terça-feira, 23 de março de 2010

Foals | This Orient

Os britânicos Foals voltam à carga e acabam de apresentar o vídeo para «This Orient», o segundo tema a ser extraído de «Total Life Forever». Confesso que o novo álbum, o segundo da banda de Oxford, a ser editado no próximo mês de Maio, começa a criar alguma expectativa.

domingo, 21 de março de 2010

Arctic Monkeys | My Propeller

Mais um vídeo dos Arctic Monkeys para promover «Humbug», o excelente terceiro álbum de originais da banda de Sheffield. «My Propeller», tema que abre «Humbug» de forma exemplar, sucede, assim, aos êxitos «Crying Lightning» e «Cornerstone». O vídeo é realizado por Thirty Two.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vitalic | Second Lives

...provavelmente o vídeo do ano...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Florence, a mag(n)a incendiária

Ben Harper, The Smashing Pumpkins, dEUS, Au Revoir Simone, The Gift, Xavier Rudd, Wraygunn, Kings Of Convenience e, agora, Florence + The Machine. Tudo concertos, realizados na Aula Magna, em que os ingressos destinados à plateia deram, igualmente, acesso à zona das cadeiras doutrinais e, em casos pontuais, ao próprio palco. Contrariedade para quem pagou mais com a aquisição dos bilhetes, mas uma autêntica fortuna para quem previa ficar a mais de dez metros dos verdadeiros acontecimentos. Ventura que não me agradou muito, é certo, mas que acabou por entusiasmar o público, transformando um concerto irregular num momento de magia e pura exaltação. Irregular, porque o concerto viveu, claramente, de duas fases distintas: uma primeira fase em que a «star quality» de Florence Welch se mostrou distante e um pouco incomodada com o «strange scenario» da Aula Magna (razão pela qual temas como «Howl» e «Kiss With A Fist» se apresentaram tão frios) e uma segunda fase em que a invasão da zona reservada aos lugares mais caros, solicitada pela própria Florence, aqueceu o ambiente, invertendo o referido cenário. Foi ao som de «Drumming Song» que o público se «incendiou» e Florence retribuiu com a mesma moeda, oferecendo-nos um fulgoroso desempenho em palco. Acompanhada de excelentes músicos, conhecedores da musicalidade de uns The National e da distorção de uns Godspeed You! Black Emperor, Florence mostrou-se surpreendida, com a calorosa recepção de uma Aula Magna esgotada, e extremamente satisfeita por poder fechar com chave de ouro a sua digressão europeia. Não se fartou de cortejar o público presente e prometeu regressar ao nosso país. Dados que anunciam mais um caso de culto entre o público português.
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Para terminar escolhi «Dog Days Are Over», o mais recente vídeo de Florence + The Machine. Tema que abre «Lungs» e que encerraria o concerto da passada semana em beleza caso não houvesse o empolgante encore com «You've Got The Love» e «Rabbit Heart (Raise It Up)». O single já de 2009, mas Florence acaba de revelar uma nova visão para 2010.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Owen Pallett's LxFantasy

«Então, que canções querem ouvir?», pergunta a determinada altura Owen Pallett, a.k.a. ex-Final Fantasy, ao público que esgotou o segundo concerto do canadiano no Maria Matos. A resposta foi imediata e «Peach, Plum, Pear», original de Joanna Newsom, foi um dos temas que angariou mais adeptos. No entanto, e no que se refere a cover versions, Owen Pallett preferiu apostar na pop pastilha elástica de «Fantasy», canção popularizada por Mariah Carey. Nada contra, pois o toque de Pallett é como o do algodão, não engana, garantindo assim a qualidade habitual dos seus trabalhos. «Heartland», terceiro álbum de originais, mas o primeiro em nome de Owen Pallett, era o mote para os dois espectáculos, esgotados há muito, em Lisboa (a cidade onde nasceram alguns dos seus temas). Munido do seu violino e de um pedal de loops multi-funções, Pallett lançou os coloridos foguetes de «Has A Good Home» (2005), «He Poos Clouds» (2006) e «Heartland» (2010), para gáudio do público presente, e ainda teve tempo para apanhar as canas. Nota para o precioso auxílio de Thomas Gill, o seu novo companheiro de estrada, na percussão, guitarra e efeitos vocais. Porém, a virtude do espectáculo do passado dia 11 de Março passou pela primorosa visão e interpretação clássicas de Pallett de canções pop. São exemplo «He Poos Clouds», «This Is The Dream Of Win & Regine», «This Lamb Sells Condos», «Lewis Takes Off His Shirt», «Many Lives => 49 MP», «Keep The Dog Quiet», ou mesmo, «Oh Heartland, Up Yours!». Autênticas fábulas que ao vivo respiram a mestria performativa de Owen Pallett quer ao violino, quer ensaiando as suas cadências e melodias no pedal de loops. Ora, é igualmente aqui que poderá surgir algum «des-clic» em relação à actuação de Pallett. Isto porque as canções nascem e crescem de padrões melódicos criados e gravados no momento para depois entrarem em loop constante, dando-lhes o corpo necessário. Corpo que por vezes se revela demasiadamente denso, mas que acaba por encontrar o ponto de equilíbrio na alma musical de Owen Pallett.

