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domingo, 14 de novembro de 2010

Indian Summer VI

Depois de uma noite de descanso – que pena não ter conseguido comprar bilhete para o concerto dos The Drums – na sexta-feira rumei, de novo, ao Campo Pequeno para voltar a ver os norte-americanos Interpol. Após o registo «greatest hits» da primeira parte do espectáculo 360º dos U2, em Coimbra, a banda de Nova Iorque regressou a Portugal para apresentar o mais recente e homónimo trabalho. Disco que ficou muito aquém das minhas expectativas, é certo, mas a profunda admiração pelo passado da banda acabou por me levar ao Campo Pequeno. Texturas inquietantes e tensão penetrante que me conquistaram em 2002, com o marcante «Turn On The Bright Lights», e que, desde então, não me largaram. Ambiências que voltaram a percorrer o concerto dos Interpol, mas que, desta vez, não encontraram as melhores condições. Raros foram os momentos em que se ouviu, de forma nítida, a voz cavernosa de Paul Banks, os riffs incisivos de Daniel Kessler e os ritmos precisos de Sam Fogarino (lembro as interpretações de «Rest My Chemistry», «Slow Hands», «Lights» e, já no espectacular encore, «Hands Away» e «Stella Was A Diver And She Was Always Down»). Actuação que ficou, assim, marcada pelo som demasiado sujo e desequilibrado que acabou por manchar um alinhamento quase perfeito. Um concerto em registo «best of» que pecou por não incluir «Evil» e «No I In Threesome». De resto, todos os restantes temas obrigatórios passaram pelo palco do quase esgotado Campo Pequeno. De «PDA» a «C’mere», passando por «Rest My Chemistry», «Obstacle 1», «Narc», «Say Hello To The Angels», «Slow Hands», «Lights», «Take You On A Cruise», «Untitled», «Not Even Jail», «Hands Away» e, a fechar, «Stella Was A Diver And She Was Always Down».

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

360º @ Coimbra

Se vos dissesse que era um fã incondicional dos U2, estaria a mentir. O meu entusiasmo pela música da banda irlandesa coincidiu com os anos 90 e o meu período teen. Foi com a edição de «Achtung Baby» (1991) que fui buscar o passado e sonhei o futuro dos U2. No entanto, o sonho perdeu-se perto do novo milénio. «All That You Can’t Leave Behind» (2000) quebrou o encanto e, desde então, a minha relação com a música de Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. vive em crise. O que me levou a Coimbra no passado dia 2 de Outubro? A vontade de evocar aquele sonho de adolescente, comemorar o mito e incluir o nome U2 no meu CV de concertos. De facto, e analisando as digressões dos irlandeses, este era mais um espectáculo a não perder («a must see»). Um grandioso concerto que, revelando-se à medida do mito U2, encontra na música da banda o combustível perfeito para incentivar estádios inteiros. Foi o que aconteceu no passado sábado, no esgotadíssimo estádio municipal de Coimbra, ou seja, os U2 subiam ao palco já vencedores para mais uma noite de espectáculo e comemoração. A introdução foi feita por David Bowie e a sua «Space Oddity». Holofotes ligados e bem direccionados para marcar a entrada em acção dos quatro protagonistas do serão conimbricense. Bono, com pose de popstar, enfeitiça o público e The Edge abre o livro na jam de abertura «Return Of The Stringray Guitar». Porém, o tema que marca verdadeiramente o início do concerto é «Beautiful Day», para a generalidade do público, e «I Will Follow» para mim. Seguem-se «Get On Your Boots», «Magnificent» (singles do mais recente trabalho «No Line On The Horizon») e «Mysterious Ways». Reentro, assim, no meu sonho U2 e rendo-me ao profissionalismo da banda e irrepreensível espectáculo da digressão 360º. Os sucessos sucedem-se («Elevation», «Until The End Of The World», «I Still Haven’t Found What I’m Looking For»), ouvimos duas canções novas (a minimal «North Star» e o provável single de sucesso «Mercy»). Passamos por «In A Little While» (Para quê???) e «Miss Sarajevo» (Oh Yeah!!!), com Bono a mostrar que tem ido às aulas de canto. Seguiram-se «City Of Blinding Lights» (escusada, pois já nos tinham oferecido «Magnificent»), «Vertigo» (idem, uma vez que «Elevation» deu para os gastos) e, revelando-se num dos momentos da noite, a versão funky jam live session de «I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight». A terminar, ouviram-se os clássicos «Sunday Bloody Sunday», «MLK» e «Walk On» (este último dedicado a Aung San Suu Kyi, a Nobel da Paz birmanesa que continua em prisão domiciliária). A banda despede-se para logo depois subir novamente ao palco com os obrigatórios «One» e «Where The Streets Have No Name». Novo encore e mais três canções inevitáveis: extraordinária a interpretação de «Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me» (a par de «Miss Sarajevo» e «Mysterious Ways», esta era outra das canções que mais desejava ouvir) e as deliciosas «With Or Without You» e «Moment Of Surrender». Os U2 confessaram-se rendidos ao público português e nós retribuímos na mesma moeda. Por isso, que venha mais um álbum e, principalmente, mais uma digressão pomposa que eu terei todo o gosto de marcar presença.

