domingo, 17 de novembro de 2013

Calvi, Anna Calvi

Se tivesse de escolher o melhor debut álbum de 2011, «Anna Calvi» seria o grande vencedor, batendo a concorrência liderada pelos trabalhos de James Blake, Washed Out, Shabazz Palaces e Cults. As canções musculadas da singer-songwriter e a forma apaixonada com que Anna Calvi se entrega a cada momento, muitas vezes comparável à fórmula interpretativa de Jeff Buckley, fizeram de «Anna Calvi» um dos momentos mais fascinantes da nova música britânica. Dados que mereceram a nomeação para o Mercury Prize e me fizeram ansiar por uma segunda entrega de Anna Calvi. «One Breath», o segundo disco da londrina, foi editado há pouco mais de um mês e a sua magia ainda perdura. Onze temas novos, mais uma vez vigorosos e apaixonantes, que prolongam o fascínio em torno de Calvi. «One Breath» mostra-nos mais do mesmo: «Eliza», o primeiro single, é o melhor ponto de contacto com o disco de 2011. No entanto, também há espaço para novos elementos: «Piece By Piece», por exemplo, parece criado da esquizofrenia sonora de Annie Clark, a.k.a. St. Vincent; «Sing To Me» cola-se ao bucolismo de Alison Goldfrapp; «Love Of My Life» é rude e capaz de fazer frente a algumas composições de Josh Homme; «Tristan» pisca o olho a Patrick Wolf, numa perspetiva Calvista e com algumas eletrónicas à mistura; «Carry Me Over» é complexo e bom; e «Bleed Like Me» segue os passos de Jeff Buckley. «One Breath» é mais um excelente disco de Anna Calvi. Um trabalho mais maduro e mais trabalhado que continua a mostrar o melhor que há na pop britânica.