Na última viagem à tasca não resisti ao mais recente apelo de Josh Rouse, intitulado «Country Mouse City House». O disco, como tive a oportunidade de referir, está uns pontos abaixo dos «maiores» «Under Cold Blue Stars» e «1972», editados em 2002 e 2003, respectivamente. Porém, não se trata de um mau disco. Desta forma, julgo que haverão razões de sobra para nos deslocarmos no próximo dia 26 de Novembro à acolhedora Aula Magna, na Cidade Universitária, para ver e ouvir uma das vozes mais açucaradas do actual panorama pop internacional.sábado, 21 de julho de 2007
Josh Rouse
Na última viagem à tasca não resisti ao mais recente apelo de Josh Rouse, intitulado «Country Mouse City House». O disco, como tive a oportunidade de referir, está uns pontos abaixo dos «maiores» «Under Cold Blue Stars» e «1972», editados em 2002 e 2003, respectivamente. Porém, não se trata de um mau disco. Desta forma, julgo que haverão razões de sobra para nos deslocarmos no próximo dia 26 de Novembro à acolhedora Aula Magna, na Cidade Universitária, para ver e ouvir uma das vozes mais açucaradas do actual panorama pop internacional.quinta-feira, 19 de julho de 2007
Viagens à tasca
Além dos Interpol, a última «bebedeira» teve os aromas de Josh Rouse, Animal Collective e Gossip. Se Josh Rouse, um habitué por estas paragens desde a edição do soberbo «1972» em 2003, apresenta o mais recente «Country Mouse City House»; os Animal Collective (a prepararem o lançamento do novo «Strawberry Jam») surgem com o aclamado «Feels»; e o colectivo The Gossip, após a impulsiva passagem pelo SBSR, reeditam o álbum de 2005 «Standing in The Way Of Control».
Josh Rouse é na actualidade, e a par da canadiana Feist, uma das vozes mais sexys da pop. Natural do Nebraska, Rouse editou o primeiro álbum («Dressed Up Like Nebraska») em 1998 e desde então tem atraído a atenção de críticos e público em geral. O início da sua carreira discográfica indiciava uma direcção mais alternative-country; a colaboração com Kurt Wagner dos Lambchop no EP «Chester» de 1999 é um bom exemplo disso. Contudo, e com a edição de «Home», em 2000, Rouse foi alvo de um forte assédio por parte de realizadores cinematográficos e produtores televisivos. Directa ou indirectamente, Josh Rouse compõe de uma assentada as 2 obras máximas da sua já considerável carreira: «Under Cold Blue Stars» de 2002 e o conceptual «1972» em 2003. Se no início a folk era o goal a atingir, agora a pop açucarada e imprópria para hiperglicémicos sobrepunha-se à folk. Antes do novo «Country Mouse City House», Josh Rouse lançou ainda, e em nome próprio, «The Smooth Sounds Of Josh Rouse» (registo em DVD de uma actuação ao vivo em Nashville e CD com lados b), «Nashville» e «Subtítulo». Este último totalmente composto e gravado em Espanha, onde Josh reside actualmente. Tratando-se de exercícios menores, tal como este «Country Mouse City House», Josh Rouse consegue sempre captar a nossa atenção, pois a sua voz é familiar, o som é afectuoso e as estórias que documenta acabam por soar a contos infantis. Os «la la la la la la la» voltam a marcar presença («Sweetie»), a pop suave e característica de outras épocas está cá («Italian Dry Ice»), a paródia musicada também («Hollywood Bass Player») e a sedutora e lânguida voz volta a marcar pontos («Snowy»). Todavia, «Country Mouse City House» acaba por parecer mais uma agradável viagem entre Nebraska e o sul de Espanha em piloto automático.
