Rapidamente a minha obcecação tasqueira reactivou e após novo fim-de-semana, nova escorregadela (no orçamento). A culpa é da tasca da margem sul! De uma assentada perfiz a discografia, em termos de álbuns originais, do «eterno adolescente mais maduro da América» Conor Oberst a.k.a. Bright Eyes e dos já sólidos The National.
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 Comecemos pelos The National (na minha opinião, os grandes vencedores da corrida ao melhor álbum de 2007, com o sublime «Boxer»). Na colecção de CDs originais lá de casa estavam em falta «Sad Songs For Dirty Lovers» (2003) e «Alligator» (2005). Como é da praxe, e após se tornarem na mais recente dependência auditiva, há que ter os discos em formato original. «Sad Songs For Dirty Lovers», segundo álbum na carreira do colectivo norte-americano, é mais um exemplo revelador da discutível opção gráfica patenteada nas capas dos discos dos The National e do apurado sentido melodioso da banda. A música (o que realmente interessa aqui) é afectiva e harmoniosa. «Cardinal Song», a abrir, dá-nos uma perfeita visão americana dos Tindersticks, com o canadiano Owen Pallett a.k.a. Final Fantasy à mistura. «Slipping Husband» revela uns The National mais mexidos, mais pop, mais radio-friendly, mais senhores de si mesmo (com direito a berraria e tudo). «90-Mile Water Wall», o melhor dos doze temas aqui apresentados, é doce e etéreo, dando indícios do que se seguiria com «Alligator» e «Boxer». «Thirsty» mantém os ambientes serenos e melódicos e «Available» é acelerada e forte, com portentosos riffs que mais tarde fariam mossa nos Editors. No entanto, «Murder Me Rachel» é exercício indie rock que se desenquadra um pouco da musicalidade dos The National. «Sugar Wife», «Throphy Wife» e «Patterns of Fairytales» parecem exercícios inacabados, não se sabendo ao certo qual o rumo desejado. E «Lucky You» fecha as hostilidades em mais um exercício competente, não passando daí. Desequilibrado este «Sad Songs For Dirty Lovers», mas depois de «Boxer» tudo é perdoado e tudo acaba por soar suave e doce.
Comecemos pelos The National (na minha opinião, os grandes vencedores da corrida ao melhor álbum de 2007, com o sublime «Boxer»). Na colecção de CDs originais lá de casa estavam em falta «Sad Songs For Dirty Lovers» (2003) e «Alligator» (2005). Como é da praxe, e após se tornarem na mais recente dependência auditiva, há que ter os discos em formato original. «Sad Songs For Dirty Lovers», segundo álbum na carreira do colectivo norte-americano, é mais um exemplo revelador da discutível opção gráfica patenteada nas capas dos discos dos The National e do apurado sentido melodioso da banda. A música (o que realmente interessa aqui) é afectiva e harmoniosa. «Cardinal Song», a abrir, dá-nos uma perfeita visão americana dos Tindersticks, com o canadiano Owen Pallett a.k.a. Final Fantasy à mistura. «Slipping Husband» revela uns The National mais mexidos, mais pop, mais radio-friendly, mais senhores de si mesmo (com direito a berraria e tudo). «90-Mile Water Wall», o melhor dos doze temas aqui apresentados, é doce e etéreo, dando indícios do que se seguiria com «Alligator» e «Boxer». «Thirsty» mantém os ambientes serenos e melódicos e «Available» é acelerada e forte, com portentosos riffs que mais tarde fariam mossa nos Editors. No entanto, «Murder Me Rachel» é exercício indie rock que se desenquadra um pouco da musicalidade dos The National. «Sugar Wife», «Throphy Wife» e «Patterns of Fairytales» parecem exercícios inacabados, não se sabendo ao certo qual o rumo desejado. E «Lucky You» fecha as hostilidades em mais um exercício competente, não passando daí. Desequilibrado este «Sad Songs For Dirty Lovers», mas depois de «Boxer» tudo é perdoado e tudo acaba por soar suave e doce.