Quanto aos Interpol, foi pena a banda não ter usufruído das condições de som que os U2 apresentaram. Ainda assim, e com um alinhamento constituído por «Success», «Say Hello To The Angels», «Slow Hands», «Lights», «Summer Well», «PDA», «Obstacle 1», «Barricade», «Heinrich Maneuver» e «Evil» a prestação dos norte-americanos não deixou ninguém indiferente. Mas terão angariado novos fãs? Não me parece…

sábado, 28 de agosto de 2010

Interpol | Barricade

«Barricade» é já o segundo vídeo a ser extraído do novo álbum dos norte-americanos Interpol. Apesar de ter ficado um pouco desiludido com o quarto trabalho da banda, esta é mais uma excelente canção do agora trio de Nova Iorque. O vídeo é realizado por Moh Azima.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Interpol | Lights

«Lights» é o primeiro avanço para o novo trabalho dos Interpol. O disco, homónimo, deverá chegar ao mercado durante o próximo mês de Setembro. Entretanto, informo que a banda norte-americana tem dois concertos agendados para o nosso país: 2 de Outubro, no Estádio de Coimbra (a assegurar a primeira parte dos U2), e 12 de Novembro, no Campo Pequeno. Depois não digam que não avisei.

domingo, 16 de agosto de 2009

Julian Plenti | Games For Days

Paul Banks, vocalista do grupo nova-iorquino Interpol, acaba de lançar o seu primeiro álbum a solo sob o (cog)nome Julian Plenti. Confesso que «Julian Plenti is... Skyscraper» ainda não me convenceu por completo. É certo que o disco tem boas canções, mas as mesmas parecem inacabadas e carecem do cunho de Carlos D, Daniel Kessler e Greg Drudy (os restantes membros dos Interpol). Porém, este não é mais um disco dos Interpol e Paul Banks acaba por ganhar a aposta no alter-ego Julian Plenti, pois o disco até pode ser encarado como um excelente aperitivo para o quarto álbum de originais do grupo de Nova Iorque. Vejamos, então, o vídeo de «Games For Days», o primeiro single de «Julian Plenti is... Skyscraper».

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Interpol - Act 2

O que dizer do concerto dos Interpol? De facto, as condições eram propícias para uma grande noite. O Coliseu estava esgotadíssimo (já há algum tempo que não se via tanta gente no recinto lisboeta); o álbum e respectivos singles de «Our Love To Admire» continuam a portar-se bem; e o espectáculo surgia quatro meses após uma belíssima estreia em palcos nacionais (no Super Bock Super Rock). O que faltou então à actuação dos Interpol?

Os músicos são bons, a banda entende-se às mil maravilhas e as canções (personagens principais de qualquer concerto que se preze) são boas. Porém, aliado a um alinhamento de altos e baixos, o público lisboeta mostrou-se, durante grande parte da actuação, apático e sem sal. Longe vão os tempos em que os concertos em Portugal ganhavam dimensão pela entusiasmante prestação do público. Há cerca de dez anos um concerto em palcos lusos era um evento único, não só porque Portugal nunca fez parte do roteiro «normal» das digressões como o público mostrava-se sedento, fazendo tudo por tudo para criar empatia com os artistas. Hoje em dia, directamente relacionado com uma maior oferta ou não, a letargia predomina. A banda chega, dá o seu espectáculo e quando nos apercebemos o concerto já terminou. O que estará a prender o público português?

