domingo, 25 de janeiro de 2009

Animal Collective | Merriweather Post Pavilion

O meu fascínio pelo universo Animal Collective não é recente. Já aqui referi várias vezes que a banda norte-americana é uma das maiores e mais importantes forças criativas da música pop da actualidade, sendo responsável por alguns dos álbuns mais admiráveis dos últimos dez anos. Álbuns esses, que agora evocados, me dão uma percepção clara da constante evolução e do aperfeiçoamento de fórmulas e conceitos na música do grupo. No início, o caos sonoro dava mostras de um devaneio experimentalista que ia beber ao rock psicadélico, bem como na folk mais minimalista ou mesmo na música tribal. Não existiam regras nem barreiras para a criação musical desta banda oriunda de Baltimore. Assim, desde 2000 que a música destes senhores tem vindo a aprimorar-se, descobrindo-se a cada novo disco caminhos alternativos para se chegar à melodia e à canção. Ora bem, «Merriweather Post Pavilion», álbum editado há umas semanas atrás e que já vai sendo apontado como o grande disco de 2009, volta a mostrar uns Animal Collective apostados em superarem-se a si mesmos e em lapidar um pouco mais as suas criações. Consumam uma revisão do melhor que produziram no último decénio e misturam-lhe as electrónicas. A música do grupo ganha novas cores e novos sabores (características que já haviam sido vividas em Maio de 2008, num concertaço que a banda deu no Lux). Canções como «My Girls», «Summertime Clothes», «Daily Routine», «Bluish», (…) e «Brother Sport» desvendam uma nova e tribal pop electrónica, que apesar de ser gerada pelas maquinarias se revela humana e plena de sentido e harmonia.
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Para terminar deixo em repeat «My Girls», uma das músicas mais empolgantes dos Animal Collective.
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sábado, 24 de janeiro de 2009

The Kills | Tape Song

Mais um vídeo a passar por este espaço. «Tape Song», uma das canções mais ouvidas durante o ano de 2008, é já o quarto single de «Midnight Boom», terceiro álbum de originais do poderoso duo The Kills. O vídeo é composto por filmagens efectuadas pela própria banda e captadas durante a digressão norte-americana com os The Raconteurs.

The Killers | Spaceman

Já há algum tempo que se esperava pelo vídeo de «Spaceman». O há muito anunciado segundo single de «Day & Age», terceiro álbum dos norte-americanos The Killers, sucede ao estrondoso êxito «Human», e promete prolongar a controvérsia em torno da banda: pop de primeira linha ou música popular de mau gosto? Eu aprecio bastantes o novo álbum destes senhores e por isso tudo farei para os ver no festival Super Bock Super Rock (no próximo dia 18 de Julho).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Empire Of The Sun | We Are The People

aqui havia noticiado a estreia dos Empire Of The Sun, banda australiana que apresenta uma pop nascida no céu e capaz de encantar qualquer um. Depois de uma primeira e fascinante entrega com «Walking On A Dream», tema que dá nome ao debut álbum, chega-nos agora o divinal «We Are The People». É impossível resistir-lhe...

Coldplay | Life In Technicolor II

Confesso que a edição de «Prospekt's March», EP que os Coldplay lançaram no final de 2008, ficou um pouco aquém do esperado. Os temas não aquecem nem arrefecem e a participação do rapper Jay-Z acabou por se revelar banal. O novo vídeo da banda é «Life In Technicolor II», tema retirado de «Prospekt's March» e um remake do instrumental «Life In Technicolor» do LP «Viva La Vida». A canção é boa, mas é para o vídeo que vai o meu destaque.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Antony & The Johnsons | Epilepsy Is Dancing

Mais um vídeo para aguçar o apetite pelo novo trabalho de Antony & The Johnsons. «Epilepsy Is Dancing» é já a segunda aposta de Antony Hegarty para «The Crying Light», o seu terceiro álbum de originais. Mais uma soberba composição de Antony que sucede ao não menos estrondoso «Another World». Temas que poderão ser conferidos nos espectáculos dos próximos dias 14 e 16 de Maio, no Coliseu de Lisboa e Theatro Circo em Braga. Por enquanto fica a criação dos Wachowski Brothers com o vídeo «Epilepsy Is Dancing».