Para terminar, apresento o vídeo de «Lewis Takes Off His Shirt», o primeiro single de «Heartland».

sábado, 13 de março de 2010

B.R.M.C. | Beat The Devil's Tattoo

Os norte-americanos Black Rebel Motorcycle Club, já com Leah Shapiro na bateria, acabam de lançar um novo álbum de originais. «Beat The Devil's Tatoo» é o primeiro trabalho da banda a ser editado pela Abstract Dragon (a editora dos B.R.M.C.), numa parceria com a Vagrant Records e o Cooperative Music Group. O primeiro single é o tema título do álbum e, pela amostra, o trio parece querer recuperar as melodias country gospel do soberbo «Howl» (2005).

quarta-feira, 10 de março de 2010

Deftones | Rocket Skates

aqui tinha manifestado a minha vontade de ouvir material novo dos norte-americanos Deftones. Pois é, o momento chegou, mas o resultado não é nada animador. «Rocket Skates», o vídeo promocional de «Diamond Eyes», o sexto trabalho da banda de Sacramento, cansa. Riffs poderosos e demasiados gritos que nos remetem para o debut «Adrenaline» (1995) e se revelam fora de época. O álbum deverá chegar às lojas no próximo dia 18 de Maio.

terça-feira, 9 de março de 2010

Goldfrapp | Rocket

Os britânicos Goldfrapp estão de regresso aos álbuns e aos vídeos. «Rocket» é o primeiro single a ser extraído de «Head First», o quinto trabalho da banda que chegará ao mercado no próximo dia 22 de Março. Pela amostra, as electrónicas voltam a ditar a regra e, apesar de eu continuar a afirmar a minha preferência pelos ambientes trip-folk-hop de Alison Goldfrapp e Will Gregory, o resultado é delicioso.

domingo, 7 de março de 2010

2010 | Viagens à tasca em período de férias II

Depois de pouco mais de vinte e quatro horas em Genebra, regresso a Lisboa para cumprir com a escala prevista na senda do Rio de Janeiro. Escala essa que é abrilhantada pela estupenda actuação dos britânicos Arctic Monkeys. Rumo, então, ao outro lado do Atlântico e à tão afamada «Cidade Maravilhosa». À chegada, por volta das 19:45, registavam-se 38.º graus centígrados… Conseguem imaginar uma recepção mais calorosa? Não bastasse, a minha passagem pelo Rio de Janeiro ficou marcada pela excepcional simpatia e hospitalidade do povo carioca. Razão pela qual aproveito a oportunidade para aqui expressar todo o meu apreço e agradecimento a Ricardo Lourenço, Felipe Ferreira, José Carlos Santiago, Andrea & António («Quadrophenia» já faz moça…), Maurício, Juliete, Bernardo, D. Lais, Pedro Paulo, Ana Clara… e claro André Lourenço e Manuel Pedro.
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Foram duas semanas cheias de calor e boa disposição, sem a habitual ansiedade de procurar a tasca mais próxima para saciar um pouco os ouvidos. É certo que a música brasileira nunca me agarrou verdadeiramente. Atenção, não quero, com isto, expressar o meu desamor pela música brasileira. Antes pelo contrário. Artistas como Caetano Veloso, Elis Regina, Antonio Carlos Jobim, Cansei de Ser Sexy, Chico Science, Maria Rita, Seu Jorge, Adriana Calcanhotto, entre muito outros, são sempre bem vindos. No entanto, também não posso afirmar que sejam paixões arrebatadoras. Casos que me façam correr atrás da discografia completa de determinado nome. Ainda assim, e apesar de não ter tido a oportunidade de visitar a tasca das tascas no BarraShopping, descobri um outro estabelecimento propicio para «me alimentar». A Modern Sound fica situada bem no coração de Copacabana e no mesmo quarteirão onde fiquei hospedado.

