terça-feira, 27 de julho de 2010

Caribou | Sun

O canadiano Daniel Victor Snaith, a.k.a. Caribou e/ou Manitoba, é responsável por um dos melhores discos de 2010. «Swim» sucede ao galardoado «Andorra» (2007) e já conta com dois vídeos promocionais: «Odessa» e o mais recente «Sun». Música camaleónica com produção minuciosa e melodismo apurado que nos hipnotiza por completo. Registe-se que «Swim» está nomeado para o Polaris Music Prize (prémio que em 2008 foi ganho pelo mesmo Caribou, com o soberbo «Andorra»).

sábado, 24 de julho de 2010

EELS | Spectacular Girl

Em pouco mais de doze meses, Mark Oliver Everett compôs e produziu «Hombre Lobo», «End Times» e «Tomorrow Morning». Uma trilogia de álbuns conceptuais que nos oferece alguns dos melhores momentos musicais de 2009 e 2010. «Tomorrow Morning», o álbum que encerra a citada trilogia, será editado no final de Agosto, mas o vídeo de «Spectacular Girl», o seu primeiro single, já pode ser visionado aqui. Mais uma excelente canção na admirável discografia dos EELS. Entretanto, informo que os EELS já têm marcado o regresso a palcos nacionais (dia 19 de Setembro no Coliseu de Lisboa).

sexta-feira, 23 de julho de 2010

The Bees | Silver Line

«Sunshine Hit Me» (2002), o debut álbum dos britânicos The Bees, continua «fresco como uma alface». Música estival que encontra as suas maiores influências no reggae, no psicadelismo folk, no rock de 60 e no dub. Contudo, a minha atenção vai, agora, para «Silver Line», o excelente single de apresentação do quarto álbum de originais dos The Bees.