Friendly Fires | Skeleton Boy

Ora cá está uma das melhores estreias em disco de 2008. Apesar do debut EP datar de 2006, só no ano passado é que os britânicos Friendly Fires se fizeram notar com os singles «Jump In The Pool» e «Paris» (este último a contar com a participação das Au Revoir Simone). A proposta é cool até não poder mais e o hype por esta nova banda promete durar. Para o comprovar está o mais recente single de «Friendly Fires»: «Skeleton Boy».

The Prodigy | Omen

«Omen» é já o segundo single a ser extraído de «Invaders Must Die», o novo trabalho dos britânicos The Prodigy, que só chegará ao mercado no próximo mês de Março. Depois de um discreto primeiro avanço, já aqui apresentado, Liam Howlet e companhia recuperam os ritmos e a sonoridade de outra época e de outro disco para um razoável momento de psicadelismo.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Beirut | La Llorona

Depois de no ano passado ter agendado e, logo de seguida, cancelado uma digressão europeia, a qual incluiria Portugal, Zach «Beirut» Condon foi para estúdio e gravou um duplo EP. «March Of The Zapotec» e «Holland» serão editados, durante o próximo mês de Fevereiro, num único pack. Todavia, ao passo que «March Of The Zapotec» segue a musicalidade Beirut, contando com a colaboração da Jimenez Band, «Holland» será editado sob o nome de Realpeople, um projecto synth-pop do singer-songwriter norte-americano. Por agora apresento «La Llorona», o novo vídeo de Beirut (tema incluído em «March Of The Zapotec»).