Passando adiante. Os músicos são exímios, chegando ao ponto de reproduzir fielmente os temas de todos os seus álbuns de estúdio. Foi assim no SBSR (mas ninguém os crucificou, pois era a primeira vez) e foi assim na passada noite de 7 de Novembro. Pelo palco passaram os grandes sucessos do colectivo norte-americano. «Obstacle 1», «Mammoth», «Slow Hands», «Evil», «C’mere», «The Heinrich Maneuver», «No I Threesome», «PDA»… Tudo ingredientes favoráveis a um excelente concerto. No entanto, foi com «Pioneer Of The Falls» (a abrir), «No I Threesome», «Rest My Chemistry» e «The Lighthouse» que vimos algo de novo nos Interpol. Todavia, paradoxalmente foi com estes dois últimos temas que se deu uma quebra brutal no espectáculo. O público recostou-se e rapidamente chegámos ao final de mais um concerto em Lisboa. Já agora, qual é o próximo concerto?
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Especial menção para os Blonde Redhead, banda norte-americana que acompanha os «vizinhos» Interpol na digressão europeia. Uma boa parte da plateia revelou conhecer a discografia dos irmãos Simone e Amedeo Pace e Kazu Makino (elemento essencial para a estratégia de sedução do colectivo). A música é atraente e a voz, mais esganiçada em palco, de Kazu Makino (a lembrar uma Julee Cruise) dá um ar alucinado ao espectáculo. «23», o tema título do excelente último registo, fechou a tentadora prestação do colectivo e deu razões para uma outra visita e noutras condições.
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À semelhança dos últimos posts, damos especial atenção a um disco, colocado em lista de espera para se apresentar neste espaço, associado a um recente concerto e a mais uma viagem à tasca (já em território nacional). Os Blonde Redhead mostraram o que valem na primeira parte dos Interpol. Canções ensopadas em octanas de 2007. À escola New York, mais precisamente dos seus «vizinhos» Sonic Youth, juntam a eloquência pop gótica de inícios de 80. O resultado final são 10 vitaminados temas que revelando uma sonoridade etérea dão ânimo e assentam ainda mais a esperança no futuro deste trio norte-americano. «23», «The Dress», «SW», «My Impure Hair», «Spring and by Summer Fall», «Silently» e «Top Ranking» são excelentes exemplos da melhor pop que 2007 já nos deu.

A despedida é feita ao som de «23» dos Blonde Readhead. Vídeo realizado por Melodie McDaniel.
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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

2007 | Viagens à tasca em período de férias IX

De volta ao período de férias, à cidade e às tascas genebrinas. O inter-rail helvético mostrou um país onde a natureza vive no seu esplendor máximo. Os campos são verdes, o ar é puro e a organização é marca de referência. No entanto, e como nada é perfeito também encontramos alguns pontos negativos e nesta última passagem do campo para cidade deparámos com uma propaganda chocante do partido de extrema direita (UDC - União Democrática de Centro).
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«Para mais segurança»...

