quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Arctic Monkeys em grande no Campo Pequeno

Há muito que o ingresso para o meu primeiro espectáculo dos ingleses Arctic Monkeys estava comprado. Mas, após um outro convite irresistível e impossível de ignorar, acabei por pôr em risco essa tão aguardada estreia. Porquê? Marquei férias nas duas primeiras semanas de Fevereiro para ir passar o Carnaval ao Rio de Janeiro. No entanto, e apesar da viagem para o outro lado do Atlântico só estar marcada para o dia 4, e por mais difícil que nos possa parecer, de forma a pagar metade do preço solicitado pela TAP, acabei por fazer uma pequena viagem até Genebra. Ora bem, dia 1: viagem para Genebra. Dia 3: regresso a Lisboa. Dia 4: partida para a «Cidade Maravilhosa». E não é que no meio disto tudo, o concerto dos Arctic Monkeys acabou por calhar no único dia disponível para mim? Foi assim uma sorte eu ter assistido ao concerto dos miúdos. Além de não ter a necessidade de encontrar interessados na compra do meu bilhete, tive, finalmente, a oportunidade de ver e ouvir os Arctic Monkeys ao vivo. Nas duas anteriores ocasiões não tinha tido essa possibilidade, mas à terceira foi mesmo de vez e ainda bem. Não sei se alguma vez aqui expressei a minha admiração pela música dos Arctic Monkeys e, principalmente, pelo génio que é Alex Turner. Pois é, a música destes ingleses é muito boa e a prestação da banda ao vivo acompanha essa qualidade patenteada nas suas composições. Porém, apesar de «Humbug» (terceiro álbum de originais da banda) evidenciar um grupo de músicos mais maduros e donos do seu próprio nariz, por vezes ainda fica no ar a leve sensação que lhes falta alguma experiência de vida para apresentarem temas como «Cornerstone», «My Propeller» e/ou «The Crying Lightning». Mas, também é verdade que na história dos Arctic Monkeys tudo aconteceu de uma forma um tanto ou quanto precoce: do aparecimento ao reconhecimento, passando pelo crescimento e amadurecimento. E foi durante todo este percurso que surgiram algumas das canções mais populares dos últimos anos. Canções essas que passaram pelo palco do Campo Pequeno e que fizeram as delicias de todos os fãs presentes. Eu não fugi a regra, e apesar de nao me identificar com a maioria do público presente (julgo que foi a primeira vez que, nas bancadas de um recinto de espactáculos, me senti velho), entusiasmei-me com a música dos Arctic Monkeys e saí do Campo Pequeno muito satisfeito. Não bastasse o facto de estar de férias e em trânsito para atravessar o Atlântico, foi um deleite ouvir «Brainstorm», «My Propeller», «The Crying Lightning», «The View From The Afternoon», «I Bet That You Look Good On The Dancefloor», «Fluorescent Adolescent», «When The Sun Goes Down», «Cornerstone» e «Red Right Hand» (uma excelente interpretação do original de Nick Cave). Não terá sido o melhor concerto a que assisti, nem será o melhor espectáculo de 2010, mas foi uma grande prestação de uma excelente banda inglesa.

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