domingo, 11 de janeiro de 2009

2008 | Viagens à tasca em período de férias VII

Depois do formato EP, disco mais reduzido que continua no topo das minhas preferências coleccionistas, sigo para as edições especiais e limitadas. Mais uma vez as ruas de Londres mostraram-se especialíssimas nesta categoria. As versões, supostamente, melhoradas e de tiragem limitada proliferam em todos os escaparates londrinos que se prezem. Isto, apesar de na maioria dos casos o material extra não ser digno do dinheiro adicional que é solicitado. Todavia, o que é facto é que quando descubro uma edição especial de um disco que já figura na estante lá de casa fico desconsolado. Foi o que aconteceu com o álbum de estreia dos britânicos Foals (obrigado F por, mais uma vez, teres ficado com a versão standard).
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Picadilly Circus
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«Antidotes» foi, para muitos, a resposta britânica à afro-pop dos norte-americanos Vampire Weekend. É um álbum simpático, sim senhor, e com singles muito fortes, como são exemplos «Cassius», «Ballons», «Red Socks Pugie» e «Olympic Airways». Porém, apesar do resultado não ser melhor que «Vampire Weekend» (o disco), o debut álbum deste quinteto de Oxford é mais que a característica afro-pop dos nova-iorquinos. «Antidotes» é efervescência dance-punk com origem num rock clássico fortemente influenciado pelo techno e por uma faceta rock mais minimalista e paralelamente mais experimental (ou se preferir, math rock). Reverberação que deu muito que falar aquando da sua edição, mas que rapidamente perdeu fulgor nos meandros da pop de 2008. Como o meu entusiasmo com o disco continuava a ser o mesmo, resolvi adquirir a edição dupla de «Antidotes». Neste caso, os extras revelaram-se autênticas cerejas em cima do bolo que é «Antidotes». Assim, além do elegante e global afrobeat a la Talking Heads em «The French Opener», a empolgante ska-pop-jazz-punk-e-mais-qualquer-coisinha em «Cassius» e «Ballons» ou as deliciosas melodias indie-rock em «Red Socks Pugie» e indie-pop em «Big Big Love (Fig. 1)», encontramos um segundo disco com os primeiros dois singles que notabilizaram a banda, mas que acabaram fora do alinhamento do álbum («Hummer» e «Mathletics»), os seus respectivos lados-bAstronauts ‘N’ All» e «Big Big Love (Fig. 1)» e os cinco temas ao vivo, gravados em Fevereiro de 2007 no Liars Club de Nottingham, que compõem o EP «Foals: Live» (2007). Verdadeiros extras que enriquecem ainda mais «Antidotes» e fazem desta edição um autêntico regalo londrino, com a marca de Oxford Street.
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A dança continua na Oxford Street, mas agora ao som do duo electrónico The Knife. Já há algum tempo que andava a namorar «Silent Shout», o quarto álbum de originais dos suecos que em 2006 foi eleito álbum do ano pela publicação online Pitchfork. Razão mais que suficiente para dar atenção ao disco e à banda. No entanto, foi a edição limitada e deluxe de «Silent Shout» que acabou por aumentar os meus gastos londrinos. A presente reedição do álbum, de 2007, veio juntar num mesmo pack o marcante trabalho de 2006 e a experiência audiovisual que saiu um ano depois em CD+DVD: «Silent Shout: An Audio Visual Experience». Ora bem, «Silent Shout» é de facto um disco excepcional. Electrónicas old-school com personalidade. Retro-kitsch pop sombria e precisa que não se perde com adereços (ouça-se o extraordinário single «Marble House»). Música fria e mecânica capaz de nos assombrar pela forma, pela ousadia e pela sua singularidade. Particularidades que nos são apresentadas, também, ao vivo: ora em CD, ora em DVD. «Silent Shout: An Audio Visual Experience» regista uma actuação do duo em 2006 na cidade de Estocolmo e revela-se, também, numa experiência electro/techno obrigatória. Se no disco ao vivo escutamos os ecos da reconhecida originalidade dos The Knife, capaz de misturar ambientes Kraftwerk e Jean Michel Jarre com ritmos Aphex Twin e The Orb, no DVD adicionam-se imagens, um extraordinário jogo de luzes e alguma teatralidade que pisca o olho à robótica dos Daft Punk e a agitações synth-pop dos Devo. Depois de visionado o espectáculo áudio e visual dos The Knife, encontramos ainda onze vídeos e um pequeno documentário sobre o duo. Dados que fazem desta edição um verdadeiro disco de luxo.
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Numa das muitas caminhadas londrinas desemboquei na afamada e multicultural Brick Lane Street. Num dia em que a chuva teimava em desempenhar o papel principal, decidi dar um salto à Rough Trade de East London. Vá-se lá saber porquê, tive a sorte de chegar à hora do showcase dos norte-americanos HEALTH (banda que entrou na batalha «Crimewave» com os Crystal Castles e que em 2007 lançou o seu homónimo e estrondoso álbum de estreia). Apesar da pomposa actuação, que poderá ser visionada aqui, o que me agarrou mais £ 15 foram as edições especiais e limitadas dos dois últimos álbuns dos, também norte-americanos, The Hold Steady. Rapaziada animada e muito determinada. Banda formada em 2003 por Craig Finn e Tad Kubles (colegas de palco nos Lifter Puller) e pensada para dar continuidade à caminhada dos canadianos The Band. Ora bem, apesar de em Portugal não passarem de perfeitos desconhecidos, os The Hold Steady são, porventura, a banda rock norte-americana mais conceituada internacionalmente. Desde o álbum de estreia «Almost Killed Me» (2004) que o seu eufórico e musculado rock tem fomentado algum entusiasmo junto dos media e do público mais atento. Isto não só por praticarem um virtuoso rock clássico, que colhe as suas principais influências em nomes como os The Who, Lou Reed e em Bruce Springsteen, mas também porque Craig Finn é um dos grandes letristas norte-americanos (ouçam-se, por exemplo, os soberbos «Stuck Between Stations», «Chillout Tent», e «First Night»).
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Finn demonstra inteligência e extrema sagacidade na escrita de temas em que a temática cai muitas vezes no rotineiro cliché rock «sex, drugs and rock n’ roll». Excessos que encontramos, por exemplo, em «Chips Ahoy!», «Hot Soft Light» e «Party Pit» e que acabaram por ser o combustível perfeito para o motor The Hold Steady em «Boys And Girls In America» (álbum de 2007 que acabou reeditado numa edição especial e limitada que inclui um segundo disco com oito temas ao vivo). Excelente aquisição que acabou complementada com «Stay Positive» (2008), o seu não menos espectacular sucessor que aqui apresenta três temas extra. As reacções ao álbum foram muito boas e a euforia continuou. «Stay Positive» é mais um excelente álbum que acabou descrito por Craig Finn como o resultado de um deleitoso envelhecimento que decorre da possibilidade de aos trinta e sete anos conhecer os quatro cantos do mundo por tocar numa banda rock. Brindam à vida, aos excessos e ao génio de Joe Strummer («Constructive Summer»). Recusam passar por uma qualquer «midlife crisis» e à porta dos quarenta anos não têm vergonha em mostrar as suas rugas e rock n’ rollar como se tivessem dezoito.
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Continuamos com o rock norte-americano. Os Okkervil River são uma descoberta relativamente recente. O indie folk rock de «The Stage Names» e as cuidadas composições de Will Sheff foram uma das minhas grandes surpresas de 2007 e «Our Life Is Not A Movie Or Maybe», «Plus Ones» e «John Allyn Smith Sails» acabaram por encantar o meu segundo semestre de 2007. Como a sequela de «The Stage Names» tardava em aparecer no mercado, decidi agarrar a «definitive edition» do conceptual «Black Sheep Boy» (2005), trabalho que notabilizou a banda de Austin, Texas. Segundo Will Sheff, «Black Sheep Boy», o álbum, é inspirado na canção, com o mesmo título, do singer-songwiter norte-americano Tim Hardin. Tema esse que foi recuperado pelos Okkervil River para dar início à sua narrativa e que acabou por percorrer todas as entrelinhas da metáfora «Black Sheep Boy». As canções são melódicas e concisas. À aparente agressividade e/ou loucura demonstradas em «For Real», «Black» e «The Latest Toughs», contrastam com alguns dos momentos mais calmos, harmoniosos e, paradoxalmente, mais negros da carreira da banda (exemplos de «A Stone», «In A Radio Song», «A Glow» ou «A King And A Queen»). Porém, é o longo e deleitoso «So Come Back, I Am Waiting» que mais brilha nesta negra e moderna obra-prima dos Okkervil River. Disco que acabou por ser reeditado, em formato duplo, e que veio acrescentar ao álbum original os sete temas que compõem o EP «Black Sheep Boy Appendix», o etéreo «The Next Four Months» (lado-b de «For Real») e os vídeos de «For Real» e «No Key, No Plan». Brilhante é a palavra que mais se coaduna com esta «definitive edition» de «Black Sheep Boy» dos Okkervil River. Um álbum que tanta falta me fez nos últimos anos...
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Para terminar deixo aqui o extraordinário vídeo de «For Real», dos Okkervil River.
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Franz Ferdinand | Ulysses