Ora bem, como devem saber, o mercado brasileiro é dominado pela música brasileira. A secção de autores internacionais, na Modern Sound, assemelha-se à secção Brasileira de qualquer FNAC portuguesa. No que toca à nossa música, ponto do meu interesse sempre que visito um novo país, os representantes cingiam-se a Sérgio GodinhoIrmão do Meio» encontrava-se perdido na divisão/letra S da, pasme-se, secção brasileira), Teresa Salgueiro, Mariza e pouco mais. Muito pouco para um país onde o Português é Rei. Quanto aos preços e, para não fugir à regra, informo que os discos são bem mais baratos. Bem, mas passemos às novidades e ao «desfile» dos produtos adquiridos…
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Começo com um álbum histórico. Disco há muito pretendido, mas resistente ao meu insaciável apetite melómano. «Elis & Tom» foi resistindo ao meu desejo, pois o MP3 gratuito ia satisfazendo. Porém, estando eu no Rio de Janeiro, que melhor recordação poderia trazer de lá? Álbum de 1974 e um marco absoluto na história da MPB. Uma verdadeira pérola em bruto que continua a ser referenciada por muitos artistas. Gravado em Los Angeles, «Elis & Tom» foi o presente escolhido por Elis Regina para comemorar os primeiros dez anos da sua carreira. A verdade é que a oferta da Polygram (antiga Philips e actual Universal) parece ter sido criada e gravada no céu, entre os deuses. Canções como «Águas de Março», «Pois É», «Triste», «Corcovado», «O Que Tinha De Ser», «Por Toda A Minha Vida», «Fotografia», «Soneto De Separação»,… parecem tocadas pelo divino. É certo que muito desse brilho passa pela superior interpretação de Elis Regina (para mim ainda a melhor cantora brasileira) e pelo génio de Tom Jobim. Mas julgo que seria difícil de prever tamanha beleza extraída deste autêntico «marriage made in heaven». Momento reeditado, remasterizado e ampliado, com duas faixas bónus, em 2004, altura em que se celebraram trinta anos sobre a edição do original «Elis & Tom».

Ainda na década de setenta, os anos áureos de Elis Regina, nasce Maria Rita (09/09/1977), a única filha mulher da cantora e a irmã mais nova de Ronaldo Bôscoli e Pedro Camargo Mariano. À semelhança de Elis, Maria Rita é uma intérprete de excepção. Iniciou a sua caminhada discográfica em 2003 e com vinte e quatro anos. Três álbuns depois, editados em menos de cinco anos, Maria Rita alcançou seis Grammy Latino, entre os quais o de Melhor Artista Revelação e o de Melhor Disco de MPB com o surpreendente homónimo debut. Dados que, decerto, pesaram na decisão de editar «Perfil)». Colecção em formato «Best Of» que nos últimos anos tem conquistado ouvintes. Dada a minha relação com a obra de Maria Rita se cingir ao extraordinário álbum de estreia, decidi apostar no seu «Perfil)». E ainda bem que assim foi. Além de cinco canções extraídas do já citado álbum de estreia (destaque para «A Festa» em ritmo La Bamba e, numa aproximação ao registo «cristalindo» e eloquente da sua mãe, «Encontros e Despedidas» e «Menina da Lua»), encontramos outros tantos temas de «Segundo» (2005) e seis de «Samba Meu» (2007). Dezasseis canções que não mostram tudo, mas que conseguem expor a carreira e o desconcertante dom de um dos mais recentes ícones da MPB. «Fascinação» pura que percorre alguns dos géneros mais importantes da música brasileira, despertando em mim a saudade do calor, do maracatu, do samba e da alegria natural brasileira. Rendi-me, assim, e uma vez mais, ao brilho de Maria Rita e à sua música, na qual despontam canções como «A Festa», «Caminho das Águas», «Encontros e Despedidas», «Num Corpo Só», «Minha Alma» (excepcional versão de um original d’O Rappa), «Cara Valente», «Maltratar Não É Direito», «Recado» e «Samba Meu».