domingo, 18 de julho de 2010

2010 | Viagens à tasca em período de férias V

É certo que o factor España pode ainda estar por digerir, mas como o insucesso luso no mundial de futebol 2010 esteve mais relacionado com asnice alheia, regresso às calles madrileñas para fechar a minha recente passagem por Madrid. Visita que, além dos recuerdos já aqui explorados, me ofereceu alguns álbuns que teimam em não chegar ao nosso mercado discográfico e mais uma simpática proposta de nuestros hermanos. Através de uma rápida pesquisa na Internet descubro que Christina Rosenvinge nasceu em Madrid, mas a sua ascendência não é espanhola. Filha de Pai Dinamarquês e Mãe Inglesa, Christina é já uma veterana da música espanhola. Integrou as bandas Alex y Christina, no final dos anos 80, e Christina y Los Subterráneos, no início dos anos 90, mas foi em 1997 que Christina Rosenvinge editou o primeiro álbum em nome próprio. «Tu Labio Superior» (2008) captou a minha atenção pela sua sedutora capa e alguns comentário surpreendentes incluídos num autocolante promocional ao disco. Como se não bastasse, a FNAC disponibilizava uma edição especial (2010) que incluía um segundo disco composto pelo EP «Tu Labio Inferior», versões acústicas e uma cover do sucesso de Sufjan Stevens «Chicago». Apostei, assim, em «Tu Labio Superior» e não me arrependo. Como referi anteriormente o disco é bastante simpático e lá pelo meio encontramos canções que podiam muito bem fazer parte integrante da discografia de uma Keren AnnLa Distancia Adecuada»), ou WilcoLas Horas»), Sonic YouthTres Minutos»), Benjamin BiolayEclipse»), Cat PowerAnimales Vertebrados») e Carla BruniNadie Como Tú»). Boas canções com melodias pop e alma indie que não surpreendem por aí além, mas satisfizeram a vontade de conhecer alguma da nova produção musical espanhola.
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Agora um dos discos que já há algum tempo constava na lista de desejos a concretizar. A edição especialíssima de «Two Suns», o segundo trabalho do projecto Bat For Lashes, está repleta de extras. Além do álbum original, o qual, apesar de tudo, não atinge o nível do seu antecessor «Fur And Gold», encontramos oito faixas bónus e um DVD com o documentário «Two + Two». Mas falemos de «Two Suns». Disco que prometeu muito com os singles «Daniel», «Pearl’s Dream» e «Sleep Alone», mas que depois de bem mastigado deixa um pequeno buraco no estômago. Contudo, é algo que me intriga, confesso. Natasha Khan mantém a afeição pelas técnicas de composição Tori AmosMoon And Moon»), PJ HarveyTravelling Woman»), BjörkGlass»), Kate BushPearl’s Dream») e Fleetwood Mac («Sleep Alone»), aventurando-se, agora, em terrenos mais dançáveis, sombrios e próprios de uma Heather DubyTwo Suns») e de uns Blonde RedheadGlass»). Dados que engrandecem qualquer trabalho. Além do mais, o álbum vive das electrónicas lúgubres que fizeram história nos anos 80. No entanto, há momentos que caem na monotonia e cortam o entusiasmo inicial (ouçam-se, por exemplo, «Peace Of Mind» e «Good Love»). Nada que me faça largar «Two Suns», pois «Daniel» e «Glass» não o permitirão. Ainda para mais, e regressando aos extras desta nova edição, além de uma fascinante remix de «Sleep Alone», encontramos algumas versões alternativas de «Daniel» e «Good Love» e três excelentes coversA Forest», dos The Cure, «Use Somebody», dos Kings Of Leon, e «Lonely», de Tom Waits).
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Atravessamos o Atlântico para percorrer algumas das ruas de Nova Iorque. Primeiro ao som dos já veteranos Nada Surf. Alguém se lembra deles? Confesso que nunca me interessei pela música da banda. Pulsei ao som de «Popular», em 1996, e pouco mais. Rock alternativo de segunda que não me convenceu, mas que agora me obrigou a apostar em «If I Had A Hi-Fi». Porquê? Porque se trata de um trabalho feito de covers. Já, por várias vezes, aqui mostrei o meu interesse em cover versions. Interesse esse que chega ao ponto de provocar impulsos como este: adquirir um álbum de uma banda que nunca me disse grande coisa. No entanto, o disco é bem simpático. Não há nenhum tema que me surpreenda, é certo, mas o todo é consistente e muito recomendável. «If I Had A Hi-Fi» oferece-nos versões bem conseguidas de «Electocution» (Bill Fox), «Enjoy The Silence» (Depeche Mode), «Love And Anger» (Kate Bush), «Agony Of Lafitte» (Spoon), «Bye Bye Beauté» (Coralie Clément & Benjamin Biolay), «Love Goes On!» (The Go-Betweens), «Janine» (Arthur Russell) e «Question» (The Moody Blues). E depois ainda somos confrontados com uma excepcional arte gráfica que acompanha a edição de «If I Had A Hi-Fi».
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Terminamos com «Beast Rest Forth Mouth», o segundo álbum dos Bear In Heaven. Mais um produto com o selo de garantia de Brooklyn que promete entusiasmar qualquer melómano mais atento. Ora bem, a particular capa do disco ficou gravada na minha memória quando fui confrontado com um texto entusiasmado publicado no sítio electrónico da Pitchfork. Eric Harvey alertava que a música de «Beast Rest Forth Mouth» era mais que o nosso iPod, música com a qual nos iríamos querer envolver. De facto, «Beast Rest Forth Mouth» foi amor à primeira audição. Bastou escutar os primeiros cinquenta e nove segundos de «Beast In Peace», «Wholehearted Mess» e, essencialmente, «You Do You» para meter o disco debaixo do braço. Psicadelismo pop em laboração shoegaze. Prog-rock nascido do sonho pop «The Soft Bulletin», dos norte-americanos The Flaming Lips, e cantado por um Jake Shears em versão menos camp. Um disco como há muito não ouvia. Um trabalho desafiante e para ouvir com auscultadores que tanto pode fascinar os adeptos da música mais alternativa, como os seguidores de sons mais electrónicos. «Beast In Peace», «You Do You», «Lovesick Teenagers», «Ultimate Satisfaction», «Drug A Wheel» e «Casual Goodbye» são algumas das melhores composições editadas durante o ano de 2009 e que, no meu caso particular, ficarão para sempre associadas ao ano de 2010 e à cidade de Madrid.
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Para fechar esta última passagem pela capital espanhola escolhi «Lovesick Teenagers», o primeiro single de «Beast Rest Forth Mouth», dos Bear In Heaven.
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sábado, 17 de julho de 2010

