sexta-feira, 3 de junho de 2011

The Stage of Oz

«The Age Of Adz», o álbum de 2010 do norte-americano Sufjan Stevens, surpreendeu tudo e todos. Contudo, as reacções não foram unânimes. Se para uns a aventura de Sufjan Stevens no fantástico mundo da electrónica não passa de um valente trambolhão, para muitos outros «The Age Of Adz» e o EP «All Delighted People» representam um marco na carreira do singer-songwriter de Detroit. Tudo bem que esta fantasia 2010 não nos traz nada de novo, no que às electrónicas diz respeito. No entanto, conhecendo o reportório de Sufjan Stevens, não posso deixar de reconhecer a coragem e, acima de tudo, a mestria do autor na hora de compor canções. Competência que se manifestou no palco do Coliseu de Lisboa. Não só porque as canções marcaram presença e posição de destaque, mas porque comprovámos, também, a arte de Sufjan Stevens na construção do espectáculo de suporte a «The Age Of Adz». Concerto quase conceptual que agarra da melhor forma os devaneios acriançados/fantásticos do excelente trabalho que lhe deu vida. Ambiências que nos transportam para um qualquer filme da Disney, num cenário repleto de cor e magia. Um espectáculo bigger than life que conta com onze elementos em palco e duas baterias, quatro órgãos, um piano, duas bailarinas, instrumentos de sopro, guitarras, baixo… Comemoração a que nos habituaram, por exemplo, uns The Flaming Lips e que, muito provavelmente, marcará um momento único na carreira de Sufjan Stevens. Entendo que será difícil voltarmos a ver, pela mão de Sufjan Stevens, todo o aparato festivo que subiu ao palco do Coliseu de Lisboa e reencontrar canções como «The Age Of Adz», «I Want To Be Well» e o soberbo «Impossible Soul» (este último ultrapassou os trinta minutos de loucura e boa disposição). Razão pela qual o concerto do passado dia 31 de Maio se mostrou único e mágico. Isto, apesar de algumas das pessoas presentes não o merecerem…



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