Depois de uma jovem promessa, um representante da velha guarda da MPB. Caetano Veloso dispensa apresentações, mas nem assim está livre de cometer erros. «A Foreign Sound», álbum de 2004, composto por originais de outros compositores, é isso mesmo: um valente trambolhão. Já me tinham avisado de que o disco era fraquinho, mas como devem saber eu adoro «covers» e, uma vez que o disco até estava baratinho, lá decidi trazer mais uma recordação do Rio de Janeiro. Caetano revisita nomes como Bob Dylan, Elvis Presley, Stevie Wonder, Cole Porter, George Gershwin, Ella Fitzgerald, Chet Baker, Billie Holiday, Miles Davis, Arto Lindsey e, pasme-se, Kurt Cobain. Vinte e três temas dominados pelos arranjos kitsch de Jaques Morelenbaum e pelo, quase, anedótico sotaque de Caetano Veloso («It’s Alright, Ma (I’m Only Bleeding)», de Bob Dylan, é mau demais). Arranjos barrocos que submergem as vocalizações de Caetano, criando um conjunto enfadonho. Existem, contudo, algumas interpretações que escapam ao balofo, como são os casos de «Come As You Are», «Carioca», «Feelings», ou mesmo, «If It’s Magic» e «Blue Skies». Porém, Caetano nunca supera os originais e, sendo assim, «A Foreign Sound» foi uma pequena desilusão. Como se costuma dizer nestas situações: no melhor pano cai a nódoa.

E agora, para recuperar o ânimo, um dos meus maiores «guilty pleasures» brasileiros. «Estampado», terceiro álbum de Ana Carolina e o seu trabalho de maior sucesso, é pop aguerrido capaz de levar tudo pela frente. Excessivamente pop rock para os mais cépticos, mas extremamente audaz. Canções com carácter que se revelam «bigger than life» na portentosa voz de Ana Carolina. O álbum é de 2003, mas julgo que só o descobri em 2004/2005. Porém, foi amor à primeira audição. Uma obsessão difícil de explicar, que ainda hoje perdura, e que se «concretizou» em pleno coração de Copacabana. Estampei-me, novamente, sem medo, mas com muito agrado no álbum de Ana Carolina. Disco que marca, também, o início da amizade entre Ana Carolina e Seu Jorge (em formato dueto com o tresloucado «O Beat Da Beata» e na composição em «Não Fale Desse Jeito»), além de contar com a preciosa colaboração de Chico César em «Mais Que Isso». No entanto, o disco vale pelo seu todo e qualquer uma das suas quinze canções merece a minha atenção. E sabem que mais? Passados cinco anos a minha relação com «Estampado» mantém-se viva e inalterada. A única diferença é a união ser, agora, oficial.

Chegamos aos Cansei de Ser Sexy, a banda brasileira mais internacional da actualidade, e ao último trabalho brasileiro a surpreender-me. «Cansei de Ser Sexy» foi originalmente editado a 29 de Outubro de 2005, pela editora Trama. Na altura, a banda foi notícia, pois a primeira edição do disco vinha acompanhada por um CD-R, isto com o intuito dos ouvintes poderem copiar o disco ou gravar as músicas disponibilizadas na Internet para oferecer a alguém. Porém, foi a pop colorida e despretensiosa de «Cansei de Ser Sexy» que mais brilharam. Festim «low-tech» de fácil apreensão capaz de convencer qualquer ouvinte. Dados que convenceram a SubPop a lançar internacionalmente a banda. Portanto, em 2006 surge no mercado «CSS», disco que juntava algumas canções da edição brasileira de «Cansei De Ser Sexy» com outras do EP «CSS SUXXX». No momento em que ouvi o sucesso «Let’s Make Love And Listen To Death From Above» soube que tinha de procurar e adquirir aquele disco. Música estival disfarçada em punk rock brasileiro. Irreverência em tom descontraído que tem como hinos «Meeting Paris Hilton», «Alcohol», «Fuck Off Is Not The Only Thing You Have To Show», «Let’s Make Love And Listen To Death From Above», «Alala», «Art Bitch», «Off The Hook», «Music Is My Hot Hot Sex», «CSS SUXXX»,… Canções que ainda hoje me sabem a mel. Vai daí, decidi apostar nas edições brasileiras que resultaram em «CSS» da SubPop: o LP «Cansei De Ser Sexy» e o EP «CSS SUXXX». Discos que, além do conhecido por cá, oferecem «Bezzi», «Superafim», «Fuck Off Rock», «Acho Um Pouco Bom», «Computer Heat», «Party Animal», «Ódio Ódio Ódio, Sorry C.» e versões alternativas de «Meeting Paris Hilton» e «Art Bitch». Uma autêntica maravilha para quem ainda gosta dos Cansei De Ser Sexy.