Passado o primeiro impacto demos logo de caras com uma tasca (daquelas a que ninguém parece dar atenção) em liquidação total… Desgraça das desgraças estará a pensar. Encontrámos variadíssimos títulos a preços tentadores, mas na factura final só figuraram Benjamin Biolay (para muitos o Serge Gainsbourg do século XXI) e os suspeitos do costume: Interpol.
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A colheita foi muito boa, principalmente porque voltámos a aprofundar o reportório francófono. Desta vez a escolha recaiu sobre a estimulante discografia de Benjamin Biolay. De uma assentada, e por menos de 25,00 FCH, preenchemos os lugares deixados em aberto lá em casa, na discografia do dito senhor (faltando o mais recente «Trash Yéyé» que na altura ainda não tinha sido editado e que ficará para outras núpcias).
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Comecemos então pelo início. Desde cedo que Benjamin Biolay estabeleceu contacto com a música. O pai, um adepto ferrenho do clarinete, inscreveu o filho nas aulas de violino e, mais tarde, tuba e trombone. Contudo, nenhum destes instrumentos seduziu Benjamin e foi, posteriormente, através da guitarra e da cultura pop norte-americana que Biolay desenvolveu o seu apuradíssimo sentido para a construção de texturas e melodias pop. Depois de ter assinado contrato com a EMI e ter editado dois singlesLa Révolution», de 1997, e «Le Jour Viendra», de 1998) sem grande sucesso, Benjamin conheceu Keren Ann, com quem compôs alguns temas para Henri Salvador e produziu os dois primeiros álbuns da artista israelita («La Biographie de Luka Philipsen» e o soberbo «La Disparition»). Pelo meio surge a sua estreia discográfica com «Rose Kennedy», um dos mais saborosos chocolates trazidos da Suiça… Se «Négatif» (único álbum conhecido até à data) mostrava um compositor acima da média, com algumas tendências melancólicas, «Rose Kennedy» comprova a grandiosidade e todo o glamour que há na música de Benjamin Biolay. Aqui, o requinte é a principal arma de sedução. «Novembre Toute L’Annee» traz consigo uma leve névoa de nicotina que se entranha à medida que o disco se desdobra. «Les Cerfs-Volants» segue o trilho de «My Way», imortalizado por Frank Sinatra, mas a referência maior é Serge Gainsbourg. «La Melodie du Bonheur» é a fusion perfeita da chanson française e da sonoridade «Norah Jones». «L’Observatoire» é a marca registada Benjamin Biolay que fez história em «La Disparition» de Keren Ann: minimalismo acústico associado a ambientes trip-hop e com adereços clássicos. «La Monotonie» é tudo menos monótona; o ambiente parece retirado de uma película do agente secreto 007, onde o suspense e a sumptuosidade marcam pontos. «Los Angeles» é o expoente máximo deste «Rose Kennedy». Exercício pop com a «cidade dos anjos» como pano de fundo. «Les Roses Et Les Promesses» e «Rose Kennedy» estão ao mesmo nível enquanto «Les Joggers Sur la Plage» só engrandece a vertente cinematográfica da música de Benjamin Biolay. Registe-se que a «companheira de estrada» Keren Ann também surge na ficha técnica deste «Rose Kennedy», sem dúvida um dos grandes debuts da geração 2000.
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Depois do matrimónio, em 2002, com a actriz Chiara Mastroianni, Benjamin Biolay regressa aos discos em 2003 com o magnífico duplo álbum «Négatif». No ano seguinte e com a ajuda da sua actual ex-mulher (divórcio com Mastroianni ocorreu em 2005) surge Home, um projecto que nos deu um agradável conjunto de canções solarengas e pensadas para as viagens de carro. O resultado é uma autêntica banda sonora de um qualquer road movie norte-americano, apesar do francês dominar. A folk ganha terreno em relação à voluptuosidade característica em Biolay. Os temas são mais simples, o ambiente é calmo e sereno e no horizonte surge o deserto da Califórnia. Porém, a vertente sussurrante da chanson française também está presente, reflectindo de alguma forma as limitações vocais de Chiara. Nada que não nos impeça de repetir a viagem e locais como «La Ballade Du Mois De Juin», «Folle De Toi», «Quelque Part On M'Attend» vezes sem conta.
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Poucos meses depois de Home, Benjamin Biolay atira-se definitivamente às bandas sonoras. «Clara Et Moi» foi a película seleccionada. A música volta a apresentar-se em bom nível. O requinte é de novo convocado mas a densidade não é tão forte, como nos dois exercícios anteriores em nome próprio. Dos 15 temas que compõem o disco só um não saiu do imaginário Benjamin Biolay, estando incluído «Au Coin Du Monde (Streets Go Down)» de Keren Ann. Se «Rose Kennedy» era aveludado e «Home» foi pensado para o asfalto, este «Clara Et Moi» é feito para o coração. O início, com «Eden Luxembourg», espalha uma certa leveza musical que associamos a uma qualquer história simples (e não banal) de «Garçon répond fille». De acordo com o grafismo do disco e do filme pensamos que «acertou na mouche». A determinada altura, desta autêntica viagem Benjamin Biolay, sentimos a crescente enculturação pela pop anglo-saxónica e apesar de termos andado perdidos pela route 66 em «Home», agora a produção é mais universal e a influência de universos como Moby e Yann Tiersen sente-se mais intensamente. Já nos ending credits ouvimos composições mais clássicas e ao piano de Benjamin. Uma banda sonora irregular mas que não nos deixa de apresentar belíssimos temas do universo BB.
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Chegamos a 2005 e Benjamin Biolay, já divorciado de Chiara Mastroianni, adensa as suas tendências melancólica e anglo-saxónica com «A L’Origine». O disco, radicalmente diferente do que já tinha realizado, é capaz de ser (a par da banda sonora «Clara Et Moi») o registo menos conseguido da carreira de BB. O rock entra de rompante em cena, mas a electrónica apurada, associada à chanson française, não é totalmente esquecida. «À L’Origine», o tema de abertura, soa ao conterrâneo Arthur H (o que não o desmerece), «Mon Amour M’A Baisé» (com a participação especial de Françoise Hardy) e «Ground Zero Bar» recordam os belgas dEUS na fase «The Ideal Crash» (o que também não lhe fica nada mal), mas depois os ensejos maçudos The Edge / U2 parecem afogar o génio de Benjamin Biolay. «Dans Mon Dos» ainda traz o espírito mais clássico de BB, mas pela primeira vez soa a «já ouvido». «L'Histoire D'Un Garçon» e «Cours» aventuram-se por terrenos indie, mas a fotografia fica tremida e muito desfocada. A contemplação de «Paris, Paris», os beats embebidos de «L'Appat» e a despedida ao som dos Sparklehorse com «Adieu Triste Amour» (também com a voz de Françoise Hardy) ainda se safam, mas no fim «À L’Origine» revela-se uma manta de retalhos sem emenda possível. O primeiro grande tiro ao lado de Benjamin Biolay.
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Relativamente aos Interpol, o EP «Evil» foi a razão para mais um encontro comercial. «Evil» é, porventura, a melhor canção de «Antics», o segundo álbum dos nova-iorquinos. Por isso mesmo julgamos que carece de quaisquer apresentações. Como lados-b encontramos as gravações BBC de «Evil» e «Narc» (outro dos grandes temas de «Antics»), para o programa radiofónico de Zane Lowe, e «Song Seven», uma mescla da serenidade rock de «C’mere» com o aparente desespero de «Narc». Como extra é-nos oferecido o vídeo de «Slow Hands» (primeiro single retirado de «Antics»). O disco não acrescenta nada ao reportório Interpol, mas soube e sabe tão bem ouvir a empatia existente à guitarra entre Paul Banks e Daniel Kessler…
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Como amostra desta visita tasqueira deixo a versão single (mais dançável, mas menos cativante) de «Los Angeles», o soberbo tema de Benjamin Biolay retirado do fantástico debut «Rose Kennedy».
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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Interpol | No I In Threesome

