sábado, 24 de abril de 2010

Este concerto não é para velhos

Já há muito que ansiava pela minha estreia em concerto dos nova-iorquinos Sonic Youth. A espera foi longa, é certo, mas colhi a recompensa desejada. Aquela banda que desde sempre me acompanhou e revelou, álbum após álbum, uma áspera e rebelde música, voluptuosa, visitou-nos para apresentar «The Eternal», o seu décimo sexto álbum. Ora bem, para quem se deslocou ao Coliseu para ouvir os hinos do passado, poderá até ter saído desgostoso do recinto lisboeta. Isto porque grande parte do espectáculo da passada quinta-feira passou por «The Eternal» e só em seis momentos ouvimos temas de outros álbuns e de outros tempos. No entanto, e para quem foi ao Coliseu com o intuito de ver e ouvir uma das bandas mais importantes da actualidade, beneficiou de uma estrondosa actuação de Thurston Moore e companhia. O concerto iniciou a todo o gás e ao som de «No Way», tema que recupera um qualquer sentimento The Ramones, e «Sacred Trickster», o acelerado primeiro single de «The Eternal». Depois, foi ver e confirmar todo o poder e a mestria rock de músicos excepcionais. Porém, os clássicos também lá apareceram e foi um regalo passar por «Schizophrenia» e «Stereo Sanctity», do álbum «Sister» (1987), «The Sprawl» e «Cross The Breeze», do histórico «Daydream Nation» (1988), «Shadow Of A Doubt», de «Evol» (1986) e o enigmático e ruidoso «Death Valley ‘69», de «Bad Moon Rising» (1985). Duas horas de música da autoria de uma excelente banda em plena maturidade que ora recuperam o pós-punk dos anos 70, ora nos remetem para o rock alternativo de inícios dos anos 90. Mais um excelente concerto no Coliseu de Lisboa, este dos Sonic Youth.

Sem comentários: