“Vamos ter saudades tuas bandido” reclama a discípula que se encontra ao meu lado. Um dos concertos de despedida do mui apreciado e aplaudido projecto Foge Foge Bandido entrava na sua recta final e o público, ciente que esta era uma data especial, celebrava cada canção que ia passando pelo palco do grande auditório do CCB. Canções que fizeram, e fazem, de «O Amor Dá-me Tesão / Não Fui Eu Que Estraguei» um dos trabalhos mais inspirados e, igualmente, mais importantes da pop made in Portugal. Um disco despretensioso, mas tremendamente humano. Uma obra que cativa o ouvinte desde o primeiro minuto, levando-o numa jornada fascinante entre a inocência e o erro, a maturidade e o desconhecido, o amor e o desamor. Uma verdadeira “película musicada”, segundo o próprio Manel Cruz, pelo acaso, que acabou por seduzir uma notável legião de seguidores/ discípulos/ amigos. Almas desalinhadas que encontram nas entrelinhas d’«O Amor Dá-me Tesão / Não Fui Eu Que Estraguei» o retrato de uma vida intensa. Material que subiu ao palco do CCB pela mão de cinco músicos extraordinários e que contou com a presença de uma plateia de velhos conhecidos. Quase duas horas de concerto e, no fim, o sentimento de que este bandido nos fará muita falta.
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quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Joan As Police Woman + Foge Foge Bandido

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Para não variar, e após mais um concerto em Portugal – o terceiro desde 2008 – Joan Wasser a.k.a. Joan As Police Woman surgiu na zona do merchandise para presentear alguns dos seus fãs com autógrafos e a sua natural simpatia. Prometendo, ainda, regressar em Março próximo – ao que parece já estão apalavrados concertos para Lisboa, Porto e, quem sabe, outros tantos locais –, para apresentar o novíssimo álbum, a editar já em Janeiro. Trabalho que não foi esquecido no concerto do passado sábado. As novas composições, algumas das quais já haviam subido ao palco do Lux em Outubro de 2009, revelaram uma Joan As Police Woman apurada, mas com a determinação em desbravar novos territórios. «Magic», por exemplo, mostrou uma cadência disco que nos atira para a pista de dança e «Flash», um ano depois, continua a provocar alguma ansiedade e desejo de ter o novo disco na mão. Quanto ao restante, confesso que gostei do concerto, mas não arrebatou. Quero dizer, Joan voltou a apresentar algumas das suas melhores composições («To Be Loved» e «Eternal Flame» a abrir e «Save Me» e «We Don’t Own It» a fechar), cumprindo os mínimos, mas, analisando o meu historial em concertos Joan As Police Woman, este terá sido o espectáculo mais morninho. Também, e dado estar inserido num festival, compreende-se alguma apatia do público presente. Mas, Joan Wasser já fez bem melhor. No entanto, e caso se confirme novo concerto para 2011, algo me diz que voltarei a marcar presença.
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domingo, 17 de outubro de 2010
2010 | Viagens à tasca em período de férias VII
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Regresso ao norte e, desta vez, à cidade do Porto. Terá sido a terceira ou quarta vez que percorri as ruas daquela cidade atlântica que mais parece anglo-saxónica. Consegui, desta vez, tirar um retrato mais exacto da cidade e do que a rodeia. Não deu para conhecer quase nada, é certo (facto que posso agradecer a S. Pedro), mas apresentou-me a uma das tascas mais atraentes de Portugal, a CDGO.COM. Ainda assim, esta primeira paragem no Porto passa pelo espaço Gesto Cooperativa Cultural (GCC). Porquê? Bor Land diz-vos alguma coisa? Pois é, uma das editoras mais importantes no panorama indie pop português chegou ao fim e, para assinalar a data, os seus mentores (Rodrigo Cardoso e Inês Lamares) promoveram uma exposição no referido GCC. Um local que, apropriadamente, respira o espírito independente que percorreu toda a história da Bor Land. Muitos foram os projectos que viram a luz do dia graças à editora e, confesso, que aproveitei a oportunidade para me abastecer de algumas das suas compilações mais antigas. No entanto, e por razões pessoais, a minha ligação com a Bor Land ficará, para sempre, ligada a Old Jerusalem e ao álbum «April». Decorria o ano de 2003 quando dei início aos saudosos seis meses de trabalho no Diário de Notícias (antes de mais, os meus profundos agradecimentos ao Nuno Galopim e à restante equipa do extinto dnmais…). O ensino superior obrigava-me a estagiar e eu fiz tudo por aproveitar essa exigência ao máximo. Foram seis meses sem dias de descanso, é verdade, (não é fácil conciliar aulas em horário laboral com trab…, herrrr, hummm, estágio curricular), mas seis meses de gozo e puro encanto que me deram a conhecer, entre outras coisa, a Bor Land e «April», de Old Jerusalem. Sobre o álbum, e para os coleccionadores, sugiro a consulta do dnmais N.º 250, de 15 de Fevereiro de 2003. Relativame
nte ao projecto do economista Francisco Silva, o qual desde então me esforço por seguir, tive a felicidade de assistir à sua íntima e especial apresentação realizada na GCC. Um bem-haja à Bor Land e a todas as pessoas que directa ou indirectamente a ajudaram nos seus dez anos de vida…

