segunda-feira, 12 de novembro de 2012

www.casadecalexico.com

Agora os Calexico. Banda de Joey Burns e John Convertino, que desde os anos 90 me convence com música americana e aventuras mariachi. A história da dupla iniciou-se nos Giant Sand, outra banda de Tucson, Arizona, com queda para o alternative country, quando os músicos ainda apoiavam o mentor Howe Gelb na secção rítmica. Daí, e ainda antes de se tornarem Calexico, formaram os Friends Of Dean Martin (mais tarde Friends Of Dean Martinez, pois o comediante Dean Martin não lhes terá achado piada). Em 1997, editaram o debut álbum «Spoke», uma boa colecção de gravações caseiras, mas foi com os três trabalhos seguintes («The Black Light», «Hot Rail» e «Feast Of Wire») que Joey Burns e John Convertino se revelaram. Música com alma latina e muitos quilómetros percorridos no deserto californiano. Uma fusão que se apresentou na sua máxima força em 2003, com o soberbo «Feast Of Wire». Desde então, os Calexico editaram o aprovado EP «In The Reins» (resultado do trabalho conjunto com Iron & Wine), bandas sonoras, discos exclusivos para as suas digressões e os álbuns «Garden Ruin» (2006) e «Carried To Dust» (2008). Trabalhos que dão continuidade ao culturalismo Calexico e à mágica fusão de linguagens musicais, mas que acabaram ignorados pelo público em geral. «Algiers», a mais recente aposta da banda, tem tudo para lhes seguir os passos. Voltamos a encontrar belíssimas canções pop com travo alternative country (ouçam-se «Epic», «Para», «Hush» e «The Vanishing Mind»), momentos ora mais latinos («Splitter» e «Puerto»), ora mais folkFortune Teller»), texturas mais intensas («Sinner In The Sea» e «Maybe On Monday») e, contando que «Algiers» foi gravado em Algiers, zona de Nova Orleães, uma agradável entrada em cena do jazz local que quase parece resultar numa morna cabo-verdiana («Algiers», o tema título, é delicioso). Esperemos que este disco tenha melhor sorte.

Sem comentários: