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Há muito que o ingresso para o meu primeiro espectáculo dos ingleses
Arctic Monkeys estava comprado. Mas, após um outro convite irresistível e impossível de ignorar, acabei por pôr em risco essa tão aguardada estreia. Porquê? Marquei férias nas duas primeiras semanas de Fevereiro para ir passar o Carnaval ao Rio de Janeiro. No entanto, e apesar da viagem para o outro lado do Atlântico só estar marcada para o dia 4, e por mais difícil que nos possa parecer, de forma a pagar metade do preço solicitado pela TAP, acabei por fazer uma pequena viagem até Genebra. Ora bem, dia 1: viagem para Genebra. Dia 3: regresso a Lisboa. Dia 4: partida para a «Cidade Maravilhosa». E não é que no meio disto tudo, o concerto dos Arctic Monkeys acabou por calhar no único dia disponível para mim? Foi assim uma sorte eu ter assistido ao concerto dos miúdos. Além de não ter a necessidade de encontrar interessados na compra do meu bilhete, tive, finalmente, a oportunidade de ver e ouvir os Arctic Monkeys ao vivo. Nas duas anteriores ocasiões não tinha tido essa possibilidade, mas à terceira foi mesmo de vez e ainda bem. Não sei se alguma vez aqui expressei a minha admiração pela música dos Arctic Monkeys e, principalmente, pelo génio que é Alex Turner. Pois é, a música destes ingleses é muito boa e a prestação da banda ao vivo acompanha essa qualidade patenteada nas suas composições. Porém, apesar de «
Humbug» (terceiro álbum de originais da banda) evidenciar um grupo de músicos mais maduros e donos do seu próprio nariz, por vezes ainda fica no ar a leve sensação que lhes falta alguma experiência de vida para apresentarem temas como «
Cornerstone», «
My Propeller» e/ou «
The Crying Lightning». Mas, também é verdade que na história dos Arctic Monkeys tudo aconteceu de uma forma um tanto ou quanto precoce: do aparecimento ao reconhecimento, passando pelo crescimento e amadurecimento. E foi durante todo este percurso que surgiram algumas das canções mais populares dos últimos anos. Canções essas que passaram pelo palco do Campo Pequeno e que fizeram as delicias de todos os fãs presentes. Eu não fugi a regra, e apesar de nao me identificar com a maioria do público presente (julgo que foi a primeira vez que, nas bancadas de um recinto de espactáculos, me senti velho), entusiasmei-me com a música dos
Arctic Monkeys e saí do Campo Pequeno muito satisfeito. Não bastasse o facto de estar de férias e em trânsito para atravessar o Atlântico, foi um deleite ouvir «
Brainstorm», «
My Propeller», «
The Crying Lightning», «
The View From The Afternoon», «
I Bet That You Look Good On The Dancefloor», «
Fluorescent Adolescent», «
When The Sun Goes Down», «
Cornerstone» e «
Red Right Hand» (uma excelente interpretação do original de
Nick Cave). Não terá sido o melhor concerto a que assisti, nem será o melhor espectáculo de 2010, mas foi uma grande prestação de uma excelente banda inglesa.
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