terça-feira, 30 de outubro de 2007

David SuperStar

«Dreams In Colour», terceiro álbum a solo de David Fonseca, é desde há algumas semanas o disco mais vendido em Portugal e «Superstars», o excelente primeiro single, não para de rodar no éter da rádio mais próxima do seu ouvido. Desta forma os denominados showcases, promovidos pelas várias estações de rádio e estabelecimentos comerciais, multiplicam-se. Recentemente tive a oportunidade de estar presente num desses encontros promocionais. O local era a Mega FM. Confesso que não digiro bem a Mega FM, mas tinha curiosidade em ver e ouvir David Fonseca num espaço mais reduzido e assim fez-se o jeito. Com capacidade para receber cerca de trinta a quarenta pessoas, o espaço estava a abarrotar e o anunciado mega concerto (de acordo com o dicionário «Mega radiofónico») foi bem agradável. David, uma pessoa com um sentido de humor apuradíssimo, não desiludiu, apresentando três temas de «Dreams In Colour» («4th Chance», «Kiss Me, Oh Kiss Me» e o já inevitável «Superstars») e «Someone That Cannot Love» do debut «Sing Me Something New». No fim houve tempo para uma curta troca de impressões, autógrafos, beijos e abraços…
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Mudando completamente de assunto (ou talvez não), «Dreams In Colour» encontrava-se na lista de espera para se revelar neste espaço. Aproveitando a boleia do «mega concerto» (de quatro temas) e da preferência da maioria dos portugueses, deixamos de lado as derradeiras «viagens à tasca em período de férias» e damos especial atenção a «Dreams In Colour». David Fonseca, homem com créditos firmados em território nacional, deixou há muito de ser reconhecido como o frontman dos históricos Silence 4. Depois de dois álbuns em nome próprio bem sucedidos (tanto comercial como musicalmente) «Dreams In Colour» está aí para comprovar o estatuto de David Fonseca e consolidar ainda mais a sua importância no panorama pop/rock português. Mais uma vez as referências parecem ser as certas e mais uma vez parece conseguir transmiti-las a públicos tão distintos como a geração «Morangos Com Açúcar». No entanto, algo mudou. A melancolia e lugubridade, elementos predominantes em «Sing Me Something New» e «Our Hearts Will Beat As One», parecem colocadas num segundo plano. A pop solarenga associada ao festim de início de estação e aos «pa pa pa pa ra ra pa pa» evidenciam-se. «4th Chance» segue o espírito do super-grupo Humanos. «Kiss Me, Oh Kiss Me» está banhado com o perfume dos noruegueses Kings Of Convenience. «Silent Void» respira o rock radiofónico de uns The Killers (a última grande paixão de David Fonseca), «This Wind, Temptation» junta o melhor dos Pixies com o suspense característico dos Radiohead. «I See The World Trough You» encaixa-se perfeitamente na esfera de interesses de um Damien Rice e «Superstars» (apesar das claras diferenças é impossível não o associarmos ao proveitoso assobio de «Young Folks» de Peter, Björn & John) é mais uma das canções de David Fonseca que faz a festa toda, ou seja, lança os foguetes e depois ainda apanha as canas. Lá pelo meio encontramos a fantástica versão de «Rocket Man», de Sir Elton John. É mais um excelente regresso de David Fonseca que volta a cantar e a encantar Portugal.
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Como despedida deixo o vídeo promocional de «Superstars», realizado pelo próprio David Fonseca.

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