sexta-feira, 5 de agosto de 2011
2011| Viagens à tasca em período de férias III
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Viagens à tasca

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Um pouco em forma de homenagem deixo Johnny Cash e o vídeo para «God’s Gonna Cut You Down», tema que também foi aproveitado por Moby em «Run On», de «Play».
domingo, 14 de outubro de 2007
2007 | Viagens à tasca em período de férias VII

Zürich Hauptbanhof
Relativamente aos aclamados Franz Ferdinand e ao soberbo homónimo álbum de estreia da banda escocesa, julgo que não haverá muito a acrescentar a tudo o que já foi dito. A compra serviu para o devido upgrade da edição standard de «Franz Ferdinand» (um bem haja a quem efectuou o upgrade à cópia pirata da mesma edição standard). Porém, e como seria de prever a música voltou a seduzir. Com o serviço a milhares de kms e o telemóvel em off, foi um regalo reencontrar «Jacqueline» e cantar em uníssono «It’s always better on holiday / So much better on holiday / That’s why we only work when / We need the Money»; Como nos encontrávamos numa entusiástica cidade suíça alemã «Ich heisse super fantastische» fez mais sentido e a música dos Franz Ferdinand incendiou ainda mais as hostes («This fire is out of control / I’m going to burn this city / Burn this city / If this fire is out of control / Then I / I’m out of control / And I burn»). Nunca um disco punk rock pareceu tão dançável e nunca a expressão pop&roll fez tanto sentido como em «Franz Ferdinand». «Take Me Out» é, e será, um dos grandes hinos da geração 00; para muitos o «Paranoid Android» dessa mesma década. Apesar de não serem maníaco-depressivos, o colectivo apresenta tendências bipolares, havendo canções em que surgem diferentes temas justapostos. No fim o resultado é um autêntico caleidoscópio de cores e sons. O ritmo contagia, a seiva das canções é doce como o mel e o festim está sempre garantido. «Jacqueline», «Take Me Out», «The Dark Of The Matinée», «Auf Achse», «Darts Of Pleasure», «Michael» e «This Fire» merecem figurar na lista dos melhores temas editados nos últimos quase 8 anos.
Como bónus desta edição especial encontramos a versão single de «This Fire» (no caso «This Fffire», produzida por Rich Costey) e os lados-b de «Darts Of Pleasure» («Van Tango» e «Shopping For Blood») e de «Take Me Out» («All For You, Sophia» e «Words So Leisure», a versão acústica de «Darts Of Pleasure»). O swing punk pop rock continua lá e esta reentrada em cena serviu para amenizar as constantes incursões na junk-food e kebab.
Voltamos a tropeçar nas surpreendentes promoções helvéticas aos «American Recordings» de Johnny Cash. Desta vez o tropeção foi no volume III, intitulado «American III: Solitary Man». Mais uma vez Johnny Cash apresenta-se ao seu melhor nível. Mais uma vez o minimalismo das interpretações marca pontos. Mais uma vez a selecção de versões é surpreendente. E mais uma vez a parceria de Johnny Cash com Rick Rubin arrecadou um Grammy, na categoria de melhor performance country masculina com a magistral gravação do tema título (uma versão de Neil Diamond). Traído pela sua saúde fragilizada, «Solitary Man», editado em 2000, foi a resposta musical de Johnny Cash à crescente debilidade física. O tema de abertura marca um pouco o sentimento de Johnny Cash. «I Won’t Back Down» (original de Tom Petty) é um autêntico testemunho de resistência («You can stand me up at the gates of hell / But I won’t back down»), tal como a superior versão de «The Mercy Seat» de Nick Cave («And I’m not affraid to die»). Desta vez a lista de convidados passa por Will Oldham, Tom Petty e Sheryl Crow. As interpretações Cash de universos mais ou menos reconhecíveis são os já referidos «I Won’t Back Down» (Tom Petty), «Solitary Man» (Neil Diamond), «The Mercy Seat» (Nick Cave) e ainda «One» (U2), «I See Darkness» (Will Oldham) e «Wayfaring Stranger» (tema tradicional dado a conhecer pelos saudosos 16 Horsepower). Quanto a originais, encontramos um apetitoso «Before My Time» e algumas reinterpretações de temas com marca registada Johnny Cash, das quais se destaca «Field Of Diamonds» que conta com a participação de June Carter Cash e Sheryl Crow. Mais um grande disco de Johnny Cash e Rick Rubin!
.Chega a vez dos Shivaree. Desde que Ambrosia Parsley surgiu no éter a dar as «boas noites à lua» que faço por dar atenção a este colectivo norte-americano. Os discos são medianos, é verdade, mas encontramos sempre três ou quatro pérolas dignas de registo. Desde o tema de maior sucesso «Goodnight Moon» aos radio-friendly «I Close My Eyes» e «John 2/14», do melancólico «Oh No» aos lânguidos «Daring Lousy Guy» e «Arlington Girl», do belíssimo «New Casablanca» aos devaneios pop qualquer coisa de «Bossa Nova» e «Pimp». Não fosse o suficiente para adquirir o mais recente «Tainted Love: Mating Calls And Fight Songs», deparei com um disco de versões. Há dias confessei a minha paixão pelo formato EP, hoje tenho de revelar a minha admiração pelas covers. Para a gravação deste «Tainted Love» Ambrosia Parsley convocou não só os dois parceiros habituais (Danny McGough e Duke McVinnie) como também Benjamin Biolay, Mickey Petralia, Chris Maxwell, Phil Hernandez, Mathew Cullen, Doug Weiselman e Scott Bondy, todos eles instrumentalistas, todos eles produtores. Desta forma, cada um produziu e ajudou a edificar um ou mais temas de «Tainted Love». O disco, como informa o sítio electrónico oficial, serve para relembrar as primeiras estórias amorosas que se vive(ra)m na adolescência: o primeiro encontro, o primeiro namoro, o primeiro beijo, etc. Para que tudo corresse da melhor forma Ambrosia seleccionou alguns temas que tratam o Amor por Tu. Bette Midler (com a ajuda de Phil Spector), Chuck Berry, R. Kelly, Michael Jackson, Tanya Tucker, Gary Glitter, Ike Turner, Rick James, Möntley Crüe, Spade Cooley e Led Belly foram as escolhas finais. Mais uma vez o disco é mediano e mais uma vez encontramos agradáveis surpresas, como são os casos do smooth alucinatório «Don’t Stop ‘Til You Get Enough» de Michael Jackson (que contou com a ajuda de Doug Weiselman); o folk R&B em «Half On A Baby» de R. Kelly (produção de Mickey Petralia); a harmonia de «Paradise» original de Phil Spector mas interpretado por Bette Midler (com a marca registada Benjamin Biolay); a pop açucarada em «Hello! Hello! I’m Back Again» de Gary Glitter (com o dedo de Danny McGough); o rock em «Cold Blooded» de Rick James (participação de Phil Hernandez); a interpretação muito ao jeito cabaret de «Looks That Kill» dos Möntley Crüe (mais uma vez com o auxílio de Phil Hernandez); e a despedida em «Goodnight, Irene» popularizada pelos Lead Belly (que contou com a ajuda de Chris Maxwell). Não estamos perante o melhor dos Shivaree, é verdade. Contudo, para que tal fosse possível teríamos que efectuar uma cuidada triagem a todos os registos do colectivo, juntando o melhor num só álbum. Enquanto isso não acontece, vamos esperando por encontrar mais jóias Shivaree.
Como destaque final, apresento uma das últimas gravações dos Franz Ferdinand, a cover de «All My Friends» dos não menos aclamados LCD Soundsystem. Registe-se que o vídeo é realizado por Anna McCarthy, irmã do guitarrista Nick McCarthy.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
2007 | Viagens à tasca em período de férias V
Zürich revelou-se uma cidade encantadora. Moderna, jovem, rebelde, e ainda assim politicamente correcta. À luz do dia os habitantes parecem respirar uma inquietude que se revela ao raiar da noite. Um desassossego contagiante que não deixa ninguém indiferente.