No que toca aos norte-americanos Gossip é impossível dissociar a recente exposição do colectivo do carisma «anti-herói» de Beth Ditto. Se dúvidas existiam sobre a pujança e qualidade enquanto performer de Ditto, essas dissiparam-se com a recente actuação da banda no SBSR. Os temas, por vezes excessivamente simples, são capazes de «agradar a gregos e a troianos». A voz soul, de uma Janis Joplin mais doce, é sem dúvida um dos pontos altos deste trio norte-americano e temas como «Standing In The Way Of Control», «Yr Mangled Heart», «Listen Up!», «Jealous Girls» e «Dark Lines» são razões para lhes darmos uma atenção adicional.Arctic Monkeys
As primeiras impressões são «lixadas». Confesso que não dava nada pelos mais recentes «meninos» bonitos da imprensa inglesa. Parecia tudo um pouco precoce demais. Contudo, e após cuidada audição dos álbuns editados até à data «Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not» e o mais recente «Favourite Worst Nightmare» percebemos que existe música nas entrelinhas da rebeldia juvenil. Alex Turner e companhia mostram saber como trilhar uma carreira de sucesso. A recente nomeação para o Mercury Prize - depois de no ano passado o terem levado para casa - é um bom exemplo disso.Para os mais atentos, e de acordo com alguns artigos de imprensa especializada, a segunda passagem do colectivo inglês por Portugal voltou a deixar marcas. Para os menos atentos, que não conseguiram chegar a tempo de comprar o tão desejado ingresso, ficam os videos...
terça-feira, 17 de julho de 2007
Viagens à tasca
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Apesar do aparecimento súbito dos animais selvagens e de um «quinto elemento», as keyboards, o negrume característico mantém-se. Agora podemos, de certa forma, sentir forças opostas em pleno combate. Uma constante luta pela sobrevivência, pois inconscientemente as guitarras soam mais musculadas, o suor é agora visível e a adrenalina é mais real. Contudo, somente 50% de «Our Love To Admire» soa a novo e inovador na carreira dos Interpol. Mas os Interpol são incapazes de nos dar má música.Aimee Mann
É já no próximo dia 25 de Julho que a norte-americana Aimee Mann se estreia em palcos nacionais, mais precisamente no Coliseu de Lisboa.Nas lides discográficas desde 1981, Aimee Mann alcançou esporádico reconhecimento em 1985, altura em que integrou os ‘Til Tuesday e o álbum de estreia e hit-single «Voices Carry» lhes valeu o prémio de banda revelação nos Prémios MTV. Porém, após o 3.º disco do colectivo a artista nova-iorquina decide enveredar por uma carreira a solo. «Whatever», primeiro exercício a sós e editado em 1993, passa ao lado do público em geral, mas imprensa especializada e colegas de profissão não hesitaram em nomear e aclamar Aimee Mann como uma das melhores e mais maduras autoras norte-americanas. Antes do reconhecimento global, verificado em 2000, Aimee Mann editou ainda «I’m With Stupid» (1995). O álbum, mais uma vez com uma adesão selectiva, continha «That’s Just What You Are», tema que obteve algum airplay devido à série Melrose Place.
Com as composições de «Bachelor N.º 2 – The Last Remains Of The Dodo» (álbum editado só em 2000 pela SuperEgo Records), Paul Thomas Anderson esculpiu o magnífico argumento de «Magnólia». A banda sonora da película incluía oito temas de Aimee Mann, entre as quais «Save Me», nomeada para o Óscar de Melhor Tema Original. Tanto o filme como a banda sonora e «Bachelor N.º 2» obtiveram uma considerável exposição mediática, tendo apresentado Aimee Mann a novos públicos e novos desafios.
Depois de «Bachelor N.º 2», Aimee Mann editou ainda «Lost In Space» (2002) e «The Forgotten Arm» (2005), o qual, tratando-se de uma obra conceptual que decorre em 1970, em torno de um casal apaixonado na Virgínia, foi nomeado em diversas listas do «best of» de 2005.
Dia 25 marca então a estreia de Aimee Mann em Portugal. Um espectáculo há muito aguardado e que, ao que tudo indica, não irá defraudar as expectativas entretanto criadas.
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sábado, 14 de julho de 2007
Interpol outra vez
Viagens à tasca
Sim, eu confesso, tenho que pedir ajuda e começar a ir às reuniões dos dependentes anónimos de gastar € em música. É mais forte do que eu…
Desta vez o desejo recaiu, mais intensamente, sobre «Letting Off The Happiness» - podemos quase afirmar que se trata do álbum estreia dos Bright Eyes (banda, ou projecto, de Conor Oberst, para muitos o Bob Dylan da nossa geração) - e sobre o essencial da carreira de Mr. Bruce Springsteen.
