segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fleet Foxes | The Shrine / An Argument


«The Shrine / An Argument» é o novo vídeo dos norte-americanos Fleet Foxes e uma das grandes canções de «Helplessness Blues». A realização do vídeo ficou, uma vez mais, a cargo de Sean Pecknold, o irmão do vocalista Robin Pecknold.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

The Rapture | Sail Away


«In The Grace Of Your Love», o mais recente trabalho dos norte-americanos The Rapture, é um dos meus álbuns favoritos de 2011 e este «Sail Away» uma das canções mais fortes do ano. Para quando um concerto dos The Rapture em Lisboa?

Feist | How Come You Never Go There


A canadiana Leslie Feist regressou aos discos em 2011 com «Metals». Um disco menos directo que o seu antecessor «The Reminder», mas ainda assim uma bela colecção de canções. «How Come You Never Go There», o primeiro single de «Metals», é um desses temas.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O palíndromo e subversões electro-kraut-rock


Se acham que a passada sexta-feira ficou marcada única e exclusivamente pelo facto de termos vivido o palíndromo do século XXI, informo que estão muito enganados. Aliás, nem me atrevo a comparar o “meu” fenómeno das 11 horas, 11 minutos e 11 segundo, do dia 11, do mês 11, do ano 2011, com o concerto, nessa mesma noite e no Musicbox, dos britânicos Fujiya & Miyagi. O espectáculo da banda de Brighton, inserida na segunda sessão da série Musicbox Heineken Series, servia para apresentar o mais recente registo «Ventriloquizzing» e animar o público que esgotou a sala do espectáculo. Não conheço a carreira destes Fujiya & Miyagi. Porém, a curiosidade de ver como resultam os singles conhecidos em cima de um palco levaram-me até à festa de sexta-feira à noite do Musicbox. A música da banda é adubada e extremamente apelativa. Uma mistura da combustão Chk Chk Chk, com a cadência apurada de uns Hot Chip e a idiossincrasia Neu!. Ritmos subversivos que incendiaram a plateia e que me incitaram a pesquisar a restante obra dos Fujiya & Miyagi. O Trio, que em palco apresenta um quarto elemento na bateria, conseguiu inflamar o ambiente com o seu electro-kraut-rock vintage, mas de tempero contemporâneo, e o público meneou o corpo enquanto o concerto durou. Pediu-se mais, mas os Fujiya & Miyagi ficaram pelo primeiro encore e, a minha opinião, ficaram muito bem.

domingo, 13 de novembro de 2011

Mais vale só que mal acompanhado


Passada uma semana da actuação dos The Antlers, regresso à gelada cave do Lux para conferir a estreia em Lisboa do projecto de Ernest Greene, Washed Out. Responsável por um dos discos mais querençosos de 2011, «Within And Without», Ernest Greene aproveitou o hype para mostrar as suas músicas ao vivo. Quase como um sonho tornado realidade, pensei eu, pois cada canção Washed Out é como uma fantasia chillwave resgatada aos anos 80. No entanto, ao passo que a banda de Peter Silberman conseguiu combater o frio com as canções de «Hospice» e «Burst Apart», Ernest Greene demonstrou uma imensa falta de experiência em palco e um claro erro de casting na hora de escolher os músicos que o acompanham. As canções estavam lá, mas a fascinação e o amor que percorrem as entrelinhas de «Within And Without» (lembro que o disco é um tributo à mulher de Ernest Greene) foram apresentados em entretons. Enquanto Ernest Greene se esforçava para animar e, principalmente, aquecer a plateia, a restante banda apresentou-se alheada do espectáculo e do propósito dream synth pop Washed Out: o baterista, além da cara de frete, parecia mais interessado nas cadências inflamáveis de uns Chk Chk Chk; o baixista, a quem não me recordo de ter visto a cara, sonhava com a possibilidade de ainda vir a integrar uma banda rock; a menina dos teclados e segundas vozes ponderava a introdução das electrónicas na música das Dum Dum Girls; e o quinto elemento mostrava ser o membro da banda com mais musicalidade. Componentes, que em palco se exibiram de forma desigual e em diferentes comprimentos de onda. O espectáculo, além de morno, não resultou, mas a minha confiança na música do projecto mantém-se inalterada. Esperemos então voltar a ver Ernest Greene em palco, mas em melhor companhia.

sábado, 12 de novembro de 2011

Tom Waits | Satisfied


«Bad As Me», o novo álbum de Tom Waits, surge sete anos depois de «Real Gone», a sua anterior entrega. «Satisfied» é o primeiro tema a merecer vídeo, o qual é realizado por Jesse Dylan.

