segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Klang Pop @ Musicbox

Os concertos, deste inigualável mês de Novembro, parecem ter terminado na passada sexta-feira, no mui apreciado Musicbox e ao som dos simpáticos Efterklang. E assim, duas semanas depois do início de um alucinante e melómano verão de São Martinho, o qual abriu, também, no Musicbox e com a festança We Have Band, regressei ao local do crime para testemunhar a estreia em palcos nacionais de um dos projectos mais interessantes da pop escandinava e fechar com chave de ouro uma verdadeira maratona de concertos. O espectáculo, completamente esgotado, prometia pop global que tanto pode seguir os paços de um Sufjan Stevens, como aventurar-se numa sedutora e melancólica viagem conduzida pelos islandeses Múm e Sigur Rós, perder-se no experimentalismo Brian Eno, ou, ainda, piscar o olho aos Coldplay e Fanfarlo. No entanto, os Efterklang não atingem a magnificência de uns The Walkmen, a inspiração de uns Broken Social Scene, ou o requinte de uns The National. Não são estupendos, nem compõem canções excepcionais, mas conseguem criar um ambiente fantástico. Foi o que aconteceu no passado dia 19 de Novembro. Canções não muito complexas e uma plateia com vontade de celebrar e engrandecer a música dos dinamarqueses. De facto, parece-me que o grande trunfo da estreia dos Efterklang em Portugal residiu na espantosa entrega do público e, consequentemente, na surpresa e automático empenho dos seis músicos que, com alguma dificuldade, se conseguiram encaixar no minúsculo palco do Musicbox. A banda apresentou «Magic Chairs», o seu mais recente trabalho, e aproveitou para recuperar alguns dos temas mais emblemáticos da sua curta discografia (especial destaque para «Morning Drift», «Step Aside», «I Was Playing Drums», «Swarming» e «Mirror Mirror»). Não me emocionou, é verdade, mas cumpriu e empolgou. Belo espectáculo que, se não me engano, criou mais um caso de culto entre o público português.

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