sábado, 15 de setembro de 2012

Espelho meu...

Enquanto ouço «Cut The World», o novo disco do colectivo Antony And The Johnsons, pergunto-me: haverá melhor intérprete na música da actualidade? Num período em que a voz e a própria instrumentação são muitas vezes relegadas para segundo plano (e diga-se, em muitos casos com excelentes resultados), a verdade é que Antony Hegarty e os seus The Johnsons continuam a marcar a diferença pela primazia das suas performances e canções. Música crua, mas extremamente intensa e com uma impressionante carga emotiva que corre na voz de Antony (os temas «Cut The World», «Cripple And The Starfish» e «I Fell In Love With A Dead Boy» são perfeitos). Elementos que me habituei a abraçar em disco e em concerto. «Cut The World», o álbum, é o resultado de dois espectáculos dos Antony And The Johnsons em Copenhaga, na companhia da Danish Chamber Orchestra. As canções, retiradas do precioso legado do colectivo («Cut The World», tema que nasce da produção teatral «The Life And Death Of Marina Abramović», é mesmo o único inédito), ganham nova vida e a sua beleza mantem-se. Os arranjos estão a cargo de Nico Muhly, Rob Moose, Maxim Moston e do próprio Antony, mas o perfeccionismo do cancioneiro Antony Hegarty prevalece. Será que vamos encontrar um disco ao vivo nas listas de final de ano?

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