domingo, 11 de abril de 2010

David Fonseca no Coliseu dos Recreios II

O público forçava um terceiro encore e a banda de David Fonseca chegava-se à frente com os poderosos riffs de «Sabotage», dos Beastie Boys. Já David Fonseca, mestre do palco e da arte de bem surpreender, surgia no camarote presidencial para avisar os presentes que esta noite ele seria o DJ de serviço. O concerto atingia as duas horas de duração e, com o fortíssimo «This Raging Light», iniciava-se a sua última etapa. O momento, em toada «rave party», foi de pura adrenalina e não deixou ninguém indiferente (aquela caminhada pelos corredores da sala e a entrada de rompante num dos muitos camarotes do Coliseu foi brilhante). Até então o espectáculo tinha vivido das canções que compõem «Between Waves» (só um dos onze temas não mereceu subir ao palco do Coliseu), de alguns dos maiores sucessos do singer-songwriter leiriense e de interpretações várias de outros universos e de outros tempos. No entanto, e apesar de continuar a achar «Between Waves» o registo mais magro de David Fonseca, o facto é que as suas canções resultaram muito bem no formato live. Temas que ganham vida com a interpretação e a encenação criada por David Fonseca. Foi, assim, mais uma noite de exaltação no Coliseu dos Recreios, um habitué nos concertos do músico. Tivemos, outra vez, a presença dos Mariachis e ouviram-se muitas covers. Do soberbo «Everybody's Gotta Learn Sometime» (The Korgis), interpretado numa cabine telefónica, ao sentimental «Time After Time» (Cyndi Lauper), passando pela paródia «Fire Water Burn» (Bloodhound Gang), a irreverência de «Girls Just Wanna Have Fun» (Cyndi Lauper) e o country-blues de «Dirty World» (The Travelling Wilburys), este último com a preciosa ajuda de Rita Redshoes. No entanto, o momento da noite passou pelo «Gelado de Verão», de António Variações (uma das minhas canções favoritas, cantadas em português). «Angel Song», «Kiss Me, Oh Kiss Me», «Someone That Cannot Love», «Our Hearts Will Beat As One», «Superstars II», «Hold Still» (com Rita Redshoes), «Silent Void» e o inevitável «The 80’s» também marcaram presença. Contudo, confesso ter sentido a falta de temas como «Who Are U?», «Rocket Man», «This Wind, Temptation», ou mesmo, «I See The World Through You». Apesar disso, ficou provado que David Fonseca não precisa de todos os seus êxitos para construir um belo espectáculo, dada a excelência das suas composições. David Fonseca está, mais uma vez, de Parabéns.
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