Chico Science (1966-1997) era um nome que já ia na minha cabeça aquando da viagem para o Rio de Janeiro. Conheci a curta e intensa obra de Francisco de Assis França, verdadeiro nome do compositor pernambucano que nos deixou dois álbuns de originais, graças ao Henrique Amaro (Antena3). Como a impressão era excelente, a minha intenção era trazer os seus discos. Porém, dado a minha procura ter ocorrido na semana que antecede o Carnaval, informaram-me que haviam alguns constrangimentos na entrega de encomendas e assim só consegui o debut «Da Lama Ao Caos» (1995). O álbum é considerado um clássico da música brasileira e um marco do movimento manguebeat. Uma verdadeira revolução que brota do tropicalismo de 60 (geração representada por nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Milton Nascimento) e ao qual se adicionam pesados riffs de guitarra, cadência funk e uma impressionante percussão maracatu. Ritmos fortes, em forma de protesto, que fizeram de Chico Science & Nação Zumbi uma das bandas mais originais e enérgicas do Brasil. Funck rock psicadélico, com laivos afro, que pisca o olho ao estilo James Brown e agitou o cenário musical brasileiro. Canções como «Samba Makossa», «Banditismo Por Uma Questão De Classe», «Rios, Pontes & Overdrives», «A Cidade», «A Praieira», «Côco Dub (Afrociberdelis)»,… marcam a diferença e o início de uma nova geração na música brasileira. Nota para o facto de «Da Lama Ao Caos» ter sido gravado no estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro.

O último disco em análise, estreia homónima da «cantautora» Maria Gadú, trata-se, na verdade, de um presente que ganhei de uma das pessoas mais atenciosas e gentis que conheci no Brasil (valeu José Carlos). «Maria Gadú» foi editado em 2009 e aquando da minha passagem pelo Rio de Janeiro era um dos discos mais vendidos na Modern Sound, tendo alcançado nessa altura o disco de ouro, por vendas superiores a cinquenta mil exemplares, e conquistando o prémio de Cultura do Estado do Rio de Janeiro para Melhor CD de MPB. O disco é de facto muito bom, para quem gosta da MPB preconizada por artistas como Maria Bethânia, Marisa Monte, Caetano Veloso, Milton Nascimento e, porque não, Ana Carolina. «Easy listening» brasileiro que não prescinde de buscar influências noutros países e projectos como os argentinos Gotan Project, na soberba versão de «Ne Me Quitte Pas» do belga Jacques Brel, ou mesmo em ambientes mais portugueses no balsâmico «Altar Particular». «Shimbalaiê», a primeira canção de Gadú, escrita quando tinha 10 anos, é o seu primeiro grande sucesso e um tema perfeito para o projecto Adriana Partimpim. «Tudo Diferente» é uma deliciosa mescla euro-brasileira, na qual o violino é actor principal. «Lounge» é pura sedução lounge em melodia quente e encantadora. Particularidades que fazem de Maria Gadú a «next best thing» do Brasil e que muito provavelmente a farão atravessar o atlântico e fazer carreira em Portugal. Se assim for, será merecido.
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Para terminar esta calorosa viagem ao Rio de Janeiro, decidi deixar-vos com dois vídeos. O primeiro, em forma de homenagem a Chico Science (cantor que faleceu a 2 de Fevereiro de 1997, num trágico acidente de viação), «A Cidade (Boa Noite do Velho Faceta)». A segunda proposta é uma excepcional interpretação de Maria Rita, para o programa Altas Horas, do tema «Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)», um original d’O Rappa.



Mark Linkous (1962-2010)

Mark Linkous, singer-songwriter norte-americano mentor do projecto Sparklehorse, suicidou-se este sábado...





terça-feira, 2 de março de 2010

Foals | Spanish Sahara

Alguém ainda se lembra dos Foals? Pois é, a banda de Oxford prepara-se para editar o segundo álbum de originais e «Spanish Sahara» é a primeira amostra. Não sendo algo completamente novo, «Spanish Sahara» surpreende por representar uma lufada de ar fresco em relação a «Antidotes» (2008). Disco que marcou o meu Verão de 2008 e que ainda hoje me proporciona excelentes escapadelas à rotina.

Late Of The Pier | Best In The Class

Quem, também, está de regresso aos vídeos são os britânicos Late Of The Pier. «Best In The Class» é já o segundo avanço para o sucessor do excelente «Fantasy Black Channel», álbum de 2008. O vídeo é realizado por Sam Potter e Steve Glashier.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sunset Rubdown | Dragon's Lair

Não é todos os dias que uma banda decide apostar num tema de onze minutos para promover os seus trabalhos. No entanto, algo me diz que os Sunset Rubdown não devem perder muito tempo a pensar nesses pequenos pormenores que ainda vão ditando as regras da cultura pop. Vai daí, a mais recente aposta da banda, extraída do excelente «Dragonslayer», é o épico «Dragon's Lair» (tema que fecha o álbum em beleza). O vídeo é realizado por Throneboogie.