No espaço de um mês os norte-americanos Interpol editaram, de uma assentada, dois singles do mais recente «Our Love To Admire». «Mammoth», tema que se enquadraria perfeitamente em qualquer um dos dois primeiros álbuns do colectivo («Turn On The Bright Lights» e «Antics») e «No I In Threesome», uma das mais belas canções (se não a mais bela) de «Our Love To Admire». Fica então o mais recente vídeo dos Interpol para aguçar o apetite para o dia 7 de Novembro, no Coliseu de Lisboa...
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terça-feira, 17 de julho de 2007

Viagens à tasca

Recebemos a confirmação na caixa de correio electrónico de que ‘aquilo’ (ler texto «Viagens à tasca – Parte 2») estará disponível dentro de 3 dias… 3 dias??? Grrrrrrrrrrrr… 3 dias depois fazemos a procissão a Meca, ou melhor, à tasca. «Our Love To Admire» é ‘aquilo’ que finalmente nos chega às mãos. Para os mais atentos e por mais € 1, há direito à Edição Limitada Deluxe assinada pelos 4 membros da banda. Porém, e no que toca à música, confesso que o disco já estava mais que ouvido (a Internet é a maior invenção do século XX).
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Ora vejamos, os Interpol são incapazes de construir más canções. Novidades ao 3.º disco? Exceptuando «Pioneer To The Fall», «No I In Threesome», «Rest My Chemistry», «Wrecking Ball» e «The Lighthouse» as restantes peças são perfeitamente identificáveis com exercícios do passado. No entanto, e como referi os Interpol são incapazes de nos apresentar más composições. Adoptando uma visão futebolística, podemos afirmar que no sector das guitarras eléctricas Paul Banks e Daniel Kessler sempre se entenderam na perfeição. É como se jogassem de olhos fechados, dirão muitos treinadores de bancada. A combinação de riffs, de ritmos e de ambientes é a mais valia desta equipa que busca influências nos distantes anos 70 e inícios de 80 em terras de Sua Majestade. Se «Turn On The Bright Lights» foi um início promissor, em que a noite era celebrada por brilhantes focos de luz negra, «Antics» foi uma competente sequela. «Our Love To Admire», além de representar a estreia dos Interpol numa major, regista a primeira cooperação com um produtor externo à banda. Se os dois primeiros discos foram produzidos pelos próprios Interpol, em 2007, Rich Costey (habitual parceiro dos britânicos Muse) ajudou a ‘aperfeiçoar’ «Our Love To Admire». Directa ou indirectamente relacionado com esta «abertura», a banda opta por mudar a sua imagem. Como Paul Banks canta em «No I In Threesome», «Maybe it’s time we give something new a try».
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Apesar do aparecimento súbito dos animais selvagens e de um «quinto elemento», as keyboards, o negrume característico mantém-se. Agora podemos, de certa forma, sentir forças opostas em pleno combate. Uma constante luta pela sobrevivência, pois inconscientemente as guitarras soam mais musculadas, o suor é agora visível e a adrenalina é mais real. Contudo, somente 50% de «Our Love To Admire» soa a novo e inovador na carreira dos Interpol. Mas os Interpol são incapazes de nos dar má música.

sábado, 14 de julho de 2007

Interpol outra vez

Caros,

É com enorme satisfação que saúdo o regresso a Portugal dos nova-iorquinos Interpol. Depois do excelente concerto na edição 13 do Festival Super Bock Super Rock (no dia 5 de Julho, mais precisamente), Paul Banks, Carlos D., Daniel Kessler e Samuel Fogario apresentar-se-ão no Coliseu de Lisboa dia 7 de Novembro para tocarem mais temas do novíssimo «Our Love To Admire».

Os bilhetes já se encontram à venda nos locais habituais.
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domingo, 8 de julho de 2007

Rescaldo do Super Bock Super Rock 2007

A 13.ª edição do festival Super Bock Super Rock chegou ao fim. Após 4 dias repletos de energia, suor, sumo de cevada, cansaço e boa música o rescaldo é mais que positivo.

Houve regressos aguardados, reencontros já impensáveis, estreias desejadas e outras canceladas. Metallica, Arcade Fire, LCD Soundsystem e Underworld tinham a responsabilidade de fechar as 4 noites SBSR. Contudo, podemos afirmar que nem tudo passou pelos «fechos»…

Como tudo na vida, há que fazer escolhas. A preferência do dia 28 de Junho (dia inaugural do festival e o mais pesado) foi ver os veteranos Metallica. Numa altura em que o rock evidencia facetas mais flexíveis e, mesmo, plásticas, confesso ter passado por uma pequena sensação de afastamento em relação a todo o ambiente envolvente à causa do 1.º dia SBSR. Todavia, não posso deixar de felicitar os músicos e fãs que aqueceram e entusiasmaram a maior multidão da edição 2007 do SBSR. Temas como «For Whom The Bell Tolls», «Ride The Lightning», «The Unforgiven», «The Memory Remains», «Fade To Black», «Master Of Puppets» e os inevitáveis «Nothing Else Matters», «One» e «Enter Sandman» satisfizeram os milhares de fãs que acorreram ao chamamento de James Hetfield e companhia.