Calexico - Live In Nuremberg

Os Calexico, uma das minhas bandas favoritas, acabam de disponibilizar, aqui e de forma gratuita, o concerto que passou em 2009 pela cidade alemã de Nuremberga. O alinhamento do espectáculo é composto, essencialmente, por temas de «Carried To Dust» (2008), o ignorado sexto álbum de originais da dupla norte-americana. Todavia, «Hot Rail» (2000), o disco que me apresentou os Calexico, também não é esquecido. Desse marco na música americana recupero o soberbo «The Ballad of Cable Hogue», tema que conta com a participação especial de Marianne Dissard.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Optimus Alive!10

Até há bem pouco tempo a edição de 2010 do festival OptimusAlive! não passava de uma mera miragem. Primeiro foi uma surpresa os passes de três dias e os bilhetes para o dia 10 terem esgotado. Depois, o meu principal interesse no festival deste ano passava pelo concerto dos norte-americanos LCD Soundsystem, actuação que estava marcada para o lotado dia 10. É evidente que haviam outros nomes sonantes e outros dias de enorme interesse, mas se não podia fazer o pleno (além dos bilhetes esgotados, quinta e sexta-feira foram dias marcados por formação de formadores), então teria que ir no dia de LCD Soundsystem. Como consegui o tão desejado ingresso? Ora bem, imaginem que têm uma colega de trabalho que compra o bilhete para dia 10, mas depois decide ir de férias nessa mesma semana. Portanto, enquanto a colega estava em Punta Cana a apanhar banhos de sol, eu enfrentava rajadas de vento e pó no passeio marítimo de Algés. Não é um máximo?
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Então, o dia começou ao som do estupendo indie rock dos norte-americanos Girls. «Album», debut editado em 2009, continua a encantar e a rodar com frequência no auto-rádio. Como se não bastasse, a música desta dupla de San Francisco revela-se estival e propicia para o tremendo calor que se fazia sentir no recinto do OptimusAlive!. Christopher Owens, vocalista e letrista da banda, surgiu com um porte mais limpinho que o habitual e mais adequado a festejos The Drums e/ou Vampire Weekend. Porém, a banda provou que o hype gerando em 2009 não é fruto de mero acaso, mas sim de excelentes canções como «Laura», «Hellhole Ratrace», «Lust For Life» e «Morning Light». Momentos que abrilhantaram o início do meu dia OptimusAlive! de 2010. Dia que avançou ao som dos velhos amigos Gomez. Estive pouco tempo junto ao palco Optimus, é certo, mas esse pouco tempo serviu para recordar o melhor que o indie rock, com tempero folk, britânico nos ofereceu no final dos anos 90. Há muito que não sigo, de uma forma atenta, os passos dos Gomez. Mas «Bring It On», «Liquid Skin» e «Machismo EP» obrigaram-me a passar pelo palco principal para ver e ouvir um pouco da música que tanta mossa fez há cerca de dez/onze anos.
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Rumámos, uma vez mais, ao palco Super Bock e às primeiras manifestações electrónicas do dia, com os Miike Snow. Conhecia (e conheço) muito pouco desta banda sueca. Os singles «Animal», «Black And Blue», «Silvia» e «The Rabbit» são excelentes cartões de visita, mas nada que me fizesse correr atrás do respectivo álbum de estreia. Porém, a contagiante prestação da banda alterou esse sentimento. Electrónicas extremamente atraentes que encontram na música de uns Passion