Se Bruce Springsteen vem para mostrar o melhor da sua longa e já institucionalizada carreira, Conor Oberst revela os seus primeiros passos, mais a sério, nas lides discográficas.
«The Essential», tal como o próprio nome tenta transmitir, trata-se de uma extensa revisão da matéria dada por The Boss. Cronologicamente compreende 30 anos de carreira (de 1973 a 2003). 30 anos cheios de hits, de sucessos, de desilusões, de amores e desamores, de convicções e orgulho ferido. Enfim, 30 anos que nos mostram a America(na)…
Composto por 3 «rodelas musicais», «The Essential» não censura os primeiros anos de Springsteen e o primeiro acto mostra-nos, entre outros, «Rosalita (Come Out Tonight)», «Born To Run», «Thunder Road», «Badlands», «Atlantic City», o obrigatório «The River» e o histórico «Nebraska». O segundo acto, desta obra tripartida, revela-nos a fase de maior sucesso comercial de The Boss, iniciando com a sequência «Born In The U.S.A.», «Glory Days» e «Dancing In The Dark». Pelo meio apresenta «Streets Of Philadelphia», «Human Touch», «Lucky Town», «Brilliant Disguise», «The Ghost Of Tom Joad», os mais recentes «The Rising» e «Lonesome Day», etc. O terceiro e último acto junta temas inéditos, gravados ao vivo, editados em compilações ou bandas sonoras e esquecidos na gaveta durante muitos anos. Destaque para «Trapped», versão ao vivo do original de Jimmy Cliff; «Missing», composto por cima das batidas iniciais de «Sympathy For The Devil» dos The Rolling Stones; «Lift Me Up», mostrando o falsete etéreo de The Boss; «Country Fair» que surge no seguimento da composição do emblemático «Nebraska», de 1983; e «Dead Man Walkin’» da banda sonora do filme com o mesmo título..
Chega a vez de Conor Oberst, com os seus Brigth Eyes, e apesar de trilhar um percurso totalmente distinto de Bruce Springsteen, é possível associarmos a sua carreira musical à de The Boss. A base de ambas as histórias é o que comummente é conhecido como singer-songwriting. Enquanto Bruce Springsteen enveredou por um caminho mais mainstream, os Bright Eyes sempre mantiveram a sua vertente indie/americana/alternative country (ignorar os termos que menos gosta), mas o facto é que o público em geral tem apadrinhado e seguido estes norte-americanos de perto..
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With heat to melt these frozen tears
And burned reasons as to carry on
Into these twisted months
I plunge without a light to follow
But I swear that I will follow anything
Just get me out of here»
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Conor Oberst é produto do movimento grunge, tendo como «ídolos» Kurt Cobain, Eddie Vedder, Anthony Kiedis, Chris Cornell, Layne Staley, Zack de la Rocha, etc... Percebe-se, assim, alguma arte em construir canções pungentes, em que o auto-flagelo está a par da sua frustração/inadaptação ao mundo. Porém, há algo que distingue Conor dos demais. Mesmo quando nos parece estarmos perante o ocaso a interpretação de Conor é densa, triste e sincera. Associando esta sinceridade às palavras podemos afirmar que em 1998 (apenas um ano depois de «OK Computer») «Letting Off The Happiness» assinalou em definitivo a entrada em cena de Conor Oberst na lista dos singer-songwriters de eleição.
