sábado, 15 de dezembro de 2012

Ansiedade da influência

Diz-se que são os novos Radiohead. Os Alt-J (D) são britânicos e apostam numa sonoridade indie rock, com aromáticas ligações às electrónicas, mas a sua música não tem nada de Radiohead. Identificamos as texturas rock e o engenho indie, mas as electrónicas e as suas distintas cadências folk acabam por aproximar este quarteto mais da sedução hipnotizante Wild Beasts (ouçam-se «Intro» e «Taro») e das irresistíveis harmonias Fleet Foxes. Aproximações de louvar, registe-se, que se dispõem ao lado do universo The Good, The Bad & The Queen. Projecto britânico que, entre 2005 e 2007, reuniu o génio de Damon Albarn, as ideias rítmicas de Tony Allen, as vivências Paul Simonon, o shoegazing Simon Tong e as engenharias Danger Mouse. Os Alt-J são tudo isto, mas ainda condimentam as suas canções com a frescura pop Vampire WeekendDissolve Me») e a eloquência The xxMS» e «Bloodflood»). Influências e mais influências que ganham força nas vocalizações esquizofrénicas e sombrias de Joe Newman («Fitzpleasure» é paradigmática). Voz que pode causar a mesma estranheza da descoberta Clap Your Hands Say Yeah (voz de Alec Ounsworth), ou mesmo dos The Smashing Pumpkins (Billy Corgan). A conjugação de todos estes dados conferem um aspecto experimental e/ou desafiador às composições dos Alt-J. Daí as comparações aos Radiohead? Tudo leva a crer que sim. Por isso, é perfeitamente natural este entusiasmo em ouvir novas canções Alt-J. Temas como «Breezeblocks», «Something Good», «Tessellate», «Matilda» e «Fitzpleasure», incluídos no debut álbum «An Awesome Wave», a isso nos obriga.

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