 Comecemos pelos The National (na minha opinião, os grandes vencedores da corrida ao melhor álbum de 2007, com o sublime «Boxer»). Na colecção de CDs originais lá de casa estavam em falta «Sad Songs For Dirty Lovers» (2003) e «Alligator» (2005). Como é da praxe, e após se tornarem na mais recente dependência auditiva, há que ter os discos em formato original. «Sad Songs For Dirty Lovers», segundo álbum na carreira do colectivo norte-americano, é mais um exemplo revelador da discutível opção gráfica patenteada nas capas dos discos dos The National e do apurado sentido melodioso da banda. A música (o que realmente interessa aqui) é afectiva e harmoniosa. «Cardinal Song», a abrir, dá-nos uma perfeita visão americana dos Tindersticks, com o canadiano Owen Pallett a.k.a. Final Fantasy à mistura. «Slipping Husband» revela uns The National mais mexidos, mais pop, mais radio-friendly, mais senhores de si mesmo (com direito a berraria e tudo). «90-Mile Water Wall», o melhor dos doze temas aqui apresentados, é doce e etéreo, dando indícios do que se seguiria com «Alligator» e «Boxer». «Thirsty» mantém os ambientes serenos e melódicos e «Available» é acelerada e forte, com portentosos riffs que mais tarde fariam mossa nos Editors. No entanto, «Murder Me Rachel» é exercício indie rock que se desenquadra um pouco da musicalidade dos The National. «Sugar Wife», «Throphy Wife» e «Patterns of Fairytales» parecem exercícios inacabados, não se sabendo ao certo qual o rumo desejado. E «Lucky You» fecha as hostilidades em mais um exercício competente, não passando daí. Desequilibrado este «Sad Songs For Dirty Lovers», mas depois de «Boxer» tudo é perdoado e tudo acaba por soar suave e doce.
Comecemos pelos The National (na minha opinião, os grandes vencedores da corrida ao melhor álbum de 2007, com o sublime «Boxer»). Na colecção de CDs originais lá de casa estavam em falta «Sad Songs For Dirty Lovers» (2003) e «Alligator» (2005). Como é da praxe, e após se tornarem na mais recente dependência auditiva, há que ter os discos em formato original. «Sad Songs For Dirty Lovers», segundo álbum na carreira do colectivo norte-americano, é mais um exemplo revelador da discutível opção gráfica patenteada nas capas dos discos dos The National e do apurado sentido melodioso da banda. A música (o que realmente interessa aqui) é afectiva e harmoniosa. «Cardinal Song», a abrir, dá-nos uma perfeita visão americana dos Tindersticks, com o canadiano Owen Pallett a.k.a. Final Fantasy à mistura. «Slipping Husband» revela uns The National mais mexidos, mais pop, mais radio-friendly, mais senhores de si mesmo (com direito a berraria e tudo). «90-Mile Water Wall», o melhor dos doze temas aqui apresentados, é doce e etéreo, dando indícios do que se seguiria com «Alligator» e «Boxer». «Thirsty» mantém os ambientes serenos e melódicos e «Available» é acelerada e forte, com portentosos riffs que mais tarde fariam mossa nos Editors. No entanto, «Murder Me Rachel» é exercício indie rock que se desenquadra um pouco da musicalidade dos The National. «Sugar Wife», «Throphy Wife» e «Patterns of Fairytales» parecem exercícios inacabados, não se sabendo ao certo qual o rumo desejado. E «Lucky You» fecha as hostilidades em mais um exercício competente, não passando daí. Desequilibrado este «Sad Songs For Dirty Lovers», mas depois de «Boxer» tudo é perdoado e tudo acaba por soar suave e doce..
 Mudamos de disco e aos primeiros acordes de «Alligator» percebemos que algo mudou nos The National. A música é agora ainda mais envolvente. Ouvimos uma banda mais madura. «I had a secret meeting in the basement of my brain», canta Matt Berninger em «Secret Meeting» (tema de abertura) e nós imaginamos que foi esta autêntica auto-descoberta a razão para este passo de gigante. Se anteriormente os The National se evidenciavam, a espaços, pelo sentido melódico de um Leonard Cohen e/ou Tindersticks, agora juntam-lhes temperos Joy Division (ouça-se «Lit Up» e «Abel»), acidez Nick Cave («Karen»), bálsamos Rosie Thomas («Daughters Of The Soho Riots»), aromas Wilco («Val Jester») e momentos de pura magia que misturam orquestrações Disney com atmosferas dream indie pop («The Geese of Beverly Road» e «City Middle»). «Alligator», depois de dois álbuns e um E.P. (já aqui documentados), marca a estreia pela histórica Beggars Banquet e o apurar da linguagem The National, no primeiro grande álbum deste colectivo sediado em Nova Iorque.
