quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Bonito, mas...

«Valtari», o trabalho de 2012 dos islandeses Sigur Rós, é uma das pequenas desilusões do ano. A banda continua a compor excelentes temas imagéticos, mas a fórmula começa a revelar sinais de cansaço. Se nos últimos álbuns de originais os Sigur Rós optaram por abraçar a pop (aquando de «Takk…») e apostar noutras cadências, como é exemplo o tribalismo com génese Animal Collective (pela altura de «Með Suð Í Eyrum Við Spilum Endalaust»), «Valtari» parece agora regressar ao passado e ao período de «( )», mas sem a intensidade que tanto marcou o disco de 2002 (excepção feita para «Varúð»). Atenção: as novas composições são excelentes e o disco cumpre. Contudo, fica a sensação de que não passa dos requisitos mínimos. Isto por que o percurso agora percorrido em «Valtari» já foi desbravado pelos próprios Sigur Rós há dez anos. Assim, apesar das luminosas paisagens sonoras, «Valtari» esgota-se na sua própria contemplação. Belíssimas canções que acabam por não adicionar nada de novo ao já extenso e singular universo Sigur Rós.

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