Tal como afirma em «The City Has Sex», «And there's a boy in a basement with a four track machine / He’s been strumming and screaming all night down there / The tape hiss will cover the words that he sings»…
domingo, 8 de julho de 2007
Rescaldo do Super Bock Super Rock 2007
A 13.ª edição do festival Super Bock Super Rock chegou ao fim. Após 4 dias repletos de energia, suor, sumo de cevada, cansaço e boa música o rescaldo é mais que positivo.Houve regressos aguardados, reencontros já impensáveis, estreias desejadas e outras canceladas. Metallica, Arcade Fire, LCD Soundsystem e Underworld tinham a responsabilidade de fechar as 4 noites SBSR. Contudo, podemos afirmar que nem tudo passou pelos «fechos»…
Como tudo na vida, há que fazer escolhas. A preferência do dia 28 de Junho (dia inaugural do festival e o mais pesado) foi ver os veteranos Metallica. Numa altura em que o rock evidencia facetas mais flexíveis e, mesmo, plásticas, confesso ter passado por uma pequena sensação de afastamento em relação a todo o ambiente envolvente à causa do 1.º dia SBSR. Todavia, não posso deixar de felicitar os músicos e fãs que aqueceram e entusiasmaram a maior multidão da edição 2007 do SBSR. Temas como «For Whom The Bell Tolls», «Ride The Lightning», «The Unforgiven», «The Memory Remains», «Fade To Black», «Master Of Puppets» e os inevitáveis «Nothing Else Matters», «One» e «Enter Sandman» satisfizeram os milhares de fãs que acorreram ao chamamento de James Hetfield e companhia.As escolhas da 2.ª noite SBSR passavam pelos Klaxons, Bloc Party e Arcade Fire. A caminho do recinto ouve-se, via Antena3, o espectáculo apresentado pelos conimbricenses Bunnyranch (se fosse hoje teria feito um esforço adicional para assistir à força demonstrada através do éter do serviço público radiofónico). Já em frente ao palco presencia-se o concerto mais que visto dos The Gift (parece que o interesse em ver a banda de Alcobaça passa pela possibilidade de ver Sónia Tavares a igualar a extravagância da islandesa Björk no guarda roupa a utilizar). Cenário que se alterou com os britânicos Klaxons. Para gáudio do público temas como «Golden Skans», «Magik», «Atlantis To Interzone», «It’s Not Over Yet», «2 Receivers» e «Four Horsemen Of 2012» não faltaram. Apesar do ambiente ter aquecido significativamente e de terem cumprido a missão, julgo que certos maneirismos rock teriam sido perfeitamente evitados! Com os The Magic Numbers o ambiente volta a arrefecer. Claramente fora de jogo neste festival, coube à banda hippie a difícil tarefa de passar o testemunho dos Klaxons para os Bloc Party. Não tendo conseguido igualar a festa que se verificou no Coliseu de Lisboa há cerca de um mês, Kele Okereke e amigos de bairro mostraram mais uma vez que têm força e boas músicas. Porém, as melhores composições para serem tocadas e vividas ao vivo têm todas o selo de «Silent Alarm». Registe-se o aceso final com «Pioneers» e «Helicopter». C
hega a vez dos tão aguardados Arcade Fire. Vistos, por uma grande parte do público, como os verdadeiros «cabeças de cartaz» da edição 13 do SBSR, esta linhagem canadiana não deixou os seus créditos em mãos alheias. Num cenário clerical, com o órgão de tubos a não faltar, a actuação dos Arcade Fire pautou-se pela paixão e dedicação à música. Excelentes composições, desde «Black Mirror» a abrir as hostilidades a «No Cars Go», passando por «Intervention», «Ocean Of Noise», a mais velhinha «Headlights Look Like Diamonds» (com a chuva fazer bluff) e abençoando todos os presentes com a sequência magnífica de «Neighbourhood # 1 (Tunnels)», «Neighbouthood # 3 (Power Out)”, «Rebellion (Lies)» e «Wake Up», já em encore. Celebrou-se a música e quem ganhou mais foi o público… Bem haja aos Arcade Fire.