Pit, Midnight Juggernauts e Friendly Fires o segredo do seu magnetismo. Note-se que o concerto foi perdendo algum do seu fulgor inicial, mas «Animal» chegou a tempo para recuperar o espírito festivo e fechar com chave de ouro uma empolgante performance dos Miike Snow. Depois, o programa previa a subida ao palco dos londrinos The Big Pink e do seu shoegaze. «A Brief History Of Love» é, para mim, um dos discos mais sobreavaliados de 2009 (tal como aconteceu com o homónimo álbum de estreia dos escoceses Glasvegas, no ano de 2008). Discos que recuperam os ambientes rock alternativo que fizeram história em finais dos anos 80, mas que se revelam inconsequentes e sem chama. Razão pela qual decidi descansar um pouco e preparar-me para o furacão Peaches.
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Pois é, a canadiana Peaches foi a grande vencedora da noite do passado dia 10. Actuação empolgante e uma atitude dominadora e extremamente provocante que, já sendo habitual nos concertos da entertainer, incendiaram as hostes. Um espectáculo avassalador, ao qual não escaparam os singles de maior sucesso da cantora, como disso são exemplo «Lose You», «Shake Yer Dix», «Talk To Me», «I Feel Cream» e «Fuck The Pain Away». Porém, a surpresa surgiu quando, ao som de «Show Stopper», Peaches se aventurou a andar sobre o público presente. «Jesus walks on water, Peaches walks on you» foram as palavras proferidas e o rastilho perfeito para a loucura total. Irreverência q.b. e uma mão cheia de excelentes canções pop que marcaram o melhor concerto da noite.
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Terminada a performance de Peaches sigo para o palco principal já ao som de «Release», tema que abriu o concerto dos Pearl Jam. Seguiram-se «Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town», «Animal», «Given To Fly», «In Hiding», «Unthought Known», «Nothingman», «Daughter», «Even Flow» e Simian Mobile Disco. Porque saí a meio do concerto dos Pearl Jam? Simplesmente porque estava a ser só mais um concerto dos Pearl Jam. Sucesso atrás de sucesso, muitos «obrigados» pelo meio, Eddie Vedder a ler uma carta em Português, mas tudo a acontecer em piloto automático. Senti que estava a faltar alma à actuação da banda e daí até à animação do palco Super Bock foi um saltinho. «I’m a hustler baby»… Meia hora depois regressámos ao palco principal, onde a prestação sem sal dos Pearl Jam continuava: «Better Man», «Smile», «Once», «Alive» e «Yellow Ledbetter» fecharam mais um concerto dos Pearl Jam em Portugal. Com isso, mais de metade dos presentes chispou em busca de um descanso e eu corri em busca de um lugar privilegiado para ver James Murphy e os seus LCD Soundsystem. Foi mais uma excelente prestação da banda de New York, mas que pecou por ser curta. Como é possível um concerto de encerramento de um festival ficar-se pelos 50 e poucos minutos? O alinhamento foi perfeito e a prestação da banda também, mas soube a tão pouco.
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Peaches

quarta-feira, 7 de julho de 2010

!!! | AM/FM

«Strange Weather, Isn't It?» é o novo trabalho dos nova-iorquinos !!! (Chk Chk Chk). O álbum que sucede a «Myth Takes», de 2007, é só editado em finais de Agosto, mas os MP3 já correm por aí. Entretanto, foi divulgado o vídeo de «AM/FM», o seu extraordinário single de avanço. Note-se que o vídeo é realizado pelos Black Dice.