As escolhas da 2.ª noite SBSR passavam pelos Klaxons, Bloc Party e Arcade Fire. A caminho do recinto ouve-se, via Antena3, o espectáculo apresentado pelos conimbricenses Bunnyranch (se fosse hoje teria feito um esforço adicional para assistir à força demonstrada através do éter do serviço público radiofónico). Já em frente ao palco presencia-se o concerto mais que visto dos The Gift (parece que o interesse em ver a banda de Alcobaça passa pela possibilidade de ver Sónia Tavares a igualar a extravagância da islandesa Björk no guarda roupa a utilizar). Cenário que se alterou com os britânicos Klaxons. Para gáudio do público temas como «Golden Skans», «Magik», «Atlantis To Interzone», «It’s Not Over Yet», «2 Receivers» e «Four Horsemen Of 2012» não faltaram. Apesar do ambiente ter aquecido significativamente e de terem cumprido a missão, julgo que certos maneirismos rock teriam sido perfeitamente evitados! Com os The Magic Numbers o ambiente volta a arrefecer. Claramente fora de jogo neste festival, coube à banda hippie a difícil tarefa de passar o testemunho dos Klaxons para os Bloc Party. Não tendo conseguido igualar a festa que se verificou no Coliseu de Lisboa há cerca de um mês, Kele Okereke e amigos de bairro mostraram mais uma vez que têm força e boas músicas. Porém, as melhores composições para serem tocadas e vividas ao vivo têm todas o selo de «Silent Alarm». Registe-se o aceso final com «Pioneers» e «Helicopter». Chega a vez dos tão aguardados Arcade Fire. Vistos, por uma grande parte do público, como os verdadeiros «cabeças de cartaz» da edição 13 do SBSR, esta linhagem canadiana não deixou os seus créditos em mãos alheias. Num cenário clerical, com o órgão de tubos a não faltar, a actuação dos Arcade Fire pautou-se pela paixão e dedicação à música. Excelentes composições, desde «Black Mirror» a abrir as hostilidades a «No Cars Go», passando por «Intervention», «Ocean Of Noise», a mais velhinha «Headlights Look Like Diamonds» (com a chuva fazer bluff) e abençoando todos os presentes com a sequência magnífica de «Neighbourhood # 1 (Tunnels)», «Neighbouthood # 3 (Power Out)”, «Rebellion (Lies)» e «Wake Up», já em encore. Celebrou-se a música e quem ganhou mais foi o público… Bem haja aos Arcade Fire.

Na noite dos LCD Soundsystem surgiu a pior notícia deste festival. De acordo com a imprensa, por motivos de doença de um dos elementos dos norte-americanos The Rapture, a actuação da banda foi cancelada. Descansa-se mais uma hora, pois os estamos a meio do festival e ainda se esperam grandes momentos. Mundo Cão e Linda Martini ouvem-se através da Antena3. Destaque para os Linda Martini que demonstrar pontencial para uma solidificada carreira no panorama indie rock português. Saltamos para o outro lado do atlântico e é-nos apresentada a bizarria dos Clap Your Hands Say Yeah. Com 2 álbuns na bagagem, o homónimo e «Some Loud Thunder», estes norte-americanos (embora a simpatia e o apoio obtidos junto de várias comunidades indie) não cativaram o público presente. Apesar das boas composições, cansaram um pouco e a afinação alternativa de Alec Ounswort encarregou-se do resto. No fim ou se ama ou se odeia. Já ao início da noite, os Maxïmo Park deram bem conta do recado e tanto «A Certain Trigger» como «Our Earthly Pleasures» foram festejados. Bons temas pop rock a fazer lembrar a leveza à The Smiths. Paul Smith (o vocalista) não desiludiu e cativou a audiência a cantar e dançar ao ritmo de «Apply Some Preasure», «Our Velocity», «Limassol», «Graffiti», «Going Missing», «The Coast Is Always Changing», «Books From Boxes», «Girls Who Play Guitars», «By The Monument» ou «Parisian Skies». Chegamos aos The Jesus And Mary Chain e apesar de identificarmos muitos seguidores e admiradores acérrimos da banda escocesa, parece existir algum desconforto e falta de empatia entre a banda. Ambiente que trespassa para o exterior e resulta numa actuação morna, ou seja, competente mas com alguma falta de garra. Todavia, tudo muda com James Murphy em palco. LCD Soundsystem is playing at our house! A agitação era grande entre o público. Uma das bandas mais excitantes da actualidade estava prestes a subir ao palco para apresentar 2 dos álbuns mais celebrados dos últimos anos («LCD Soundsystem» e «Sound Of Silver»). James Murphy revela em palco toda a sua preocupação/obsessão na busca do som perfeito, no colmatar do pequeno erro que não pode acontecer. A propósito, o som esteve excelente, o público excelente esteve, a música é boa por excelência e o SBSR de 2007 ganhou mais uma aposta ao trazer estes norte-americanos a Portugal. Da irrepreensível setlist apresentada, destaque para «Us Vs. Them» a abrir; «Daft Punk Is Playing At My House» a seguir-se e a captar a atenção de tudo e todos; «North American Scum» a inflamar as hostes; «All My Friends» a confirmar a vertente mais melodiosa da banda, «Tribulations» e «Yeah» a obrigar o público a saltar e «New York I Love You, But You’re Bringing Me Down» a funcionar melhor ao vivo que em disco. Grande Concerto!