Na noite dos LCD Soundsystem surgiu a pior notícia deste festival. De acordo com a imprensa, por motivos de doença de um dos elementos dos norte-americanos The Rapture, a actuação da banda foi cancelada. Descansa-se mais uma hora, pois os estamos a meio do festival e ainda se esperam grandes momentos. Mundo Cão e Linda Martini ouvem-se através da Antena3. Destaque para os Linda Martini que demonstrar pontencial para uma solidificada carreira no panorama indie rock português. Saltamos para o outro lado do atlântico e é-nos apresentada a bizarria dos Clap Your Hands Say Yeah. Com 2 álbuns na bagagem, o homónimo e «Some Loud Thunder», estes norte-americanos (embora a simpatia e o apoio obtidos junto de várias comunidades indie) não cativaram o público presente. Apesar das boas composições, cansaram um pouco e a afinação alternativa de Alec Ounswort encarregou-se do resto. No fim ou se ama ou se odeia. Já ao início da noite, os Maxïmo Park deram bem conta do recado e tanto «A Certain Trigger» como «Our Earthly Pleasures» foram festejados. Bons temas pop rock a fazer lembrar a leveza à The Smiths. Paul Smith (o vocalista) não desiludiu e cativou a audiência a cantar e dançar ao ritmo de «Apply Some Preasure», «Our Velocity», «Limassol», «Graffiti», «Going Missing», «The Coast Is Always Changing», «Books From Boxes», «Girls Who Play Guitars», «By The Monument» ou «Parisian Skies». Chegamos aos The Jesus And Mary Chain e apesar de identificarmos muitos seguidores e admiradores acérrimos da banda escocesa, parece existir algum desconforto e falta de empatia entre a banda. Ambiente que trespassa para o exterior e resulta numa actuação morna, ou seja, competente mas com alguma falta de garra. Todavia, tudo muda com James Murphy em palco. LCD Soundsystem is
playing at our house! A agitação era grande entre o público. Uma das bandas mais excitantes da actualidade estava prestes a subir ao palco para apresentar 2 dos álbuns mais celebrados dos últimos anos («LCD Soundsystem» e «Sound Of Silver»). James Murphy revela em palco toda a sua preocupação/obsessão na busca do som perfeito, no colmatar do pequeno erro que não pode acontecer. A propósito, o som esteve excelente, o público excelente esteve, a música é boa por excelência e o SBSR de 2007 ganhou mais uma aposta ao trazer estes norte-americanos a Portugal. Da irrepreensível setlist apresentada, destaque para «Us Vs. Them» a abrir; «Daft Punk Is Playing At My House» a seguir-se e a captar a atenção de tudo e todos; «North American Scum» a inflamar as hostes; «All My Friends» a confirmar a vertente mais melodiosa da banda, «Tribulations» e «Yeah» a obrigar o público a saltar e «New York I Love You, But You’re Bringing Me Down» a funcionar melhor ao vivo que em disco. Grande Concerto!
Com o fim à vista, o cansaço adensa-se e… há que fazer escolhas. Os contagiantes X-Wife têm direito à transmissão via Antena3 (e ainda bem). Os Gossip dão conta do recado e Beth Ditto canta e encanta. Com um carisma à flor da pele, Ditto não hesita em reproduzir os Wham em «Careless Whisper» ou a homenagear Aaliyah em «Are You That Somebody». Porém, todos esperavam ansiosos por «Standing In The Way Of Control», hino máximo à emancipação e independência pessoal. Seguiram-se os TV On The Radio e a luz do dia causa a sua primeira vítima, «boicotando» a actuação da banda. Os dois álbuns que compõem a discografia destes norte-americanos são excelentes; os temas são óptimos e estimulantes; a atitude indie rock está lá, mas a vertente noctívaga não se adaptou ao sol do final de tarde. Ficamos à aguardar um futuro regresso para rectificar a estreia em solo português. Finda a transmissão televisiva via rádio as «irmãs tesouras» ocuparam-se de incendiar o recinto do SBSR. Com uma atitude festiva e bastante alegre os nova-iorquinos Scissor Sisters conseguiram captar a atenção de rockeiros e indies, pondo toda a gente a dançar e a cantarolar temas como «Take Your Mama» a abrir, «Laura», «Comfortably Numb», «She’s My Man», «I Don’t Feel Like Dancing», «Tits On The Radio» e «Filthy Gorgeous» a fechar o teatro gay. Continuando em Nova Iorque, os Interpol estrearam-se (e já confirmaram nova passagem por palcos nacionais a 7 de Novembro no Coliseu de Lisboa) da melhor forma. Com o público ainda entusiasmado com a presta