sábado, 5 de novembro de 2011

Aquele inverno


O inverno chegou e, com ele, veio também a desagradável experiência que é sair de um íntimo e distinto concerto directamente para a chuva e para o frio. Meteorologia à parte, a estreia em palcos nacionais dos norte-americanos The Antlers foi notável. Projecto de Peter Silberman – um dedicado seguidor das texturas Radiohead e postura Jeff Buckley meets Hayden Thorpe (situação que ao vivo se torna ainda mais evidente ao som de, por exemplo, «Parentheses») –, que nos últimos três anos nos entregaram o conceptual «Hospice» (2009) e o mais recente «Burst Apart» (2011). Dois discos extremamente intensos, mas igualmente distintos. Porém, ambos os registos convergem no talento de Peter Silberman na hora de compor e cantar os seus pequenos pedaços de céu. Efeito que não se perde em palco, com o formato live. Portanto, a noite foi recompensadora. O público foi conquistado, mais uma vez, pela voz de Peter Silberman e pelas canções dos The Antlers. O espectáculo, o primeiro da digressão europeia da banda de Nova Iorque, incidiu essencialmente em «Burst Apart». No entanto, foi com as novas roupagens dadas a «Kettering», «Atrophy», «Bear» e «Sylvia» que os The Antlers mais brilharam. Pena a ausência de «Two», mas tivemos «Every Night My Teeth Are Falling Out», «I Don’t Want Love», «Putting The Dog To Sleep», «French Exit», «Corsicana» e, principalmente, «No Widows». Tanto os The Antlers como o público presente estiveram em sintonia, mas as condições Lux não. O som esteve excessivamente alto e estridente (o caos reinou quando as segundas e, por vezes, terceiras vozes entravam em cena) e, não fosse a música dos The Antlers, julgo que todos gelávamos naquela cave.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

R.E.M. | We All Go Back To Where We Belong


«Part Lies, Part Heart, Part Truth, Part Garbage: 1982-2011», a colectânea que assinala o fim de actividade dos norte-americanos R.E.M., será editada a 15 de Novembro. Além dos sucessos que fizeram a história da banda, o novo greatest hits incluirá também três canções novas. «We All Go Back To Where We Belong», o novo single dos R.E.M., é uma delas. Alerto, ainda, para o facto de existirem duas versões diferentes do vídeo promocional.



terça-feira, 1 de novembro de 2011

Viagens à tasca

Ainda há pouco tempo, algures na blogosfera, alguém comentava que longe vão os tempos das encomendas via amigos que se deslocam ao estrangeiro. Concordo plenamente. No entanto, os novos trabalhos de Tori Amos e MEN chegaram via amigos recém-chegados de Londres (muito obrigado G. e R.). Teve um sabor retro nestes tempos de Amazon, que me soube muito bem.

Aviso já que Tori Amos é intocável por estes lados. Não pelo seu passado mais recente, mas pelos inúmeros momentos que marcaram o meu percurso de melómano. Demasiados momentos que, ainda hoje, me obrigam a procurar as edições especiais dos seus discos e me fazem desesperar pela estreia da norte-americana em palcos nacionais. «Night Of Hunters», a entrega de Tori Amos de 2011, é o resultado de um convite feito pela conceituada Deutsche Grammophon para a edição de um ciclo de canções, baseadas em composições clássicas, para o século XXI. Tori Amos pega, assim, na estrutura de obras como «Andantino», de Franz Schubert, «Nocturne Op. 9 No. 1», de Frédéric Chopin, «The Girl With The Flaxen Hair», de Claude Debussy, «Prelude In C Minor», de Johann Sebastian Bach, e «Gnossienne No. 1», de Erik Satie, para contar uma história contemporânea. Narrativa que documenta o fim de uma relação e o começo de uma nova fase para Tori, a protagonista. Porém, este «Night Of Hunters» é, também, um recomeço para Tori Amos, a compositora. Depois de alguns tiros falhados, a norte-americana reinventa-se e apresenta agora o seu melhor trabalho em muitos anos, num disco centrado na voz e no piano. Há espaço para instrumentos de sopro e uma importante secção de cordas que criam uma sonoridade clássica e complexa. Apesar de não ser a minha Tori Amos de eleição (essa continua bem guardada em «From The Choirgirl Hotel», de 1998), esta é a melhor Tori Amos dos últimos dez anos.

A outra “surpresa” é um dos discos mais festivos de 2011. «Talk About Body», debut álbum do trio norte-americano MEN, é irreverente e segue o trilho dançante dos conterrâneos Scissor Sisters. Portanto, música noctívaga e cheia de boa disposição. Falta-lhe o falsete de Jack Shears, é certo, mas «Talk About Body» apresenta-nos uma banda com uma personalidade vincada e congénere dos, também, norte-americanos The Gossip. O projecto nasceu do longo hiato do trio electroclash Le Tigre, quando os seus membros JD Samson e Johanna Fateman se juntaram para explorar o DJing e a mesa de misturas. Depois de terem escrito algumas canções o duo decidiu unir esforços com alguns elementos dos Hirsute, um outro projecto de JD Samson. Em 2009 editam um EP de edição limitada e distribuído nos seus concertos e, desde então, têm partilhado o palco com nomes como The Gossip, Peaches e, mais recentemente, CSS. Portanto, «Talk About Body» acaba por ser uma mescla de toda a experiência entretanto acumulada com os grupos e artistas já identificados, com uma postura extremamente positiva e, por vezes, activista, e uma cadência sonora empolgante e muito provocadora. As canções parecem verdadeiros mash-up construídos com ritmos Gang Of Four, disposição Scissor Sisters e atitude Peaches. Pequenas provocações vitaminadas que tão bem fazem nestes tempos de crise.