Com o fim à vista, o cansaço adensa-se e… há que fazer escolhas. Os contagiantes X-Wife têm direito à transmissão via Antena3 (e ainda bem). Os Gossip dão conta do recado e Beth Ditto canta e encanta. Com um carisma à flor da pele, Ditto não hesita em reproduzir os Wham em «Careless Whisper» ou a homenagear Aaliyah em «Are You That Somebody». Porém, todos esperavam ansiosos por «Standing In The Way Of Control», hino máximo à emancipação e independência pessoal. Seguiram-se os TV On The Radio e a luz do dia causa a sua primeira vítima, «boicotando» a actuação da banda. Os dois álbuns que compõem a discografia destes norte-americanos são excelentes; os temas são óptimos e estimulantes; a atitude indie rock está lá, mas a vertente noctívaga não se adaptou ao sol do final de tarde. Ficamos à aguardar um futuro regresso para rectificar a estreia em solo português. Finda a transmissão televisiva via rádio as «irmãs tesouras» ocuparam-se de incendiar o recinto do SBSR. Com uma atitude festiva e bastante alegre os nova-iorquinos Scissor Sisters conseguiram captar a atenção de rockeiros e indies, pondo toda a gente a dançar e a cantarolar temas como «Take Your Mama» a abrir, «Laura», «Comfortably Numb», «She’s My Man», «I Don’t Feel Like Dancing», «Tits On The Radio» e «Filthy Gorgeous» a fechar o teatro gay. Continuando em Nova Iorque, os Interpol estrearam-se (e já confirmaram nova passagem por palcos nacionais a 7 de Novembro no Coliseu de Lisboa) da melhor forma. Com o público ainda entusiasmado com a prestação dos vizinhos Scissor Sisters, Paul Banks e colegas conseguiram dar seguimento ao ambiente de empatia entre banda e público, arrancando uma excelente actuação. Com uma setlist que não esqueceu nenhum dos poucos singles da ainda curta carreira discográfica dos Interpol, houve espaço para alguns temas do novo «Our Love To Admire», a ser editar no dia 9 de Julho. O som esteve bom, o público mostrou-se apaixonado, a entrega foi total e quase ninguém deu conta do valente trambolhão do guitarrista Daniel Kessler durante «Obstacle 1». Temas como «PDA», «Slow Hands», «Evil», «Say Hello To The Angels», «Not Even Jail», «Obstacle 1», «C’mere», «Stellar Was A Diver And She Was Always Down» e o novíssimo «The Heinrich Maneuver» não defraudaram as expectativas de ninguém. Seja o regresso tão bom como a estreia e o culto por estes norte-americanos está garantido. Por fim, e já em fase de descompressão e dos necessários alongamentos, os Underworld tentaram animar o fecho do SBSR. Apesar do recinto ter ficado reduzido a metade após a saída de palco dos Interpol, a banda britânica cumpriu a tarefa, deixando para o final os tão desejados hits «Born Slippy» e «Jumbo».

Que venha a edição 14 e o nível das bandas a figurar no cartaz se mantenha.

Para o ano há mais…
Bem haja à organização.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Interpol | The Heinrich Maneuver

É já na próxima 5.ª feira que os norte-americanos Interpol, inseridos na 13.ª edição do SBSR, visitam o nosso país pela primeira vez. Será, também, na próxima 2.ª feira que o novíssimo trabalho da banda, intitulado «Our Love to Admire» chega às lojas. O single escolhido para apresentar o 3.º disco de originais é «The Heinrich Maneuver». A música já passa em algumas rádios nacionais (poucas, mas boas) e o vídeo acaba de chegar ao «mundo dos tubos». Enquanto o álbum não nos chega às mãos aqui fica o excelente vídeo para «The Heinrich Maneuver» (realizado por E. Elias Merhige).