ção dos vizinhos Scissor Sisters, Paul Banks e colegas conseguiram dar seguimento ao ambiente de empatia entre banda e público, arrancando uma excelente actuação. Com uma setlist que não esqueceu nenhum dos poucos singles da ainda curta carreira discográfica dos Interpol, houve espaço para alguns temas do novo «Our Love To Admire», a ser editar no dia 9 de Julho. O som esteve bom, o público mostrou-se apaixonado, a entrega foi total e quase ninguém deu conta do valente trambolhão do guitarrista Daniel Kessler durante «Obstacle 1». Temas como «PDA», «Slow Hands», «Evil», «Say Hello To The Angels», «Not Even Jail», «Obstacle 1», «C’mere», «Stellar Was A Diver And She Was Always Down» e o novíssimo «The Heinrich Maneuver» não defraudaram as expectativas de ninguém. Seja o regresso tão bom como a estreia e o culto por estes norte-americanos está garantido. Por fim, e já em fase de descompressão e dos necessários alongamentos, os Underworld tentaram animar o fecho do SBSR. Apesar do recinto ter ficado reduzido a metade após a saída de palco dos Interpol, a banda britânica cumpriu a tarefa, deixando para o final os tão desejados hits «Born Slippy» e «Jumbo».
Que venha a edição 14 e o nível das bandas a figurar no cartaz se mantenha.
Para o ano há mais…
Bem haja à organização.
terça-feira, 3 de julho de 2007
PJ Harvey
Já confirmado estão as participações de Eric Drew Feldman e Jim White dos Dirty Three. Contudo, o sucessor de «Uh Huh Her» (de 2004) terá também as colaborações dos habituais parceiros Flood e John Parish.
Regressos
Confesso que além de estar um pouco cansado com tantas voltas fico sem saber o que pensar sobre o futuro. Será que Morrissey e Johnny Marr cederão às pressões e aos milhões e reabilitarão os The Smiths? E Bernard Sumner e Peter Hook? Será que anunciaram o fim dos New Order para os fazer renascer daqui a 6 meses?
Interpol | The Heinrich Maneuver
domingo, 1 de julho de 2007
Viagens à tasca
Desta vez saciei, «o meu estômago», com o novo álbum dos britânicos Editors e o disco de estreia, de 2001, da actual coqueluche indie norte-americana, os The National…
Não fosse «Boxer» este disco teria ficado para sempre esquecido e conotado como «o álbum com a capa sui generis», para não dizer bimbo, já que parece estarmos perante uma fotografia caseira e não uma capa para uma obra discográfica. Confesso que a aparência tem muito impacto no produto final e por variadíssimas vezes adquiri discos devido à sua cara de apresentação (como são exemplos «Welcome To The Monkey House» dos The Dandy Warhols; «Is This It» dos The Strokes; ou, mesmo «Beautiful Freak» dos Eels) e comprei outros tantos como sendo mais uma obra daquele artista/banda em especial, mas com um visual muito aquém das expectativas (o novíssimo «Era Vulgaris» dos Queens Of The Stone Age é um bom exemplo disso). Todavia, «as aparências iludem» e ainda bem para estes norte-americanos.
O ambiente continua a ser sombrio. A voz de Tom Smith mantém a urgência desesperante perfeita para encarar a morte de frente. Os fortes riffs de guitarra continuam a marcar um bom ritmo. Contudo, algo mudou. Basta saber se mudou para melhor ou para pior... Tenho que admitir que este «An End Has A Star» está uns pontos abaixo de «The Back Room». Não deixando de ter bons momentos, Tom Smith e companhia regressam com uma clara tentativa de solidificar a posição dos Editors nas tabelas de vendas, com uma aproximação aos universos U2 e Coldplay. «Bones» são os U2 nos inícios dos anos 80 em «I Will Follow» (ao menos acertaram na época dos U2 a «reproduzir»); o primeiro single «Smokers Outside The Hospital Doors» e grande parte do disco junta Chris Martin à banda (veja-se o video e a postura de Tom Smith).



