quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os amigos de Manel


“Vamos ter saudades tuas bandido” reclama a discípula que se encontra ao meu lado. Um dos concertos de despedida do mui apreciado e aplaudido projecto Foge Foge Bandido entrava na sua recta final e o público, ciente que esta era uma data especial, celebrava cada canção que ia passando pelo palco do grande auditório do CCB. Canções que fizeram, e fazem, de «O Amor Dá-me Tesão / Não Fui Eu Que Estraguei» um dos trabalhos mais inspirados e, igualmente, mais importantes da pop made in Portugal. Um disco despretensioso, mas tremendamente humano. Uma obra que cativa o ouvinte desde o primeiro minuto, levando-o numa jornada fascinante entre a inocência e o erro, a maturidade e o desconhecido, o amor e o desamor. Uma verdadeira “película musicada”, segundo o próprio Manel Cruz, pelo acaso, que acabou por seduzir uma notável legião de seguidores/ discípulos/ amigos. Almas desalinhadas que encontram nas entrelinhas d’«O Amor Dá-me Tesão / Não Fui Eu Que Estraguei» o retrato de uma vida intensa. Material que subiu ao palco do CCB pela mão de cinco músicos extraordinários e que contou com a presença de uma plateia de velhos conhecidos. Quase duas horas de concerto e, no fim, o sentimento de que este bandido nos fará muita falta.

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