quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cowboys & Aliens

Gorada a audição de «Battle Born», o último e inenarrável disco de 2012 dos norte-americanos The Killers, viro-me para «The 2nd Law», o mais recente trabalho dos britânicos Muse. O disco já deu muito que falar, devido à anunciada entrada em cena do dubstep na música da banda (dizem que por influências Skillex) e à fraquinha canção oficial dos Jogos Olímpicos de 2012 («Survival»). Percorridos os cerca de cinquenta e três minutos de «The 2nd Law», notamos a tentativa dos Muse em aproximar-se de novos mercados e novas ideias pop. Isto sem nunca perder de vista o prog-pop-rock e os Queen. «Supremacy», o tema de abertura, dispara em todas as direcções e conceitos já explorados pelos Muse, mas a sensação é a de estarmos perante uma versão cinematográfica e mais calórica de «Apocalypse Please», a extraordinária canção que abre «Absolution» (2003). Em «Madness», «The 2nd Law: Unsustainable» e «The 2nd Law: Isolated System» conferimos a referida aproximação ao mundo do dubstep, em três dos momentos mais interessantes do álbum. «Panic Station», não lhes fica atrás, recuperando um je ne sais quoi de 80, criado em torno do funk Red Hot Chili Peppers e da pop INXS. «Animals», por sua vez, cola-se à estrutura notável de «Endlessly», outra canção marcante de «Absolution», adicionando-lhe o momento alto que nunca chegou a existir em 2003. Ainda assim, «Animals» é um dos exercícios chave de «The 2nd Law». Os Muse mostram-se mais acessíveis, continuando a sua caminhada em direcção a batalhas intergalácticas, western futuristas e disputas entre o bem e o mal, em realizações, sempre triunfantes, de Matthew Bellamy.

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