domingo, 2 de novembro de 2008

CSS no Coliseu

Confesso que estava com algumas expectativas em relação ao concerto dos brasileiros Cansei de Ser Sexy. Os testemunhos da primeira passagem da banda por Lisboa, em Abril de 2007, com dois concertos esgotadíssimos no Lux, eram bastante animadores e apesar do menor «Donkey», o segundo álbum de originais, «CSS», o debut para o mercado internacional, continua a ser um dos discos mais ouvidos no local de trabalho. A pop colorida e despretensiosa de «CSS» é de fácil apreensão e o festim low-tech é uma mais valia que além de me dar bastante gozo, surpreendentemente é muito bem recebido pelos ouvintes RFM. Desta forma, foi com satisfação que me desloquei ao Coliseu de Lisboa para assistir a um espectáculo que, desde o último Optimus Alive!08, ainda tinha atravessado na garganta.
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Aquando da passagem dos X-Wife pelo palco do Coliseu, o recinto encontrava-se perto de «estar às moscas». Pressenti o pior, pois não bastasse a crise financeira que chega a todos, nos dias que correm a maior oferta das promotoras de espectáculos leva a que alguns concertos não tenham a audiência desejada. Contudo, durante a animada actuação dos X-Wife os espaços lá foram ficando um pouco mais preenchidos e depois de uma set list escolhida a dedo por João «DJ Kitten» Vieira e companhia o Coliseu já tinha melhores condições para receber os CSS. Quanto aos X-Wife, uma das bandas mais entusiásticas da música portuguesa, subiram ao palco para apresentar o novo «Are You Ready For The Blackout?», mas foram os singles (principalmente os dos dois primeiros álbuns) que mais brilharam. Temas como «Eno», «Ping-Pong», «Rockin’ Rio» e «On The Radio» têm energia para dar e vender, mas confesso que os inúmeros falsetes de João Viera cansam-me e o trio deixou o palco na altura certa.
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Chegava a hora de Lovefoxxx espalhar sedução e glamour num palco repleto de balões e com duas grandes donkey-heads de espelhos penduradas no tecto do palco principal. «Jager Yoga», tema que abriu as hostilidades, parecia o manifesto perfeito para a ocasião: ritmo alto e propício para as habituais e compassadas palmas do público, uma linha de baixo pulsante, riffs certeiros que alternam com os inevitáveis sintetizadores e um refrão que não podia ser mais apropriado («We didn’t come into the world / To walk around / We came here to take you out / Come with us, we’ll make a toast»). «Meeting Paris Hilton» e «This Month, Day 10», do debut «CSS», vieram logo de seguida e o público deu os primeiros sinais de entusiasmo global ao som da funny pop que celebrizou o grupo de São Paulo. No entanto, e apesar da adesão do público ao autêntico «carrossel alegria de som e imagem» que é o espectáculo dos CSS, a postura de Lovefoxxx, que melosamente foi transmitindo um forçado sentimento de satisfação em estar de novo em Lisboa, não me pareceu a mais calorosa. Também senti que algum trabalho de sound-checking ficou por fazer, pois raramente se conseguiu perceber as palavras da vocalista. Entretanto, os temas de primeiro «CSS» («Off The Hook», «Alcohol» e «Music Is My Hot, Hot Sex») foram intercalando com os novos e mais fraquinhos de «Donkey» («Left Behind», «Rat Is Dead (Rage)», «Move», «Give Up», «I Fly» e «Let’s Reggae All Night»). Para o encore e mostrando o melhor que se viu e ouviu na passada noite de vinte e oito de Outubro a banda escolheu a extraordinária sequência «Air Painter», «Let's Make Love And Listen To Death Above» e «Alala». O espectáculo foi curto, mas festivo. Contudo, a irregularidade das propostas musicais é evidente e dadas as circunstâncias, fiquei um pouco desiludido.
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Para fechar em grande recupero o sucesso «Let's Make Love And Listen To Death From Above».
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1 comentário:

Anónimo disse...

sinceramente achei o concerto de css uma cagada. devia ter sido ao contrário, css primeiro, x-wife (que estiveram bem melhores) depois.