domingo, 4 de novembro de 2007

2007 | Viagens à tasca em período de férias XI

Estávamos prestes a terminar as férias de 2007. Depois de 2 semanas e meia preenchidas pela novidade a sombra do regresso a Portugal já era visível e as saudades do estrangeiro já se começavam a sentir. As duas últimas grandes jornadas em território helvético foram a indispensável volta ao lago Léman (conhecido como «Route du Lac Léman») e a visita a Gstaad, a famosa estância de ski. Em ambas as excursões passámos pelas cidades de Lausanne e Montreux (a capital suíça da música).
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Memorial de Freddie Mercury em Montreux

Por incrível que lhes possa parecer, em Montreux não avistámos nenhum estabelecimento para saciar o vício musical. Desta forma, e depois de confirmarmos a sua existência na world wide web, lá encontrámos a Fnac de Lausanne. A visita foi a correr, mas houve tempo para descobrir o novíssimo disco de Joseph Arthur.
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«Let’s Just Be» é o sexto álbum da carreira de Joseph Arthur, o segundo registo a ver a luz do dia através da Lonely Astronaut Records (editora de Joseph Arthur) e a primeira gravação onde o singer-songwritter norte-americano se faz acompanhar por uma banda de suporte, os The Lonely Astronauts. O resultado é o pior disco de Joseph Arthur. Em parte percebemos que depois de arquitectar o seu espaço e construir o seu próprio estúdio e editora, Joseph Arthur se sente «free as a bird». De momento, nada e ninguém o impedem de gravar e lançar o quer que seja. As limitações editoriais deixaram de condicionar o trabalho de Joseph Arthur e isso está muito bem evidenciado neste «Let’s Just Be». Às primeiras audições constatamos a presença do espírito free de um Devendra Banhart, mas musicalmente as dezasseis composições aqui expostas não apresentam qualquer rumo. Os inarráveis «Cockteeze» e «Lonely Astronaut» (este último com mais de vinte minutos) mostram uma banda a ensaiar acordes, melodias, vocalizações, percussões, etc. É claro que Joseph Arthur já demonstrou todo o seu talento em álbuns como «Come To Where I’m From» e «Our Shadows Will Remain». Porém, «Let’s Just Be» parece-se mais com uma compilação de demos, lados-b e outras gravações perdidas do que um álbum de originais que resulte numa digressão. Desta forma, «Let’s Just Be» poderá contentar os mais acérrimos seguidores de Joseph Arthur. Todavia, para os restantes conhecedores da obra de Joseph Arthur os temas «Take Me Home», «Chicago», «Diamond Ring», «Lack A Vision» e «I Will Carry» não o deixam ficar mal de todo na fotografia. No entanto, é muito pouco para o tanto que já nos deu e nos prometeu.

Como recordação dos bons tempos de Joseph Arthur deixo «History», uma das grandes canções de «Come To Where I’m From», álbum de 2000 que incluía «In The Sun», o maior sucesso de Joseph Arthur até à data.
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