terça-feira, 13 de setembro de 2011

2011 | Viagens à tasca em período de férias VIII


Stockholm

De regresso a Estocolmo e à música sueca para apresentar a grande sensação pop do Verão de 2011 na Suécia. A história discográfica de Veronica Maggio começa em 2006, com a edição dos singles «Dumpa Mig» e «Nöjd?», e do respectivo debut álbum «Vatten & Bröd». Em 2007 é distinguida com o prémio revelação Grammisgalan e 2008 é o ano de mais um álbum com «Och Vinnaren Är…». Com os singles «Stopp», «17 År» e, principalmente, «Måndagsbarn» alcança algum sucesso, também na Noruega e na Dinamarca. A receita é simples: música pop contemporânea com um leve tempero soul e, aqui e ali, alguma produção vintage. Mais uma concorrente no campeonato soul pop female singer-songwriters. No entanto, «Stan I Gatan» é pop, pop e ainda mais pop. Não consegue fazer frente aos excessos synthpop da conterrânea Robyn, mas mostra-nos mais um excelente exemplo de como a pop bem pensada pode desbravar terreno e alcançar o respeito de outros territórios. O soberbo «Jag Kommer», single que marcou presença em todas as tascas visitadas em Estocolmo, é fresco e energético como a Coca-Cola. Já «Välkommen In» será o tema de ligação às apostas iniciais de Veronica Maggio. Ainda assim, descortinamos uma elevada carga emocional em «Satan I Gatan». «Mitt Hjärta Blöder», «Inga Kläder» e «Snälla Bli Min» têm os sentimentos à flor da pele e possuem um forte cunho pessoal. Tenho pena de não entender quase nada de sueco, mas tanto «Satan I Gatan» como «Det Vackra Livet» já mereciam um curso em período pós-laboral.

Outro item com grande destaque nas lojas de Estocolmo era «Wilderness», o mais recente disco dos The Horror The Horror (THTH). Grupo formado em 2005, na província de Södermanland, e identificado na recomendável Bengans Record Store como a melhor banda indie da Suécia. Apesar de não me deixar levar por epítetos e coisas que tais, o meu interesse foi instantâneo, mas o efeito não foi tão imediato. A música dos THTH é fortemente influenciada pelo rock de finais de 60 e inícios de 70, mas também pela pop que fez história nos anos 80, pela mão dos Prefab Sprout. Componentes fortíssimos que, no entanto, integram uma mistura feita com as texturas de uns The Futureheads e/ou Maxïmo Park e a indie-pop sem sabor de uns Razorlight. Encontrei bons temas, é verdade, como são exemplo «Honestly», «Submission», «Vanity» e «Out Of Here», mas é muito pouco para a so-called “melhor banda indie da Suécia”. Já pensei se «Wilderness» não será um passo em falso na carreira dos THTH. Contudo, a vontade de explorar os dois primeiros álbuns destes The Horror The Horror não é muito forte.

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