sábado, 15 de novembro de 2008

Sigur IV

A noite de S. Martinho de 2008 ficou marcada por mais uma assinalável actuação dos islandeses Sigur Rós. O meu Curriculum Vitae já registava três concertos destes nossos amigos. Se o primeiro espectáculo (Coliseu dos Recreios: 1 de Março de 2003) ficou, até hoje, «tatuado» como o mais tocante de todos, provavelmente por ter sido o primeiro e, na altura, «Ágætis Byrjun» ainda estar tão fresco, a segunda vez (Coliseu dos Recreios: 21 de Novembro de 2005) acabou por parecer uma brilhante réplica da prestação de 2003. Quanto à clara desilusão que ocorreu a 16 de Julho de 2006 no Pavilhão Atlântico, essa desvaneceu com o concerto da passada noite de 11 de Novembro.
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As expectativas eram moderadas, pois «Með Suð Í Eyrum Við Spilum Endalaust», álbum de 2008, ainda não me convenceu totalmente. No entanto, com um maravilhoso inicio ao som de «Sven-G-Englar» e «Ný Batterí» tudo voltava ao normal. Os Sigur Rós eram novamente insuperáveis, voltavam a fazer história e davam mostras de serem um dos projectos mais inovadores da actualidade. Não mais voltaram a «Ágætis Byrjun». Porém, a banda continuou a irradiar elegância e calor sonoros. Demonstraram que afinal «Með Suð Í Eyrum Við Spilum Endalaust» está repleto de excelentes canções (de «Gobbledigook» a «Inní Mér Syngur Vitleysingur», passando por «Við Spilum Endalaust», «Festival» e «All Alright»). Sonoridades que têm dado que falar, pois além de chegarem a um público mais alargado, abrem novos caminhos para a música dos Sigur Rós. Contudo, os espectadores que marcaram presença na antiga Praça de Touros do Campo Pequeno já eram velhos conhecidos dos Sigur Rós. Razão pela qual «Hoppípolla», «Haffsól», «Sæglópur», «E-Bow» (ou se preferir «( ) #6»), «Glósóli» e «Popplagið» (também conhecida como «( ) #8») foram celebrados até não nos deixarem mais. Reafirmaram o seu apreço pelo público português e o delírio foi mais uma vez sentido. Chamaram ao palco os For A Minor Reflection (conterrâneos dos Sigur Rós que asseguraram uma primeira parte conduzida pelo minimalismo de uns Mogwai e uma épica sonoridade islandesa) para festejarem a liberdade de «Gobbledigook». Não foi o melhor concerto que vi dos Sigur Rós, mas deixou marcas. Estranhei a ausência de «Viðrar Vel Til Loftárása» e senti uma vez mais a falta de «Flugufrelsarinn». O mais engraçado foi ter, finalmente, recebido a edição deluxe de «Með Suð Í Eyrum Við Spilum Endalaust». As imagens fotográficas voltam a estar no centro das atenções, mas a sua música ganhou nova vida depois do concerto de 2008.
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Para terminar deixo, em alta rotação, o novo vídeo da banda islandesa mais famosa da actualidade.

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