Aposto que já há muita gente a salivar pelo novo álbum dos escoceses Franz Ferdinand. A edição de «Tonight», o terceiro álbum de originais da banda, está prevista para o próximo dia 26 de Janeiro. «Ulysses» é o primeiro single e o vídeo já roda aqui. Pop 'N' Roll com a qualidade Franz Ferdinand.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2008 num 'post'

1. MGMT - «Oracular Spectacular»;
2. TV On The Radio - «Dear Science»;
3. Portishead - «Third»;
4. Vampire Weekend - «Vampire Weekend»;
5. Fleet Foxes - «Fleet Foxes»;
6. Deerhunter - «Microcastle / Weird Era Cont.»;
7. Bon Iver - «For Emma, Forever Ago»;
8. The Last Shadow Puppets - «The Age Of The Understatement»;
9. Cut Copy - «In Ghost Colours»;
10. Late Of The Pier - «Fantasy Black Channel»;
11. The Kills - «Midnight Boom»;
12. No Age - «Nouns»;
13. Lil Wayne - «Tha Carter III»;
14. The Dodos - «Visiter»;
15. Nick Cave And The Bad Seeds - «Dig, Lazarus, Dig!!!»;
16. The Walkmen - «You & Me»;
17. Buraka Som Sistema - «Black Diamond»;
18. Santogold - «Santogold»;
19. Shearwater - «Rook»;
20. Crystal Castles - «Crystal Castles».