Não fossem razões de sobra, Zürich está repleta de tascas. Em cada canto parece surgir uma mega e/ou microstore. Por isso segui a velha máxima de melhor curar ressacas: 'prolongando a bebedeira'…
A primeira paragem teve o selo de qualidade da Musikhug, um dos estabelecimentos mais completos visitados até a data. Contudo, e apesar dos vários andares com as mais variadas secções e departamentos, a selecção pop/rock destacou-se pela negativa. Os principais aliciantes desta tasca passam pela música clássica, pelo Jazz e pelos instrumentos musicais. Nada contra a música clássica, nada contra o Jazz e nada contra os instrumentos. Mas em período de férias há que ingerir alguns doces… Desta forma ao primeiro contacto com os «aromas» de Zürich, a preços abaixo do mercado português, optámos por aprofundar o culto Johnny Cash e, mais uma vez, fazer o upgrade da cópia lá de casa do debut dos britânicos Hard-Fi.


Como destaque final deixo a rodar o novíssimo single dos britânicos Hard-Fi. «Suburban Knights» está incluído no mais recente «Once Upon A Time In The West», o segundo álbum da carreira da banda, e evidencia-se por estar alguns pontos abaixo de qualquer tema do debut «Stars Of CCTV».
domingo, 30 de setembro de 2007
2007 | Viagens à tasca em período de férias IV
Marktgasse - Bern
As escolhas de mais uma visita tasqueira recaíram sobre a folk.


Como aperitivo deixo «Hurt» (dos Nine Inch Nails) na voz de Johnny Cash. É certo que o vídeo foi rodado poucos meses antes do desaparecimento de Cash, o seu estado físico já não era o melhor, mas o tema é sem dúvida uma das pérolas deste «American IV» (a par de «Personal Jesus», «Bridge Over Trumbled Water» e «I’m So Lonesome I Could Cry»).