Mudamos de disco e aos primeiros acordes de «Alligator» percebemos que algo mudou nos The National. A música é agora ainda mais envolvente. Ouvimos uma banda mais madura. «I had a secret meeting in the basement of my brain», canta Matt Berninger em «Secret Meeting» (tema de abertura) e nós imaginamos que foi esta autêntica auto-descoberta a razão para este passo de gigante. Se anteriormente os The National se evidenciavam, a espaços, pelo sentido melódico de um Leonard Cohen e/ou Tindersticks, agora juntam-lhes temperos Joy Division (ouça-se «Lit Up» e «Abel»), acidez Nick Cave («Karen»), bálsamos Rosie Thomas («Daughters Of The Soho Riots»), aromas Wilco («Val Jester») e momentos de pura magia que misturam orquestrações Disney com atmosferas dream indie pop («The Geese of Beverly Road» e «City Middle»). «Alligator», depois de dois álbuns e um E.P. (já aqui documentados), marca a estreia pela histórica Beggars Banquet e o apurar da linguagem The National, no primeiro grande álbum deste colectivo sediado em Nova Iorque..
 Continuamos na América do Norte, mais precisamente no sempre bem vindo estado do Nebraska, para destacarmos Conor Oberst e os seus Bright Eyes. Desde muito cedo que Oberst se revelou um autêntico compositor compulsivo. Aos catorze anos já compunha e editava discos, resultado dos seus vários projectos musicais, desde os Norman Bailer (mais tarde conhecidos como The Faint) aos Commander Venus. Produto dos anos 80, Oberst cresceu a ouvir Nirvana, Rage Against The Machine, Soundgarden e afins. O grunge sente-se nas entrelinhas da sua música. «A Collection of Songs Written and Recorded 1995-1997» foi o primeiro testemunho de Oberst enquanto Bright Eyes. Tal como o próprio nome o denúncia, o disco é uma colecção de temas escritos e gravados entre 1995 e 1997. Registada no sótão de Conor Oberts e num gravador de 4-pistas, esta compilação de vinte excertos musicais acaba por não ser tão fascinante como os restantes exercícios Bright Eyes. De facto, descobrimos verdadeiros desatinos inenarráveis para qualquer um («Solid Jackson» e «Supriya» são bons exemplos disso mesmo). No entanto, lá encontramos, também, o fantasma de Kurt Cobain em versão caseira (ouça-se «Saturday as Usual»); damos de caras com Mark Linkous e os seus delicados Sparklehorse («Patient Hope In New Show» e «Falling Out Of Love At This Volume»); conhecemos outros devaneios electrónicos e mais pessoais de Conor Oberst («The Invisible Gardener» e «Driving Fast Through A Big City At Night»); e comprovamos a excelência da composição de Oberst («The Awful Sweetness Of Escaping Sweet», «I Watched You Taking Off», «Lila», «The ‘Feel Good’ Revolution», etc.). Compilação irregular, é certo, mas extremamente valiosa para os seguidores dos Bright Eyes.
Continuamos na América do Norte, mais precisamente no sempre bem vindo estado do Nebraska, para destacarmos Conor Oberst e os seus Bright Eyes. Desde muito cedo que Oberst se revelou um autêntico compositor compulsivo. Aos catorze anos já compunha e editava discos, resultado dos seus vários projectos musicais, desde os Norman Bailer (mais tarde conhecidos como The Faint) aos Commander Venus. Produto dos anos 80, Oberst cresceu a ouvir Nirvana, Rage Against The Machine, Soundgarden e afins. O grunge sente-se nas entrelinhas da sua música. «A Collection of Songs Written and Recorded 1995-1997» foi o primeiro testemunho de Oberst enquanto Bright Eyes. Tal como o próprio nome o denúncia, o disco é uma colecção de temas escritos e gravados entre 1995 e 1997. Registada no sótão de Conor Oberts e num gravador de 4-pistas, esta compilação de vinte excertos musicais acaba por não ser tão fascinante como os restantes exercícios Bright Eyes. De facto, descobrimos verdadeiros desatinos inenarráveis para qualquer um («Solid Jackson» e «Supriya» são bons exemplos disso mesmo). No entanto, lá encontramos, também, o fantasma de Kurt Cobain em versão caseira (ouça-se «Saturday as Usual»); damos de caras com Mark Linkous e os seus delicados Sparklehorse («Patient Hope In New Show» e «Falling Out Of Love At This Volume»); conhecemos outros devaneios electrónicos e mais pessoais de Conor Oberst («The Invisible Gardener» e «Driving Fast Through A Big City At Night»); e comprovamos a excelência da composição de Oberst («The Awful Sweetness Of Escaping Sweet», «I Watched You Taking Off», «Lila», «The ‘Feel Good’ Revolution», etc.). Compilação irregular, é certo, mas extremamente valiosa para os seguidores dos Bright Eyes..