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Paralelamente, e ainda no espaço GCC, dei de caras com um dos trabalhos mais fugidios de sempre. O debut de Foge Foge Bandido, do genial Manel Cruz, há muito que era desejado, mas por mais irónico que possa parecer, nunca lhe tinha metido os olhos, nem as mãos em cima. Abençoado 5 de Outubro, pensei. Mais, o centésimo aniversário da República ficará para sempre ligado ao excelente trabalho gráfico e discográfico d’«O Amor Dá-me Tesão/Não Fui Eu Que Estraguei». Pícaro, não? O certo é que a terceira edição do primeiro tomo Foge Foge Bandido está aí e correrá pelas salas de espectáculo nacionais neste final de 2010 e inícios de 2011. Ainda ontem tive a oportunidade de verificar isso mesmo no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra. E que bem me tem sabido reviver o fenómeno Ornatos Violeta (ouça-se, por exemplo, «O Caminho Certo» para o recordar). Fenómeno que aqui surge de braços dados com a movida indie belga («Personal Contribution» e «Canal Zero» parecem retirados de «Worst Case Scenario», dos dEUS); a pop mais acessível e doce («Borboleta» e «Canção da Canção Triste» são notáveis); o experimentalismo mais trocista e cru («Eleva!», «Onan O Rapaz do Presente», «Cobói Inglês» e «Terceira Divisão» são divertidas e mordazes); o spoken word («Ainda Pode Descer» e «Uma Historinha»); a canção popular («Canção da Canção da Lua»); e um registo mais intimista (ouçam-se, por exemplo, «À Sua Volta», «Quando Eu Morrer» e «As Minhas Saudades Tuas»). Por fim, confesso, também, um enorme gozo em ouvir Manel Cruz a cantar «Foi na Tv que aprendi a ser puta / Estou tão feliz por não ter uma luta» («Canal Zero»), ou «Mãe / A vida é esta merda / Dela só o cheiro se herda / Trocamos sonhos por qualquer porcaria / Canta de novo a canção da lua / Enquanto não chega o dia» («Canção da Canção da Lua»), ou, ainda, «Eu não te traí / Foi masturbação em três dimensões / Diz-me até q
ue ponto queres que eu seja sincero / Diz-me até que ponto me queres conhecer» («Onan O Rapaz Do Presente»). Este é um disco que retrata uma vida cheia e intensa. Um disco arrojado e palpitante, de uma vitalidade transbordante. Um álbum duplo só ao alcance de grandes escritores de canções, como é o caso de Manel Cruz.

Paralelamente, e ainda no espaço GCC, dei de caras com um dos trabalhos mais fugidios de sempre. O debut de Foge Foge Bandido, do genial Manel Cruz, há muito que era desejado, mas por mais irónico que possa parecer, nunca lhe tinha metido os olhos, nem as mãos em cima. Abençoado 5 de Outubro, pensei. Mais, o centésimo aniversário da República ficará para sempre ligado ao excelente trabalho gráfico e discográfico d’«O Amor Dá-me Tesão/Não Fui Eu Que Estraguei». Pícaro, não? O certo é que a terceira edição do primeiro tomo Foge Foge Bandido está aí e correrá pelas salas de espectáculo nacionais neste final de 2010 e inícios de 2011. Ainda ontem tive a oportunidade de verificar isso mesmo no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra. E que bem me tem sabido reviver o fenómeno Ornatos Violeta (ouça-se, por exemplo, «O Caminho Certo» para o recordar). Fenómeno que aqui surge de braços dados com a movida indie belga («Personal Contribution» e «Canal Zero» parecem retirados de «Worst Case Scenario», dos dEUS); a pop mais acessível e doce («Borboleta» e «Canção da Canção Triste» são notáveis); o experimentalismo mais trocista e cru («Eleva!», «Onan O Rapaz do Presente», «Cobói Inglês» e «Terceira Divisão» são divertidas e mordazes); o spoken word («Ainda Pode Descer» e «Uma Historinha»); a canção popular («Canção da Canção da Lua»); e um registo mais intimista (ouçam-se, por exemplo, «À Sua Volta», «Quando Eu Morrer» e «As Minhas Saudades Tuas»). Por fim, confesso, também, um enorme gozo em ouvir Manel Cruz a cantar «Foi na Tv que aprendi a ser puta / Estou tão feliz por não ter uma luta» («Canal Zero»), ou «Mãe / A vida é esta merda / Dela só o cheiro se herda / Trocamos sonhos por qualquer porcaria / Canta de novo a canção da lua / Enquanto não chega o dia» («Canção da Canção da Lua»), ou, ainda, «Eu não te traí / Foi masturbação em três dimensões / Diz-me até q

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