't know what the fuck they talk about / Maybe blowing kisses maybe blowing names / Really what difference does it make?», em «If Not I'll Just Die». É com estas palavras de dúvida que Kurt Wagner abre as portas de «Mr. M», o mais recente trabalho dos norte-americanos Lambchop e o sucessor do menor «OH (Ohio)», de 2008. Disco dedicado ao amigo e malogrado singer-songwriter Vic Chesnutt e escrito já depois da batalha que Kurt Wagner travou contra uma doença grave. Álbum composto por canções com o cunho Lambchop. Temas de crooner, mas cantados por uma voz invulgar. Folk que caminha a passos largos para a pop, mas mantendo sempre a alma Americana. Elementos que podemos encontrar em qualquer um dos álbuns dos Lambchop. No entanto, «Mr. M» é um disco diferente. As suas canções, apesar de terem sido registadas em 2012, são de uma outra época. Um período de contemplação, requinte e bucolismo. Classicismo pop em tonalidades melancólicas, musicando-se, na perfeição, o sentimento de perda e de angústia. «Friends make you sensitive / Loss made us idiots / Fear make us critical / Knowledge is difficult», em «Mr. Met». Este é, até ao momento, o meu álbum favorito de 2012.

sábado, 5 de maio de 2012

Pop Magnética

Outra das minhas recentes apostas discográficas, com o selo de 2012, passou pelo mais recente trabalho dos The Magnetic Fields. Banda norte-americana que conheci aquando do conceptual e triplo álbum «69 Love Songs» (1999) e da passagem pelo palco do CCB (2001), mas que nunca mais larguei. Ora, apresentadas as suas sessenta e nove variações trovadorescas, Stephin Merrit e os The Magnetic Fields embarcaram em nova etapa, a «no-synth trilogy», da qual resultaram os competentes «I» (2004), «Distortion» (2008) e «Realism» (2010). Chegamos, então, a 2012 e a «Love At The Bottom Of The Sea». Álbum que reabilita os sintetizadores na composição dos The Magnetic Fields, mas que mantem o seu gosto pelo acaso e, principalmente, pelos amores e desamores de Stephin Merritt («A pity she does not exist / A shame he's not a fag / The only girl I ever loved was Andrew in drag»)Canções de dois minutos que confirmam uma das facetas mais naïve na pop da actualidade, que nunca deixa de piscar o olho ao melhor que aí tem surgido nos últimos tempos: se «Born To Love» parece produzida pelo Sufjan Stevens de «The Age Of Adz», «Infatuation (With Your Gyration)» e «The Machine In Your Hand» podem ter-se inspirado em «We Must Become the Pitiless Censors of Ourselves», de John Maus. Ainda assim, a música de «Love At The Bottom Of The Sea» vive da alma de Stephin Merritt: canções curtas, rimas caprichosas, instrumentação com tempero minimalista, entoação de desencanto, bizarrias e eficácia na hora de construir melodias pop. Dados que fazem de «Love At The Bottom Of The Sea» uma simpática colecção de canções pop que recupera algum do tempo perdido na «no-synth trilogy», enriquecendo ainda mais o legado cancioneiro de Stephin Merritt.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Porto seguro



Tempo de registar um dos regressos mais aguardados de 2012, o dos norte-americanos The Shins. Banda, que após o sucesso de «Wincing The Night Away» (2007), passou por algumas transfigurações. Novos membros / convidados foram substituindo velhos parceiros, consolidando, por sua vez, a posição do cantor e compositor James Mercer. Músico que no interregno de cinco anos, que separou as edições de «Wincing The Night Away» e o mais recente «Port Of Morrow», partilhou esforços com Brian Burton a.k.a. Danger Mouse ao comando dos Broken Bells. Episódio proveitoso que chega mesmo a dar o ar da sua graça nesta nova etapa The Shins, em «The Rifle’s Spiral», o tema de abertura e o mais recente single a ser extraído do disco. Já «Simple Song» e «No Way Down», dois dos exercícios mais refrescantes agora apresentados, estabelecem a ligação mais forte com o excelente antecessor «Wincing The Night Away». Por sua vez, «September» tenta recuperar a singular magia do debut «Oh, Inverted World» (2001), ficando a meio caminho desse objectivo. E se «Brait & Switch» e «Fall Of ‘82» podiam muito bem passar como lados-b de «It’s Only Life» e «40 Mark Strasse», a cinematográfica «Port Of Marrow» merecia nova apresentação de Natalie Portman para uma canção capaz de mudar as nossas vidas. O novo disco dos The Shins não desilude, mas também não nos enche de entusiasmo. É uma competente colecção de canções pop, a qual ficará sempre na sombra dos primeiros três registos da banda de James Mercer.