 Seguimos viagem (cronológica) até ao E.P. «Every Day And Every Night», de 1999. Editado logo após o enigmático «Letting Off The Happiness», «Every Day And Every Night» parece-se já com um conjunto de canções escritas e registadas com um propósito comum: editar uma colecção de canções embebidas na folk, no alternative country e, fundamentalmente, na pop. O timbre de voz de Conor Oberst deambula entre os delírios de Gordon Gano (Violent Femmes) e Robert Smith (The Cure). Se «A Perfect Sonnet», o melhor tema das cinco canções aqui apresentadas, se distingue pelo crescendo emocional, «A New Arrangement» recorre a melodias Nick Drake para uma autêntica prece musical, renovada em «Neely O’Hara». «A Line Allows Progress, A Circle Does Not» junta ensinamentos Adam Kasper aos primeiros momentos folk de Bruce Springsteen. Outra pérola para os fãs dos Bright Eyes.
Seguimos viagem (cronológica) até ao E.P. «Every Day And Every Night», de 1999. Editado logo após o enigmático «Letting Off The Happiness», «Every Day And Every Night» parece-se já com um conjunto de canções escritas e registadas com um propósito comum: editar uma colecção de canções embebidas na folk, no alternative country e, fundamentalmente, na pop. O timbre de voz de Conor Oberst deambula entre os delírios de Gordon Gano (Violent Femmes) e Robert Smith (The Cure). Se «A Perfect Sonnet», o melhor tema das cinco canções aqui apresentadas, se distingue pelo crescendo emocional, «A New Arrangement» recorre a melodias Nick Drake para uma autêntica prece musical, renovada em «Neely O’Hara». «A Line Allows Progress, A Circle Does Not» junta ensinamentos Adam Kasper aos primeiros momentos folk de Bruce Springsteen. Outra pérola para os fãs dos Bright Eyes..
 A última paragem desta visita tasqueira recupera o ano de 2002 e o álbum «Lifted, Or, The Story Is In The Soil, Keep Your Ear To The Ground». Após «Letting Off The Happiness» e «Fevers And Mirrors», o resultado final do terceiro trabalho dos Bright Eyes não é nada convincente para quem ansiava por algo totalmente diferente/novo. Tudo o que aqui se encontra já se havia saboreado anteriormente. Desde o swing acústico do colectivo à berraria estridente e o apurado lirismo de Conor Oberts, passando pela folk embriagada e a pop esquizóide do Nebraska. Todavia, e após várias audições denotamos uma maior sensibilidade de Conor Oberts para a melodia. Encontramos igualmente instrumentações de sopro e mais composições de cordas capazes de nos hipnotizar. «Lover I Don't Have To Love», «Bowl Of Oranges», «Nothing Gets Crossed Out», «False Advertising» e «Don’t Know When But A Day Is Gonna Come» são algumas das melhores canções dos Bright Eyes. Contudo, «When The President Talks To God», momento crucial para a difusão e popularização da carreira dos Bright Eyes, ainda estava longe, estando em 2002 o culto Bright Eyes reservado a sortudos «happy few».
A última paragem desta visita tasqueira recupera o ano de 2002 e o álbum «Lifted, Or, The Story Is In The Soil, Keep Your Ear To The Ground». Após «Letting Off The Happiness» e «Fevers And Mirrors», o resultado final do terceiro trabalho dos Bright Eyes não é nada convincente para quem ansiava por algo totalmente diferente/novo. Tudo o que aqui se encontra já se havia saboreado anteriormente. Desde o swing acústico do colectivo à berraria estridente e o apurado lirismo de Conor Oberts, passando pela folk embriagada e a pop esquizóide do Nebraska. Todavia, e após várias audições denotamos uma maior sensibilidade de Conor Oberts para a melodia. Encontramos igualmente instrumentações de sopro e mais composições de cordas capazes de nos hipnotizar. «Lover I Don't Have To Love», «Bowl Of Oranges», «Nothing Gets Crossed Out», «False Advertising» e «Don’t Know When But A Day Is Gonna Come» são algumas das melhores canções dos Bright Eyes. Contudo, «When The President Talks To God», momento crucial para a difusão e popularização da carreira dos Bright Eyes, ainda estava longe, estando em 2002 o culto Bright Eyes reservado a sortudos «happy few»..
Para rematar sugiro a famosa actuação de Conor Oberst, enquanto Bright Eyes, no programa de Jay Leno interpretando «When The President Talks To God».
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