sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Tramp Power

A edição de «Tramp», o terceiro álbum de Sharon Van Etten, não foi fácil. Depois de se estrear com «Because I Was In Love» (2009) e ter lançado «Epic» (2010), um LP que mais parecia um EP, a singer-songwriter de New Jersey, a residir em Brooklyn, assinou pela Jagjaguwar, mas foi com a ajuda de Aaron Dessner, dos The National, que conseguiu concluir o seu mais recente trabalho. Dressner disponibilizou a garagem transformada em estúdio para as gravações e produziu «Tramp», disco que conta, também, com a preciosa colaboração de alguns amigos de Van Etten, como Zach «Beirut» Condon, Julianna Barwick, Bryce Dressner (irmão de Aaron e seu companheiro nos The National), Thomas Bartlett (a.k.a. Doveman), Jenn Wasner (Wye Oak) e Matt Barrick (baterista dos The Walkmen). Nomes que enriquecem o álbum e alavancam as “angústias” que Sharon Van Etten carrega na voz cristalina e nas texturas folk das suas canções. Sonoridades aveludadas, assentes na melancolia Mazzy Star e na atitude rock de PJ Harvey, que não esquecem a vertente mais tradicional da folk (Kurt Vile e os The War On Drugs também andam por aqui), nem a pop confessional e outonal dos The Antlers. O resultado é excelente. «Tramp» oferece algumas das canções mais introspectivas que 2012 viu nascer («Serpents», «Give Out», «All I Can», «We Are Fine», «Magic Chords», «Ask» e «I’m Wrong» são as preferidas). Situação que fica ainda mais à vista no CD extra, intitulado «Tramp Demos», que acompanha a edição especial e deluxe do disco.

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